sexta-feira, 5 de agosto de 2011

JUANTORENA, Alberto (Cuba, Atletismo)

Alberto Juantorena Danger, nascido a 3 de Dezembro de 1950, em Santiago de Cuba, foi um dos maiores atletas cubanos de todos os tempos e um dos melhores corredores mundiais de sempre de 400 e 800 metros.
Alberto Juantorena é, ainda hoje, o único atleta que conseguiu vencer as corridas de 400 e 800 metros na mesma edição dos Jogos Olímpicos, feito histórico alcançado nos Jogos de Montreal, em 1976 e que fez dele uma figura lendária no mundo do atletismo.
As próprias características físico-atléticas fora do comum de Juantorena fizeram dele um atleta único, pois raramente se viu um corredor tão robusto (alto e forte) e com uma passada tão larga em provas de 400 e 800 metros. Devido a estes atributos fora do normal, os seus compatriotas passaram a apelidar o atleta cubano, de forma elogiosa e carinhosa, de El Caballo ("O Cavalo").
Inicialmente Juantorena começou a praticar basquetebol, cuja modalidade parecia a mais talhada para si, tendo em conta as suas características físicas. Porém, um técnico dessa modalidade, ao constatar as qualidades atléticas de Juantorena, aconselhou-o a dedicar-se antes ao atletismo. Nascia assim um futuro campeão olímpico!
Após ter passado discretamente pelos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, fruto de um desempenho modesto, Juantorena começou a mostrar, nos anos seguintes, as suas qualidades, provando que seria um atleta a ter em conta na luta pelas medalhas nos próximos Jogos Olímpicos.
Com efeito, em 1973 e 1974, o atleta cubano venceria todas as corridas em que participou. Contudo, em 1975, Juantorena teve de ser operado por duas vezes aos pés, pondo, inclusivamente, em risco a sua participação nos Jogos Olímpicos de Montreal do ano seguinte. Na verdade, dada a sua morfologia física muito peculiar - com uma altura e peso pouco comuns para um corredor de 400 e 800 metros - Juantorena foi sempre um atleta bastante atreito a lesões, tendo a sua carreira de sucesso sido, não poucas vezes, afectada por aquelas.
No entanto, apesar dos azares do ano anterior, Juantorena estava confiante nas suas capacidades e apostava fortemente na conquista de, pelo menos, uma medalha, concretamente, nos 400 metros, em cuja distância era um dos principais favoritos à vitória. O mesmo já não se passava nos 800 metros, onde o seu desempenho era uma verdadeira incógnita, uma vez que nesta distância possuía muito menos experiência comparativamente com os 400 metros, e nas duas voltas à pista o aspecto táctico assume uma importância determinante no desfecho final da corrida.
Contudo, 3 meses antes dos Jogos de Montreal, Juantorena tinha percorrido os 800 metros no excelente tempo de 1 minuto e 44,9 segundos, marca esta que lhe permitia acalentar esperanças num bom desempenho na final olímpica.
E, de facto, foi isso mesmo que veio a acontecer, tendo a sua corrida superado todas as expectativas. Na final dos 800 metros, Juantorena passou para a frente da corrida cumprida a 1ª volta à pista (com o tempo de 50,9 segundos) e não mais deixou a liderança até final, fazendo uma prova inequívoca da sua superioridade sobre os demais adversários e terminando os 800 metros com a marca fantástica de 1 minuto e 43,50 segundos e consequente recorde mundial da distância.
Depois deste triunfo categórico, já não restavam dúvidas a respeito de quem era o grande favorito à vitória na prova de 400 metros, cuja distância era a grande especialidade de Juantorena. E, de facto, assim foi; o atleta cubano, uma vez mais, dominou toda a concorrência, vencendo a sua distância predilecta com a marca de 44,26 segundos.
A 21 de Agosto de 1977, em Sófia (Bulgária), numa prova de 800 metros, Juantorena melhora o seu anterior recorde do mundo, alcançado um ano antes (25 de Julho de 1976) nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 10 centésimos de segundo, obtendo agora a marca de 1 minuto e 43,40 segundos.
Alberto Juantorena ainda voltaria a marcar presença, pela 3ª vez, numa edição dos Jogos Olímpicos. Porém, desta vez, nos Jogos Olímpicos de Moscovo, em 1980, o seu desempenho esteve muito longe do alcançado 4 anos antes, nos Jogos de Montreal. Para tal, contribuiu em muito o facto de Juantorena se ter ressentido de uma operação ao tendão de aquiles, a qual deixou sequelas difíceis de superar e que viriam a prejudicar o seu desempenho nos Jogos de Moscovo, nomeadamente, não lhe permitindo ir além do 4º lugar na prova de 400 metros.
Perto de completar 30 anos, Alberto Juantorena despedia-se definitivamente dos Jogos Olímpicos, onde em 1976 se transformou numa lenda do atletismo mundial ao tornar-se bicampeão olímpico de 400 e 800 metros, um feito inédito na História dos Jogos Olímpicos.
Retirado das pistas, Alberto Juantorena passou a dedicar-se a actividades de cariz político, nomeadamente, desempenhando cargos desportivos governamentais de promoção e desenvolvimento do atletismo no seu país. Juantorena assumiu-se sempre como um fiel defensor do regime político de Fidel Castro e, em várias intervenções públicas no desempenho de cargos oficiais, nunca se coibiu de criticar os Estados Unidos, bem ao estilo do seu líder.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

