quarta-feira, 29 de abril de 2009

EUSÉBIO (Portugal, Futebol)

Eusébio da Silva Ferreira, nascido a 25 de Janeiro de 1942, em Lourenço Marques (actual Maputo, Moçambique), foi o melhor jogador português de todos os tempos e um dos maiores avançados da história do futebol mundial.
Com efeito, Eusébio, que ficou mundialmente conhecido por "O Pantera Negra", foi um futebolista de craveira excepcional, tendo construído, ao longo de mais de 15 anos de uma carreira inigualável, um palmarés fabuloso, só ao alcance dos predestinados e dos jogadores fora de série.
Eusébio começou a jogar futebol no clube da sua cidade, no Sporting de Lourenço Marques, começando, desde logo, a dar nas vistas e a atrair as atenções de muita gente que acompanhava os jogos e as suas exibições. Não espantou, pois, que começasse a despertar o interesse e a cobiça dos grandes clubes da Metrópole e de Lisboa, designadamente, do Benfica e do Sporting.
Foi assim que Eusébio chegou a Portugal e a Lisboa, no final do ano de 1960, então prestes a completar 19 anos, para ingressar no Benfica, que ganhou a corrida pela sua contratação ao "velho rival da 2ª circular", decorria já a época de 1960/61. Eusébio acabaria por se inscrever, como jogador do Benfica, apenas em Maio de 1961, já com a época quase a terminar, mas ainda a tempo de se sagrar campeão nacional no seu 1º ano ao serviço do Benfica.
Na verdade, Eusébio estreou-se na 1ª Divisão, precisamente na última jornada do Campeonato Nacional daquela época, frente ao Belenenses, no Estádio do Restelo, tendo o Benfica vencido por 4-0, com Eusébio a marcar um dos golos, o primeiro de muitos que iria apontar com a camisola do Benfica.
No entanto, já antes Eusébio se havia estreado na equipa principal do Benfica, num jogo particular, disputado a 23 de Maio de 1961, no Estádio da Luz, frente ao Atlético, tendo o Benfica vencido por 4-2, com 3 golos da autoria de Eusébio.
A sua estreia internacional ocorreu pouco tempo depois, a 13 de Junho, no Torneio de Paris, num jogo contra o Anderlecht (Bélgica), no qual Eusébio marcou um golo, na vitória do Benfica por 3-2. Na jogo da final do torneio, 2 dias mais tarde, o Benfica defrontou a poderosa equipa brasileira do Santos de Pelé, tendo Eusébio marcado 3 golos e realizado uma grande exibição, entrando apenas na 2ª parte, não conseguindo, porém, impedir a derrota do Benfica por 6-3.
Devido ao facto de só se ter inscrito, como jogador do Benfica, praticamente no final da época de 1960/61, Eusébio já não foi a tempo de disputar a final da Taça dos Campeões Europeus, na qual o Benfica derrotou o Barcelona por 3-2. No entanto, na época seguinte, o Benfica voltava a estar presente na final da mais importante competição europeia de clubes, e desta vez, Eusébio já fazia parte da equipa que venceria, de forma sensacional, o Real Madrid, por 5-3, com 2 golos da sua autoria, mais concretamente, o 4º e 5º golos do Benfica. Com apenas 20 anos, Eusébio conquistava o seu 1º grande título a nível de clubes, numa altura em que começava a despontar como a principal figura da equipa encarnada, estatuto esse que se viria a confirmar nos anos seguintes, ao ponto de se ter afirmado, definitivamente, como um dos melhores jogadores da Europa e do Mundo do seu tempo.
Eusébio viria a estar presente em mais 3 finais da Taça dos Campeões Europeus, ao serviço do Benfica, mas seria derrotado em todas elas: em 1962/63, frente ao AC Milão, por 2-1, apontando o golo solitário do Benfica; em 1964/65, frente ao Inter de Milão, por 1-0; em 1967/68, frente ao Manchester United, por 4-1 (após prolongamento, com 1-1 no final dos 90 minutos).
