sábado, 28 de fevereiro de 2009

DITYATIN, Aleksandr (ex-URSS, Ginástica)

Aleksandr Dityatin, nascido a 7 de Agosto de 1957, na antiga URSS, foi um dos maiores ginastas soviéticos de sempre, tendo atingido o ponto mais alto da sua carreira nos Jogos Olímpicos de Moscovo, em 1980, nos quais conquistou 8 medalhas, marca esta que, até 2008, nunca outro atleta havia igualado, numa única edição dos jogos.
Com efeito, Dityatin tornou-se na grande figura dos Jogos de Moscovo, ao conquistar 8 medalhas, das quais 3 de ouro, 4 de prata e uma de bronze. Só passados 28 anos, nos Jogos Olímpicos de Pequim, é que um atleta iria igualar este recorde de 8 medalhas, se bem que, desta vez, o atleta em questão, o nadador norte-americano Michael Phelps, tenha conquistado 8 medalhas de ouro!
Na edição de 1980 dos Jogos Olímpicos, Dityatin venceu o concurso geral, tanto individual como colectivamente, triunfando, ainda, no exercício de argolas. As 4 medalhas de prata foram obtidas nas paralelas, no salto de cavalo, na barra fixa e no cavalo com arções, tendo a medalha de bronze sido conquistada nos exercícios no solo.
Este ginasta soviético fez também história pelo facto de ter sido o primeiro atleta a justificar a nota máxima (dez), a qual lhe foi atribuída na prova de salto de cavalo. No entanto, Dityatin não seria o único a obter a pontuação máxima, uma vez que, ainda nesta edição dos Jogos, logo a seguir, 4 outros ginastas viriam a ser igualmente pontuados com a nota dez.
Em 1976, nos Jogos Olímpicos de Montreal, Dityatin já se tinha estreado nas medalhas, ao conquistar a medalha de prata no exercício de argolas. Curiosamente, na edição de 1976 dos Jogos Olímpicos, a grande figura da ginástica foi outro compatriota seu, Nicolai Andrianov, que viria a conquistar 7 medalhas, menos uma, porém, em relação às 8 obtidas por Dityatin, na edição seguinte dos Jogos.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

DEVERS, Gail (EUA, Atletismo)