JOYNER-KERSEE, Jackie (EUA, Atletismo)

Jacqueline Joyner-Kersee, nascida a 3 de Março de 1962, em St. Louis, no Estado do Illinois (EUA), foi uma das maiores atletas norte-americanas de todos os tempos e a melhor de sempre no heptatlo. Jackie é, aliás, unanimemente considerada como uma das atletas mais completas de todos os tempos, senão mesmo a mais completa de sempre.
Desde cedo Jackie começou a revelar todo o seu talento para as várias especialidades do atletismo, destacando-se pela sua versatilidade e polivalência quer nas corridas, quer nos lançamentos ou nos saltos.
Em 1984, então com 22 anos, Jackie Joyner aparece, pela primeira vez, na ribalta internacional, participando nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, onde conquista a medalha de prata na prova do heptatlo, ficando a escassos 5 pontos da 1ª classificada, a australiana Glynis Nunn. Curiosamente, também nestes jogos o seu irmão mais velho, Al Joyner (que viria, mais tarde, a casar-se com Florence Griffith-Joyner), teve um excelente desempenho, conquistando a medalha de ouro na prova do triplo salto.
Os Jogos de 1984 marcaram o início de uma carreira fulgurante para Jackie, a qual iria construir, num período de 12 anos, um palmarés fabuloso que lhe valeu o epíteto de "supermulher".
Com efeito, quatro anos mais tarde, nos Jogos Olímpicos de Seul, Jackie Joyner-Kersee (entretanto casada, em 1986, com o seu treinador Bob Kersee) conquista duas medalhas de ouro no heptatlo e no salto em comprimento. Já um ano antes, nos "Mundiais" de Roma, a atleta norte-americana havia conquistado a medalha de ouro naquelas duas provas.
Até ao final da década de 80, Joyner-Kersee não viria a perder mais nenhuma prova do heptatlo, vencendo, entre 1985 e 1991, as 12 provas em que participa. No dia 7 de Julho de 1986, em Moscovo, torna-se na 1ª mulher a ultrapassar a barreira dos 7000 pontos no heptatlo. Até ao final de 1995, repetiu este feito por mais 5 vezes, colocando o recorde mundial na extraordinária marca de 7291 pontos, precisamente nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. Jackie é, ainda hoje, passados 25 anos daquele feito alcançado em Moscovo/1986, a recordista mundial do heptatlo.
Mas não foi apenas no heptatlo que Jackie Joyner-Kersee brilhou ao mais alto nível; também no salto em comprimento conseguiu alcançar grandes êxitos e marcas, concretamente, sagrando-se por duas vezes campeã do mundo em Roma/1987 e Tóquio/1991, para além de ter conquistado, nesta prova, a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988 e nos Jogos Pan-Americanos, em Indianápolis/1987. Ainda em 1987, bate o recorde do Mundo do salto em comprimento, detendo este estatuto até 1988; em 1994 alcança a sua melhor marca nesta disciplina, com 7,49 metros.
No entanto, nem só de sucessos foi feita a carreira de Joyner-Kersee, pois a atleta norte-americana sofreu também desaires, sendo, igualmente, vítima de alguns infortúnios. Foi o caso, por exemplo, do ocorrido no Campeonato do Mundo de Tóquio, em 1991, em que Jackie, um dia depois de conquistar a medalha de ouro na prova de salto em comprimento, foi obrigada a desistir do heptatlo, devido a uma rotura muscular sofrida no decorrer da corrida de 200 metros. Este abandono representou o fim de uma invencibilidade no heptatlo que já durava há quase 6 anos.
Em 1992, nos Jogos Olímpicos de Barcelona, Jackie, então com 30 anos, revalida o título olímpico do heptatlo, tornando-se na primeira mulher a alcançar semelhante feito em provas combinadas. Ainda nestes jogos, viria a alcançar a medalha de bronze no salto em comprimento, sendo derrotada pela sua amiga e grande rival alemã, Heike Drechsler, a qual conquistava, na altura, a sua 1ª medalha de ouro olímpica.
Um ano depois, no Campeonato do Mundo de Estugarda, Joyner-Kersee conquista a medalha de ouro no heptatlo que lhe havia escapado, por lesão, 2 anos antes, nos "Mundiais" de Tóquio/1991.
Com 34 anos, Joyner-Kersee viria ainda, em 1996, a participar nos seus 4º Jogos Olímpicos, realizados em Atlanta, conquistando a sua 6ª medalha olímpica, fruto da medalha de bronze alcançada no salto em comprimento, única prova em que competiu.
No brilhante currículo desportivo de Jackie constam assim 10 medalhas: 6 olímpicas, das quais 3 de ouro, uma de prata e duas de bronze; 4 conquistadas em Campeonatos Mundiais, todas de ouro.
Ao longo da sua longa e rica carreira, Jackie Joyner-Kersee foi alvo das mais altas distinções no seu país. Assim, em 1986, 1987 e 1994 foi eleita atleta mundial do ano pela prestigiada revista Track & Field News; ainda em 1986, tornou-se na 1ª mulher a ser considerada atleta do ano pela Sporting News; mais recentemente, a revista Sports Illustrated elegeu-a como a maior atleta feminina do século XX.
Na verdade, achamos que não é exagero nenhum tal distinção, pois quem é recordista mundial do heptatlo (desde 1986), quem conquistou 10 medalhas (das quais 6 olímpicas) e, ainda, quem alcançou 4 medalhas de ouro naquela prova (provavelmente a mais dura e completa do atletismo feminino), merece indiscutivelmente ser considerada "a atleta dos sete trabalhos de Hércules"!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