Gail Devers, nascida a 19 de Novembro de 1966, em Seattle (EUA), foi uma das maiores atletas norte-americanas de sempre e uma das melhores velocistas mundiais de todos os tempos.
Gail Devers entrou para a história do atletismo e, em particular, dos Jogos Olímpicos, como a 2ª mulher, até hoje (a 1ª foi a atleta norte-americana, Wyomia Tyus, em 1964 e 1968), a conquistar 2 títulos olímpicos na prova de 100 metros, facto este ocorrido em duas edições consecutivas dos Jogos, em 1992 (Barcelona) e 1996 (Atlanta). Para além desta proeza já de si notável, Gail Devers é também a atleta que mais medalhas conquistou, até hoje, em grandes competições internacionais de atletismo, nada mais nada menos que 18 medalhas!
De facto, Gail Devers foi uma das mulheres mais rápidas de todos os tempos, quer nos 60 e 100 metros planos, quer nos 60 e 100 metros barreiras, sendo, de longe, a atleta que obteve mais vitórias e alcançou mais títulos naquelas quatro especialidades da velocidade.
Com efeito, Gail Devers era uma atleta bastante completa e versátil naquelas duas distâncias, com e sem barreiras, quer em pista ao ar livre, quer em pista coberta, revelando uma grande regularidade em termos de obtenção de excelentes marcas ao longo de mais de uma década ao mais alto nível. Para esta brilhante performance, muito contribuiu o intenso trabalho desenvolvido pela atleta orientado por Bob Kersee, o famoso treinador que também treinou a não menos famosa Florence Griffith-Joyner, tricampeã olímpica (100 metros, 200 metros e estafeta 4 x 100 metros) nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988.
Contudo, inicialmente, a carreira de Gail Devers, como atleta de alta competição, esteve seriamente ameaçada e o seu estado de saúde assumiu uma gravidade tal, ao ponto da atleta ter estado em risco de ver amputados parte dos seus membros inferiores, nomeadamente os pés, devido a um distúrbio raro da tiróide, conhecido como Doença de Graves.
Na verdade, no final de 1988, foi-lhe diagnosticada uma infecção grave na tiróide que lhe provocava, entre outros sintomas, tonturas constantes, extrema fadiga, perda de audição, de visão e de memória e diminuição brusca de peso. Numa fase mais complicada da doença, os seus pés chegaram a formar coágulos sanguíneos do tamanho de um limão, o que levou os médicos a ponderarem seriamente a hipótese de lhe amputarem os pés.
Graças a um tratamento e recuperação verdadeiramente espantosos e quase milagrosos, e fruto, igualmente, da sua extraordinária força de vontade, perseverança e elevado espírito de sacrifício, Gail Devers conseguiu vencer a doença e ultrapassar definitivamente este grave problema de saúde que chegou a pôr em risco a sua carreira desportiva e até a sua saúde como mulher.
Durante 2 anos (1989 e 1990), Gail Devers fez a sua "travessia do deserto" e ficou afastada das competições desportivas, submetendo-se, durante aquele período, a um intenso tratamento à base de radiações, medicação para a tiróide, dieta rigorosa e treinos específicos.
Depois de completamente recuperada e reabilitada para a prática desportiva e, em particular, para o atletismo de alta competição, Gail Devers teve um regresso notável às competições internacionais e, a partir de 1991, começou a acumular vitórias e títulos em grandes eventos mundiais, nomeadamente, em Campeonatos do Mundo de Atletismo (em pista ao ar livre e em pista coberta) e em Jogos Olímpicos, tendo, no conjunto de todas estas competições, conquistado um total de 18 (!) medalhas, das quais 13 de ouro e 5 de prata.
Vejamos, em pormenor, o seu fabuloso palmarés, enriquecido durante 13 anos, entre 1991 e 2004:
- 1991, Campeonatos do Mundo de Atletismo de Tóquio: uma medalha de prata (100 metros barreiras);
- 1992, Jogos Olímpicos de Barcelona: duas medalhas de ouro (100 metros planos e estafeta de 4 x 100 metros), tendo ficado apenas em 5º lugar na prova de 100 metros barreiras, devido ao facto de ter tropeçado no último obstáculo quando seguia na frente da corrida;
- 1993, Campeonatos do Mundo de Atletismo de Estugarda (Alemanha): duas medalhas de ouro (100 metros planos e 100 metros barreiras) e uma medalha de prata (estafeta de 4 x 100 metros);
- 1993, Campeonatos do Mundo de Atletismo (pista coberta) de Toronto (Canadá): uma medalha de ouro (60 metros planos);
- 1995, Campeonatos do Mundo de Atletismo de Gotemburgo (Suécia): uma medalha de ouro (100 metros barreiras);
- 1996, Jogos Olímpicos de Atlanta: duas medalhas de ouro (100 metros planos e estafeta de 4 x 100 metros), tendo voltado a falhar a conquista de uma medalha nos 100 metros barreiras, ficando, desta vez, em 4º lugar, muito perto do pódio;
- 1997, Campeonatos do Mundo de Atletismo de Atenas: uma medalha de ouro (estafeta de 4 x 100 metros);
- 1997, Campeonatos do Mundo de Atletismo (pista coberta) de Paris: uma medalha de ouro (60 metros planos);
- 1999, Campeonatos do Mundo de Atletismo de Sevilha: uma medalha de ouro (100 metros barreiras);
- 1999, Campeonatos do Mundo de Atletismo (pista coberta) de Maebashi (Japão): uma medalha de prata (60 metros planos);
- 2001, Campeonatos do Mundo de Atletismo de Edmonton (Canadá): uma medalha de prata (100 metros barreiras);
- 2003, Campeonatos do Mundo de Atletismo (pista coberta) de Birmingham (Inglaterra): uma medalha de ouro (60 metros barreiras);
- 2004, Campeonatos do Mundo de Atletismo (pista coberta) de Budapeste (Hungria): uma medalha de ouro (60 metros planos) e uma medalha de prata (60 metros barreiras).
Entre 1993 e 1996, Gail Devers venceu 16 finais consecutivas de 100 metros barreiras, na verdade a sua especialidade favorita, em relação à qual, porém, fica um certo sabor amargo e a frustração de não ter sido campeã olímpica. Na memória de todos quantos tiveram o privilégio e o prazer de assistir às exibições e às corridas de Gail Devers, ficará eternamente gravada a imagem de marca da atleta, isto é, as enormes unhas das mãos, que de tão compridas encurvavam, parecendo-se com as garras de uma fera!
O longo e extraordinário percurso desportivo e o fabuloso palmarés que Gail Devers construiu só se tornou possível devido ao seu espírito positivo e vencedor, nunca desistindo de lutar, nem perdendo a esperança, pois como ela própria afirmou um dia, "se alguém acredita que os sonhos se transformam realidade, esse alguém sou eu".