JORDAN, Michael (EUA, Basquetebol)

Michael Jeffrey Jordan, nascido a 17 de Fevereiro de 1963, no estado norte-americano da Carolina do Norte, foi um dos maiores basquetebolistas norte-americanos de todos os tempos, sendo, inclusivamente, considerado o melhor de sempre da História do basquetebol.
Em 1982, então com 19 anos, Michael Jordan sagrou-se campeão da NCAA, ao serviço da Universidade da Carolina do Norte, sendo logo a seguir chamado a representar, pela 1ª vez, a selecção norte-americana, participando, em Genebra (Suíça) e em Budapeste (Hungria), numa prova destinada à comemoração do cinquentenário da FIBA.
Dois anos mais tarde, em 1984, Michael Jordan é convocado para a selecção dos EUA que vai disputar o torneio olímpico de basquetebol nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. É precisamente neste torneio que Michael Jordan mostra ao Mundo as suas fantásticas qualidades de autêntico fora de série.
Com efeito, nos Jogos Olímpicos de 1984, Michael Jordan salta definitivamente para a ribalta, fazendo, já nessa altura, prever que se iria tornar, a curto prazo, no melhor basquetebolista do século XX.
Nos Jogos de Los Angeles, este jogador de 1,98 metros e 89 quilos, marcou uma média de 17,7 pontos por jogo, tendo-se destacado pela rapidez, habilidade, inteligência, espírito competitivo e poder de salto. Os seus inigualáveis voos em direcção ao cesto passaram a ser a sua imagem de marca, cuja característica lhe deram o apelido de "air Jordan"!
Na final do torneio olímpico, os EUA venceram facilmente a Espanha por um resultado esmagador de 96-65 e Michael Jordan sagrava-se, assim, pela 1ª vez, campeão olímpico, cuja proeza iria repetir 8 anos mais tarde.
Em 1983 e 1984, Michael Jordan foi eleito o melhor jogador do ano da modalidade pela prestigiada revista Sporting News e designado para o All American First Team.
Após os Jogos Olímpicos de Los Angeles, Michael Jordan aderiu ao profissionalismo, entrando na famosa NBA em representação dos Chicago Bulls. Durante 9 épocas consecutivas, entre 1985 e 1993, Michael Jordan bateu um número impressionante de recordes e projectou os Bulls para 3 títulos da NBA consecutivos, em 1991, 1992 e 1993.
No final deste último ano, Michael Jordan retirou-se temporariamente da competição. Um ano antes, nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, Michael Jordan voltou a sagrar-se campeão olímpico da modalidade, integrando o célebre Dream Team dos EUA, cuja equipa passeou toda a sua classe e superioridade em Barcelona, batendo na final do torneio a Croácia por 118-85.
Após uma breve pausa de pouco mais de um ano, na qual viveu, durante 17 meses, uma experiência pouco feliz no Basebol, em Abril de 1994 (já na 2ª metade da época), Michael Jordan regressou ao basquetebol e ao Chicago Bulls.
Ao contrário do que, eventualmente, se poderia pensar, aquela curta paragem não retirou a Michael Jordan quaisquer das enormes qualidades que o notabilizaram como basquetebolista de craveira excepcional. A comprovar esta afirmação, está o facto de, uma vez mais, "air Jordan" ter levado os Bulls à conquista de mais 3 títulos consecutivos da NBA , em 1996, 1997 e 1998, elevando, assim, para 6 o número de títulos conquistados na mais competitiva liga mundial de desportos colectivos.
Em 1999, então com 36 anos, Michael Jordan abandonou definitivamente o basquetebol, encerrando uma fantástica carreira que o coroou como o maior basquetebolista do mundo do século XX. As marcas e os recordes alcançados por "air Jordan", ao longo de uma brilhante carreira de 15 anos na NBA, ficam para a eternidade. Vejamos, então, o incrível palmarés do atleta que chegou a ser, nos anos 90, o desportista mais bem pago do mundo:
- 6 títulos da NBA (1991, 1992, 1993, 1996, 1997 e 1998);
- bicampeão olímpico de basquetebol (1984 e 1992);
- 10 vezes o melhor marcador (7 delas consecutivas) da NBA;
- 5 vezes MVP da NBA e 6 vezes MVP das finais;
- 13 vezes seleccionado para o All Star Game (3 delas MVP);
- 1º e único jogador a realizar um triplo-duplo no All Star Game;
- média de 21,1 pontos por jogo no All Star Game;
- 3041 pontos obtidos numa época;
- 69 pontos obtidos num jogo e 63 pontos obtidos numa partida dos play-offs;
- média de 32 pontos no total de jogos efectuados e média de 41 pontos por jogo numa final;
- 23 pontos consecutivos obtidos numa partida;
- 17 assistências num encontro, 10 roubos de bola num jogo e 6 desarmes de lançamento numa partida.
Michael Jordan ainda regressou à NBA, 1º como dirigente e co-proprietário dos Washington Wizards, depois como jogador da equipa, tendo realizado duas épocas em que, embora não rendendo o mesmo de outros tempos, jogou, ainda assim, a um nível elevado.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

JOHNSON, Michael (EUA, Atletismo)

Michael Duane Johnson, nascido a 13 de Setembro de 1967, em Dallas, no Estado do Texas (EUA), foi um dos maiores atletas norte-americanos de todos os tempos e o maior especialista mundial de sempre de 200 e 400 metros.
Michael Johnson foi a grande "estrela" dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, ao tornar-se no 1º atleta da História dos Jogos Olímpicos a vencer as provas de 200 e 400 metros numa mesma edição dos Jogos. Além deste feito, o atleta norte-americano bateu, em Atlanta, o recorde do Mundo de 200 metros, sendo que, o anterior recorde remontava a 1979, então obtido pelo atleta italiano Pietro Mennea. Este recorde que já tinha 17 anos foi baixado para o fantástico tempo de 19,32 segundos. Esta marca perdurou durante 12 anos (entre 1996 e 2008) na posse de Michael Johnson, uma vez que somente a 20 de Agosto de 2008 viria a ser superada pelo atleta jamaicano, Usain Bolt.
Quatro anos mais tarde, nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, Michael Johnson tornou-se, igualmente, no 1º atleta a conquistar 2 títulos olímpicos consecutivos na prova de 400 metros, repetindo na pista australiana a vitória obtida 4 anos antes na pista de Atlanta.
Em 1996, à partida para os Jogos Olímpicos de Atlanta, Michael Johnson, então prestes a completar 29 anos, apresentava-se já com um palmarés invejável, do qual faziam parte 6 títulos mundiais, repartidos igualmente por 3 provas: duas medalhas de ouro conquistadas nos 200 metros, outras duas medalhas de ouro alcançadas nos 400 metros e ainda mais duas medalhas de ouro obtidas na estafeta de 4 x 400 metros.
Para além do sucesso anteriormente alcançado em Campeonatos do Mundo de Atletismo, o atleta norte-americano surgiu em Atlanta, exibindo 55 vitórias consecutivas nos 400 metros, sendo, ainda, detendor de 7 dos 10 melhores tempos de sempre nesta distância. Não espantou, portanto, as vitórias alcançadas por Michael Johnson no duplo hectómetro e na volta à pista.
Michael Johnson havia participado, pela 1ª vez, numa edição dos Jogos Olímpicos, nos Jogos de Barcelona, em 1992. Porém, apesar de ser um dos grandes favoritos à vitória nas provas de 200 e 400 metros destes jogos, o atleta norte-americano viria a ter uma presença frustrante, apenas conquistando uma medalha de ouro na estafeta de 4 x 400 metros.
Tal prestação infeliz de Michael Johnson na pista de Barcelona ficou a dever-se a um desarranjo intestinal provocado por uma intoxicação alimentar, que o debilitou fisicamente, ao ponto de o ter, inclusivamente, impedido de ser finalista naquelas duas provas. Aliás, já em 1988, Michael Johnson havia sido perseguido pelo azar, ao fracturar uma perna no início da época, que o impediu de estar presente nos Jogos Olímpicos de Seul.
Durante os anos seguintes aos Jogos Olímpicos de Atlanta, Michael Johnson continuou a dominar os 400 metros, conquistando nesta distância mais 3 títulos mundiais (2 individuais e 1 colectivo). Em 1999, o atleta norte-americano alcançou um novo recorde do mundo, o seu 2º, desta vez nos 400 metros, com o tempo de 43,18 segundos, o qual ainda se mantém em seu poder até hoje. Também detém o recorde mundial da estafeta de 4 x 400 metros, com o tempo de 2 minutos e 54,2 segundos.
Só para se ter uma pequena ideia da supremacia evidenciada por Michael Johnson, ao longo da sua carreira, nos 200 e, sobretudo, nos 400 metros, basta dizer que este correu 11 vezes os 200 metros abaixo dos 20 segundos e correu 16 vezes os 400 metros abaixo dos 44 segundos.
Ao longo de uma década ao mais alto nível, Michael Johnson conquistou 13 medalhas de ouro, 4 delas conquistadas em 3 edições dos Jogos Olímpicos e 9 conquistadas em 5 edições de Campeonatos do Mundo de Atletismo, como a seguir se indica, por ordem cronológica das respectivas competições:

Campeonato do Mundo (Tóquio - 1991): medalha de ouro (200 metros);
Jogos Olímpicos (Barcelona - 1992): medalha de ouro (estafeta 4 x 400 metros);
Campeonato do Mundo (Estugarda - 1993): duas medalhas de ouro (400 metros e estafeta 4 x 400 metros);
Campeonato do Mundo (Gotemburgo - 1995): 3 medalhas de ouro (200 e 400 metros e estafeta 4 x 400 metros);
Jogos Olímpicos (Atlanta - 1996): duas medalhas de ouro (200 e 400 metros);
Campeonato do Mundo (Atenas - 1997): medalha de ouro (400 metros);
Campeonato do Mundo (Sevilha - 1999): duas medalhas de ouro (400 metros e estafeta 4 x 400 metros);
Jogos Olímpicos (Sidney - 2000): medalha de ouro (400 metros).

sábado, 22 de maio de 2010

JOHNSON, Magic (EUA, Basquetebol)

Magic Johnson exibe orgulhoso a medalha de ouro
conquistada pelo Dream Team nos Jogos Olímpicos
de Barcelona, em 1992.