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

CUTHBERT, Betty (Austrália, Atletismo)

Elizabeth Cuthbert, nascida a 20 de Abril de 1938, em Sidney, na Austrália, foi uma das atletas australianas mais famosas de todos os tempos e uma das maiores velocistas mundiais de sempre, tendo sido carinhosamente apelidada de "a rapariga de ouro" pelos australianos.
Na verdade, aquele epíteto não poderia ser mais feliz e apropriado, para quem, como Cuthbert, alcançou grandes proezas, nomeadamente, a conquista de 4 medalhas de ouro em duas edições dos Jogos Olímpicos. Os seus feitos perdurarão para sempre, quer no coração e na memória do povo australiano, quer na história dos Jogos Olímpicos.
Com efeito, nos primeiros Jogos Olímpicos que tiveram lugar na Austrália, mais concretamente em Melbourne, em 1956, Cuthbert, então com apenas 18 anos mas já com imenso talento, tornou-se numa heroína nacional, graças às 3 medalhas de ouro conquistadas nas provas de 100 metros, 200 metros e estafeta de 4 x 100 metros.
Porém, 4 anos mais tarde, nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, quando se esperava que Cuthbert confirmasse os excelentes resultados obtidos em Melbourne, a história não se repetiu, devido a uma lesão entretanto sofrida pela atleta australiana, pouco tempo antes do início dos jogos, que a inferiorizou fisicamente, impedindo-a de defender os títulos olímpicos ganhos 4 anos antes.
Apesar da infelicidade e do azar sofridos por Cuthbert nos Jogos de Roma, esta não desisitiu e voltou a marcar presença na edição seguinte dos Jogos Olímpicos de 1964, realizados em Tóquio, onde, desta vez, iria fazer história. De facto, já com 26 anos, mais resistente e menos veloz, Cuthbert disputou a final da prova de 400 metros, vencendo-a de forma surpreendente e tornando-se no único atleta (entre homens e mulheres) que, até hoje, conseguiu ser campeão olímpico nas provas de 100, 200 e 400 metros.
Durante 8 anos, entre 1956 e 1964, no conjunto daquelas 3 especialidades, Cuthbert bateu 18 recordes do mundo, entrando definitivamente para a história do atletismo mundial.
Em 1979, com apenas 41 anos, foi-lhe diagnosticada uma esclerose múltipla, contudo, Cuthbert não desanimou e enfrentou a doença com coragem, lutando com todas as suas forças e energias, tal como antes fizera nas pistas.
Quando os Jogos Olímpicos voltaram a disputar-se no seu país e na sua cidade natal, Sidney, no ano 2000, Cuthbert foi uma das atletas australianas que tiveram a honra de transportar, dentro do estádio, a tocha olímpica, fazendo-o com a ajuda de uma cadeira de rodas. Escusado será dizer que o estádio inteiro lhe prestou uma enorme ovação e tributo, demonstrando a sua gratidão e homenageando uma atleta que tinha atingido a glória olímpica, com a conquista de 4 medalhas de ouro, e tinha entrado para a história e lenda dos Jogos Olímpicos e do desporto mundial do século XX, como a única atleta, até hoje, a vencer as finais olímpicas dos 100, 200 e 400 metros.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