Earvin Johnson Jr. nascido, a 14 de Agosto de 1959, em Lansing, no estado de Michigan (EUA), foi um dos maiores basquetebolistas norte-americanos de todos os tempos e um dos melhores bases da História da NBA.
Desde cedo, que Earvin Johnson começou a revelar o seu enorme talento e as suas extraordinárias aptidões físicas e técnicas para a prática do basquetebol. O apelido de "mágico" pelo qual viria, futuramente, a ser conhecido no mundo do basquetebol foi-lhe atribuído por um jornalista, quando Earvin contava apenas 15 anos.
No campeonato da NCAA (liga universitária norte-americana), em representação da Universidade de Michigan, Magic Johnson rubricou exibições brilhantes, tendo-se sagrado campeão da NCAA.
Em 1979, então com 20 anos, Magic Johnson entrou na célebre liga profissional dos Estados Unidos (NBA), para representar os Lakers de Los Angeles. A 1ª temporada constituiu, para Magic Johnson, o cumprimento de mais uma etapa rumo ao estrelato, pois logo no seu 1º ano como basquetebolista profissional, foi eleito para integrar um dos "cincos iniciais" do All-Star Game, facto inédito, pois era a 1ª vez na História da NBA que um estreante obtinha tal distinção.
Na temporada seguinte, venceu o 1º dos seus 5 títulos da NBA, realizando uma final fantástica contra os 76'ers de Filadélfia. Nas épocas seguintes, Magic assumiu-se definitivamente como um dos principais "trunfos" da sua equipa, levando os Lakers a afirmarem-se como a grande equipa da década de 80, sucedendo aos Celtics, do seu rival e amigo, Larry Bird.
A ligação de Magic Johnson aos Lakers de Los Angeles durou 13 anos, entre 1979 e 1991. Em 11 deles, conseguiu o acesso ao All-Star Game, em 5 épocas conquistou o título da NBA (1980, 1982, 1985, 1987 e 1988), em 3 temporadas foi eleito o melhor jogador da NBA (1987, 1989 e 1990) e em outras tantas, foi considerado o MVP (jogador mais valioso) das finais (1980, 1982 e 1987).
Em 1991, já com 32 anos, mas ainda na plenitude das suas fantásticas capacidades, Magic Johnson chocou o Mundo ao anunciar que era seropositivo. Contudo, até na forma como conseguiu enfrentar e ultrapassar esta terrível doença, Magic mostrou ser um campeão fora de série.
A comprovar a sua força psicológica, está o facto de ter continuado em competição, sendo, inclusivamente, integrado na selecção olímpica norte-americana que brilhou, como nunca outra selecção o havia feito antes, nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992.
Com efeito, Magic Johnson foi uma das "estrelas" do famoso Dream Team que encantou o mundo do basquetebol, na companhia de Larry Bird, John Stockton, Patrick Ewing, Karl Malone, David Robinson, Clyde Drexler, Charles Barkley, Scottie Pippen e Michael Jordan, indiscutivelmente, a maior "constelação de estrelas" que existiu até hoje na História do Basquetebol Olímpico e Mundial.
Após se ter retirado por alguns anos, Magic Johnson regressou ao basquetebol e à sua equipa de sempre, os Lakers, em 1996, mas apenas por breves 5 meses, abandonando, definitivamente, a modalidade que o consagrou à escala planetária, como um dos seus maiores praticantes do século XX. A partir de então, continuou ligado ao desporto, mais concretamente, a acções e campanhas de divulgação/sensibilização, prevenção e combate da SIDA, cuja doença não o impediu de vencer e de continuar a viver, até hoje.

sábado, 8 de maio de 2010

Benfica - 2º classificado (Época 1977/78)

Em 1978, a "Fosforeira Portuguesa - Espinho" voltou a lançar mais uma colecção de carteiras de fósforos, desta vez, com o plantel do Benfica, referente à época de 1977/78. A colecção era constituída por 24 carteiras de fósforos, que traziam as fotografias dos 2 técnicos e dos 22 jogadores do plantel benfiquista, sendo que cada carteira trazia 40 fósforos (amorfos) e custava 9 tostões (90 centavos).

De cima para baixo e da esquerda para a direita: John Mortimore (treinador inglês), Rui Silva (treinador adjunto e preparador físico); Bento (g.r.), José Henriques (g.r.), Fidalgo (g.r.), Bastos Lopes, Humberto Coelho, Eurico, Barros, Alberto, Pietra, Pereirinha, Shéu, Toni, Vítor Martins, Mário Wilson, Celso, Spencer, José Luís, Chalana, Diamantino, Cavungi, Jorge Silva e Nené.

Depois de se ter sagrado campeão nacional durante 3 épocas consecutivas (1974/75, 1975/76 e 1976/77), o Benfica viu interrompida esta série vitoriosa na temporada de 1977/78, não conseguindo conquistar o tão desejado tetracampeonato. O responsável por este facto foi o F.C. Porto que, ao fim de 18 anos de "jejum", voltou a sagrar-se campeão nacional, sob o comando de José Maria Pedroto.
Este campeonato foi, aliás, bastante equilibrado e renhido, sendo disputado "palmo a palmo", até à última jornada, por "Dragões" e "Águias". Ambas as equipas terminaram a prova empatadas com 51 pontos cada, porém, o desempate favoreceu os portistas, devido ao seu melhor goal-average.
A nível futebolístico, a temporada de 1977/78 foi, para o Benfica, uma época para esquecer, apesar da equipa encarnada ter terminado o campeonato sem qualquer derrota. Acontece, no entanto, que acabou por não ganhar qualquer troféu, pois, enquanto o F.C. Porto conquistou o título de campeão nacional, o Sporting venceu a Taça de Portugal, derrotando, numa finalíssima, precisamente o F.C. Porto, por 2-1 (após 1-1 no 1º jogo da final).
Também ao nível das competições europeias de clubes, o Benfica foi eliminado, nos quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus, pela forte equipa inglesa do Liverpool, a qual viria, aliás, a conquistar o prestigiado troféu.

domingo, 11 de abril de 2010

JAIRZINHO (Brasil, Futebol)

Jair Ventura Filho, nascido a 25 de Dezembro de 1944, em Caxias (Brasil), foi um dos maiores futebolistas brasileiros de todos os tempos e um dos melhores avançados de sempre da História da selecção brasileira, tendo feito parte do célebre "escrete canarinho" que encantou e deslumbrou o mundo do futebol, sagrando-se tricampeão mundial no Campeonato do Mundo do México, em 1970.
Com efeito, Jair, mundialmente conhecido, no meio futebolístico, por Jairzinho, foi uma das principais figuras do Brasil no "Mundial" de 1970, tendo sido um dos vários jogadores brasileiros que ficaram imortalizados na História do Campeonato do Mundo de Futebol. Aliás, essa selecção brasileira do México-70 é considerada, por muitos especialistas, jornalistas, comentadores, treinadores, jogadores e adeptos, como a melhor selecção de sempre dos "Mundiais" de futebol.
Na verdade, Jairzinho foi um autêntico "astro" do futebol mundial do seu tempo, tendo rubricado grandes exibições ao serviço, sobretudo, do Botafogo e do "escrete canarinho". Para além das suas extraordinárias qualidades como futebolista, dotado de uma grande capacidade física, um remate poderoso, velocidade e capacidade técnica acima da média, Jairzinho destacou-se sempre pela regularidade exibicional revelada, nomeadamente, em representação da selecção brasileira.
Na verdade, Jairzinho teve uma passagem brilhante pela selecção "canarinha", possuindo, inclusivamente, 2 recordes notáveis, difíceis de superar e até de igualar. Assim, no que diz respeito à sua presença em jogos da fase final do "Mundial", Jairzinho alinhou em todas as 16 partidas que o Brasil efectuou nas fases finais dos "Mundiais" de Inglaterra-1966 (3 jogos), México-1970 (6 jogos) e Alemanha-1974 (7 jogos), marca esta nunca igualada. Além disso, no "Mundial" do México-1970, Jairzinho marcou golos em todos os 6 jogos que disputou, proeza esta que constitui recorde a nível mundial. Apesar deste feito, o avançado alemão Muller sagrou-se o melhor marcador da competição, com 10 golos, mais 3 que os apontados por Jairzinho.
Quando cedo despontou ao serviço do Botafogo, Jairzinho foi logo considerado o sucessor de Garrincha. Em 1964, com apenas 20 anos, Jairzinho estreou-se na selecção brasileira, tendo ainda durante 2 anos jogado com o seu grande ídolo. Dois anos mais tarde, Jairzinho, então com 22 anos, marcou presença no seu 1º "Mundial", em Inglaterra-1966. Contudo, a campanha realizada pelo "escrete" foi um autêntico fracasso, não conseguindo sequer passar da fase de grupos, ao sofrer duas derrotas, diante de Portugal e da Hungria.
Quatro anos mais tarde, no "Mundial" do México", o Brasil redimiu-se, efectuando uma campanha sensacional, obtendo só vitórias em todos os jogos realizados, conduzindo-o ao título mundial, ao vencer, na final, a Itália, por 4-1 (3º golo da autoria de Jairzinho). Jairzinho foi o marcador de serviço da selecção, com 7 golos, realizando grandes exibições e sendo, naturalmente, uma das principais figuras do Brasil, não ficando a dever nada às restantes "estrelas canarinhas", como Rivelino, Tostão, Gerson, Carlos Alberto e até Pelé.
Posicionado em campo como extremo direito, Jairzinho destacou-se pela sua forma peculiar de jogar, caracterizada por arrancadas fulgurantes e cavalgadas impetuosas pelo lado direito, as quais culminavam com remates fortíssimos e colocados. Por este motivo, Jairzinho ficou justamente celebrizado, no "Mundial" do México de 1970, por "O Furacão da Copa".