CRUYFF, Johan (Holanda, Futebol)

Johan Cruyff, nascido a 25 de Abril de 1947, em Amesterdão, na Holanda, foi o maior futebolista holandês de sempre e um dos melhores jogadores mundiais de todos os tempos. Detentor de um palmarés fabuloso e de uma carreira fantástica, assinalada por grandes exibições e pela conquista de inúmeros títulos (individuais e colectivos), sobretudo, ao serviço do Ajax, Johan Cruyff é um nome lendário e uma das figuras mais marcantes e de maior sucesso do futebol mundial do século XX.
Oriundo de um bairro de Amesterdão, muito próximo do Estádio do Ajax, desde cedo, Cruyff começou a revelar grande vocação e talento para o futebol, quando jogava à bola nas ruas do seu bairro. Não espanta, pois, que aos 10 anos Cruyff ingressasse nas camadas jovens do Ajax. Contudo, a sua vida não teve um começo fácil, antes pelo contrário. Com a morte do seu pai, quando contava apenas 12 anos, Cruyff foi obrigado a contribuir para o sustento da família tendo, durante algum tempo, ajudado a mãe a vender frutas e legumes nas ruas de Amesterdão.
A 15 de Novembro de 1964, então com 17 anos, Cruyff faz a estreia na equipa principal do Ajax, frente ao Groningen. Apesar do clube de Amesterdão ter sido derrotado por 3-1, o golo solitário do Ajax foi da sua autoria, estreando-se assim também a marcar. Era o prenúncio de uma carreira auspiciosa que viria a ser recheada dos maiores êxitos e proezas.
Ao serviço do clube de Amesterdão, Cruyff destacou-se pela técnica, habilidade, rapidez, inteligência, intuição e visão de jogo dentro do campo, qualidades estas que rapidamente o tornaram no melhor jogador de sempre a envergar a camisola do Ajax. Durante os 11 anos (9 consecutivos: entre 1965 e 1973; 1982 e 1983) em que jogou no Ajax, Cruyff ganhou tudo o que havia para ganhar, senão vejamos: uma Taça Intercontinental (1972), uma Supertaça Europeia (1972), 3 Taças dos Campeões Europeus (1971, 1972 e 1973; uma vez finalista vencido, em 1969), 8 títulos de Campeão Nacional (1966, 1967, 1968, 1970, 1972, 1973, 1982 e 1983) e 5 taças da Holanda (1967, 1970, 1971, 1972 e 1983). Estes feitos são ainda mais impressionantes se nos lembrarmos que antes do aparecimento da dupla Cruyff - Rinus Michels (o treinador que o projectou a ele, ao Ajax e à Holanda para a fama), o futebol holandês passava despercebido na Europa e desempenhava um papel muito discreto e secundário no panorama internacional.
Os êxitos alcançados por Cruyff ao serviço do Ajax "carimbaram o seu passaporte" para o Barcelona, em 1973, numa transferência milionária para a época, que envolveu cerca de seis milhões de dólares. Logo na época de estreia no futebol espanhol, em 1974, Cruyff sagra-se campeão pelo Barcelona, vindo a conquistar ainda uma taça de Espanha ("Taça do Rei") em 1978, ano em que abandona o clube catalão, saturado e massacrado pela agressividade do futebol espanhol da altura.
Entretanto, em 1966, com 19 anos, Cruyff estreara-se pela selecção da Holanda, ao serviço da qual, durante 12 anos (entre 1966 e 1978), envergando a famosa camisola 14, disputou 48 jogos e marcou 33 golos. Ao serviço da selecção "laranja", Cruyff atingiu o momento mais alto no Campeonato do Mundo de Futebol de 1974, realizado na Alemanha, competição na qual a Holanda foi uma das selecções de referência, atingindo a respectiva final, tendo Cruyff sido a figura de maior destaque da Holanda, sendo inclusivamente considerado o melhor jogador do "Mundial".
Com efeito, a Holanda, cuja equipa viria a ser apelidada e eternizada de "laranja mecânica", foi a grande revelação do "Mundial" da Alemanha, deslumbrando o mundo com o seu "futebol total", no qual todos os jogadores defendiam e atacavam, sem terem posições rígidas em campo. Porém, no jogo da final, que colocou frente a frente a selecção holandesa e a selecção da casa, a Alemanha, personificadas respectivamente pelos 2 "monstros" do futebol mundial da altura, Cruyff e Beckenbauer (após a retirada de Pelé), a selecção "laranja" seria derrotada por 2-1.
No entanto, a Holanda iniciaria melhor o encontro, adiantando-se no marcador logo no 1º minuto de jogo, através de uma grande penalidade apontada por Neeskens, a punir derrube de Vogts a Cruyff. Porém, a Alemanha reagiu prontamente e conseguiu, ainda na 1ª parte, dar a volta ao marcador, primeiro, através de uma grande penalidade convertida por Breitner, e depois, por intermédio de Muller, com um remate colocado já dentro da grande área.
Apesar de, durante a 2ª parte, a Holanda ter atacado mais e ter pressionado a Alemanha em busca do empate, o resultado não se viria a alterar, para o que terá contribuído o "factor casa", o caloroso apoio do público alemão, a forte mentalidade competitiva e o elevado espírito de sacrifício dos jogadores alemães, liderados pelo Kaiser Franz Beckenbauer.
Em 1978, a Holanda voltaria a marcar presença na final do Campeonato do Mundo, disputado na Argentina, no entanto, Cruyff já não estava presente, tendo, pouco tempo antes do início da competição, recusado participar no "Mundial", alegando razões de ordem política, motivadas pelo repúdio, condenação e denúncia do regime que então vigorava na Argentina, mais concretamente, uma ditadura militar chefiada pelo general Videla.
A partir daquele ano, Cruyff não mais voltaria a envergar a camisola do seu país, renunciando em definitivo à selecção "laranja". Para esta tomada radical de posição, não terá sido alheio o seu temperamento difícil e reivindicativo que já o tinha feito, aliás, entrar, por diversas vezes, em divergências e em "rota de colisão" com a Federação Holandesa. Com efeito, o percurso de Cruyff na selecção foi sempre atribulado e marcado por uma relação de amor-ódio, que o impediu de contabilizar um maior número de internacionalizações e de golos.
Após a sua saída de Barcelona, em 1978, Cruyff rumou aos Estados Unidos, ingressando no futebol norte-americano, seduzido por uma nova experiência e pelo forte apelo dos dólares, que constituía uma espécie de "exílio dourado" para muitas "estrelas" do futebol europeu de então, em fim de carreira. Cruyff permaneceu, durante 3 épocas, nos Estados Unidos, tendo, nesse período de tempo, representado o Los Angeles Aztecs (1979) e o Washington Diplomats (1980 e 1981).
Após 3 anos de permanência nos States, Cruyff regressou à Europa e entrou novamente no futebol espanhol, ingressando no Levante, então a militar no campeonato da 2ª divisão de Espanha. A sua passagem pelo Levante foi curta, não chegando a completar um ano, após o que regressou ao seu país e ao seu clube do coração, o Ajax. No clube de Amesterdão, Cruyff esteve duas temporadas (1981-82 e 1982-83), conquistando 2 campeonatos e uma taça.
Porém, o Ajax não seria o seu último clube como jogador, já que, após um desentendimento com os responsáveis do clube, Cruyff, uma vez mais, demonstrando o seu temperamento difícil e o mau génio, "bateu com a porta", indo terminar a carreira no rival Feyenoord, prestes a completar 37 anos, ao serviço do qual se despediu em beleza do futebol, como jogador, conquistando a "dobradinha" (campeonato e taça), em 1984.
Chegava assim ao fim a carreira extraordinária de um jogador que conquistou tudo o que havia para conquistar no mundo do futebol, quer em termos individuais, quer em termos colectivos, apenas lhe faltando o título de campeão do mundo pela selecção, o qual lhe fugiu em 1974. A propósito de troféus individuais que foi acumulando ao longo da carreira e que enriqueceram ainda mais o seu fabuloso palmarés, contam-se os seguintes: 3 "bolas de ouro" (1971, 1973 e 1974) a premiar o melhor jogador da Europa; 1 "bola de bronze" (1975); duas vezes melhor jogador do campeonato holandês; duas vezes melhor marcador do campeonato holandês (1966/67 e 1971/72); melhor jogador europeu do século XX, em 1999. A terminar esta lista de prémios e honrarias, Cruyff foi ainda considerado, pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol, o 2º melhor jogador do Mundo de todos os tempos, a seguir a Pelé.
Em 20 anos de carreira (de 1964 a 1984), Cruyff marcou de forma intensa e impressiva o panorama futebolístico mundial do seu tempo, tendo deixado atrás de si um forte rasto de magia, classe e génio que fizeram dele uma lenda da história do futebol do século XX.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