Uma das "equipas-maravilha" do Brasil no "Mundial" do México-1970.
Jairzinho é o 1º jogador em baixo a contar da esquerda.
Reconhecem-se ainda outros craques brasileiros, como, por exemplo,
Rivelino, Tostão, Pelé, Carlos Alberto (cap.), Félix (g.r.), entre outros.

Na sua 3ª presença num "Mundial", desta feita, na Alemanha, em 1974, Jairzinho, então com 30 anos, era já um jogador amadurecido e bastante experiente, tendo passado a jogar no meio campo, como médio ofensivo. No entanto, apesar das boas exibições realizadas quer por si, quer pela própria selecção, o Brasil seria afastado da final pela Holanda, tendo de contentar-se com a disputa do jogo de atribuição dos 3º e 4º lugares, no qual foi derrotado (1-0) pela Polónia.
Em representação do "escrete canarinho", Jairzinho totalizou 87 internacionalizações, tendo marcado 38 golos, 9 dos quais em "Mundiais".
Ao serviço da selecção brasileira, Jairzinho esteve também presente na MiniCopa de 1972 (Torneio "Independência do Brasil"), em cuja prova também participou Portugal, atingindo a final precisamente com o Brasil. Nessa final bastante disputada e equilibrada entre os dois "países-irmãos", o "escrete canarinho" levou a melhor, vencendo a selecção portuguesa, por 1-0, tendo o golo solitário sido da autoria precisamente de Jairzinho.
Em matéria de conquistas relevantes ao serviço dos clubes por onde passou, Jairzinho venceu vários títulos, dos quais se destacam os seguintes: pelo Botafogo, conquistou a Taça Rio-São Paulo (1966), a Taça do Brasil (1968) e 2 Campeonatos Estaduais do Rio de Janeiro (campeonato "carioca"), em 1967 e 1968; pelo Cruzeiro, conquistou 1 Campeonato Estadual de Minas Gerais (1975) e uma Taça dos Libertadores da América (1976); conquistou ainda 1 Campeonato da Venezuela (1977), pela Portuguesa de Acarígua e 1 Campeonato da Bolívia (1979), pelo Jorge Wilstermann. 
À semelhança de muitos outros grandes futebolistas da América do Sul, também Jairzinho foi fortemente assediado por convites tentadores de clubes europeus, acabando, também ele, por não resistir a uma proposta irrecusável do Olympique de Marselha (França). Porém, o jogador brasileiro não teve uma experiência feliz em França, não se tendo adaptado nem ao país, nem ao clube, nem ao estilo do futebol europeu. Jairzinho acabou por ficar pouco tempo em França, não terminando sequer a temporada de 1974/75. Após problemas disciplinares que envolveram o jogador, este regressou ao Brasil, ingressando, na época seguinte, no Cruzeiro de Belo Horizonte.
Jairzinho viria a terminar a sua brilhante carreira, aos 38 anos, novamente no Botafogo, clube onde nasceu e se projectou para o futebol. Porém, ainda antes de "pendurar" as chuteiras no seu clube do "coração", Jairzinho ainda representou clubes de países vizinhos, concretamente, da Venezuela e da Bolívia, tendo jogado, respectivamente, na Portuguesa de Acarígua e no Jorge Wilstermann, ao serviço dos quais se sagrou campeão dos respectivos países.