COURT, Margaret (Austrália, Ténis)

Margaret Smith Court, nascida a 16 de Julho de 1942, em Albury, na Austrália, foi uma das maiores tenistas de todos os tempos e uma lenda do ténis feminino mundial, sendo ainda hoje a recordista de títulos do Grand Slam, com um total de 66 (!) triunfos, repartidos pelas seguintes especialidades: 26 em singulares senhoras, 20 em pares senhoras e 20 em pares mistos.
Margaret Court dominou as competições internacionais durante a década de 60 e início da década de 70, tendo-se tornado na 2ª tenista a conquistar individualmente, no mesmo ano, os 4 torneios do Grand Slam (Open da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e Open dos Estados Unidos). Esta façanha ocorreu em 1970, igualando o anterior feito cometido pela tenista norte-americana Maureen Connolly, em 1953.
Para além desta proeza, Margaret Court ficou a uma vitória do Grand Slam noutras 4 ocasiões, mais concretamente, em 1962, 1965, 1969 e 1973, conquistando, nessas 4 épocas, 3 dos chamados majors.
Do total de 26 títulos singulares conquistados por Margaret Court, em torneios do Grand Slam, 11 foram obtidos no Open da Austrália, marca esta que constitui ainda hoje recorde daquele torneio. Os restantes 15 títulos distribuiram-se da seguinte forma: 5 em Roland Garros, 3 em Wimbledon e 7 no Open dos Estados Unidos.
Margaret Court foi a primeira tenista a recorrer ao trabalho de ginásio para melhorar as suas capacidades físico-atléticas. A tenista australiana era uma atleta alta, forte, com uns longos braços, impressionando pela forma destemida e eficaz como actuava junto à rede. Era também capaz de executar todos os golpes com a mesma qualidade em qualquer tipo de superfície, capacidade esta, que a transformava numa jogadora supercompleta, com a vantagem acrescida de possuir uma enorme margem de progressão, devido ao facto de disputar também, com grande regularidade, as duas variantes de pares (femininos e mistos).
Margaret Court ficou ainda associada a outro grande feito tenístico, ao disputar a mais longa final da história do torneio de Wimbledon. Tal aconteceu na edição de 1970 do famoso torneio londrino, no qual Margaret Court venceu a sua grande rival norte-americana, Billie Jean King, em dois fantásticos sets, por 14-12 e 11-9.
Durante muitos anos, Margaret Court foi a indiscutível número um mundial e, em 1973, encabeçou o primeiro ranking da WTA. A tenista australiana jogou ténis ao mais alto nível durante 15 temporadas, tendo abandonado a modalidade em 1975, então com 33 anos, sendo detentora do mais fabuloso palmarés da história do ténis feminino.