Em termos individuais, Eusébio conquistou a "Bota de Ouro" (troféu destinado ao melhor marcador dos campeonatos europeus) por duas vezes, em 1967/68 (com 42 golos) e 1972/73 (com 40 golos), a "Bola de Ouro" (troféu que consagra o melhor jogador da Europa), em 1965 e a "Bola de Prata", por duas vezes, em 1962 e 1966. Jogou, em 9 ocasiões, em selecções europeias e mundiais (4 vezes pela Selecção da FIFA e 5 vezes pela Selecção da UEFA), tendo marcado um total de 10 golos. Recentemente, foi eleito e considerado, pela FIFA, um dos 10 melhores jogadores do Mundo de todos os tempos e, pela UEFA, o 7º melhor jogador europeu de sempre.
A nível interno, ao serviço do Benfica, Eusébio foi, por 11 vezes, Campeão Nacional (1960/61, 1962/63, 1963/64, 1964/65, 1966/67, 1967/68, 1968/69, 1970/71, 1971/72, 1972/73 e 1974/75), sendo, ainda hoje, recordista, a nível nacional, de campeonatos nacionais ganhos. Venceu ainda, por 5 vezes, a Taça de Portugal (1961/62, 1963/64, 1968/69, 1969/70 e 1971/72).
Eusébio sagrou-se, por 7 vezes (5 delas consecutivas), o melhor marcador do Campeonato Nacional: em 1963/64 (28 golos); em 1964/65 (28 golos); em 1965/66 (25 golos); em 1966/67 (31 golos); em 1967/68 (42 golos); em 1969/70 (20 golos); em 1972/73 (40 golos). As 7 "Bolas de Prata" conquistadas constituem, ainda hoje, recorde a nível nacional.
Eusébio jogou no Benfica durante 15 épocas, mais concretamente, entre 1960/61 e 1974/75, ao longo das quais realizou 715 jogos de "águia ao peito", tendo marcado um total de 727 golos (média superior a um golo por jogo!), marca esta que constitui, igualmente, recorde a nível nacional. Contando, ainda, com os golos obtidos no estrangeiro (EUA, México e Canadá), Eusébio contabiliza um total de 757 golos apontados, entre 1961 e 1978.
No que diz respeito ao Campeonato Nacional, Eusébio efectuou, ao serviço do Benfica, 301 jogos, tendo marcado 317 golos. Depois de sair do Benfica, Eusébio jogou ainda em Portugal, no Beira-Mar, durante parte da época de 1976/77, tendo realizado 12 partidas e apontado 3 golos. A terminar a carreira, Eusébio jogou ainda no União de Tomar (da 2ª Divisão Nacional), durante parte da época de 1977/78, tendo marcado 3 golos.
Com 320 golos marcados no Campeonato Nacional (317 pelo Benfica e 3 pelo Beira-Mar), Eusébio é o 2º maior goleador português de todos os tempos naquela competição, atrás de Peyroteo (Sporting) que marcou 331 golos no campeonato. Ainda relativamente ao Campeonato Nacional, e em termos de média de golos marcados por jogo, Eusébio com uma excelente média de 1,02 golos por jogo (320 golos em 313 jogos), só é ultrapassado, neste particular, novamente por Peyroteo, que possui a extraordinária média de 1,68 golos (!) por jogo.
No que diz respeito a jogos a contar para a Taça de Portugal, Eusébio detém o recorde de golos marcados nesta competição, que é de 97 golos. A contar para as Competições Europeias de clubes, Eusébio efectuou, ao serviço do clube encarnado, 75 jogos, tendo marcado um total de 57 golos. Neste particular, Eusébio foi, durante muitos anos, o 2º melhor marcador de sempre das Competições Europeias, apenas atrás do alemão Gerd Muller, que marcou 67 golos, mais 10 que Eusébio. Também chegou a ser, durante muito tempo, o 2º melhor marcador da Taça dos Campeões Europeus, com 46 golos apontados, atrás do argentino Alfredo Di Stefano, que obteve 49 golos, apenas mais 3 que Eusébio.
Ao serviço da Selecção Nacional, que representou durante 12 anos, Eusébio totalizou 64 internacionalizações, tendo marcado 41 golos (2º goleador de sempre da Selecção, atrás de Pauleta) e sido capitão em 16 jogos. A sua estreia na Selecção A ocorreu a 8 de Outubro de 1961, no Luxemburgo, num jogo em que Portugal foi derrotado pela Selecção da casa por 4-2. A sua despedida da "equipa das quinas" aconteceu a 13 de Outubro de 1973, no Estádio da Luz, tendo Portugal empatado (2-2) com a Bulgária.
O momento mais alto vivido por Eusébio ao serviço da Selecção Nacional foi durante o Campeonato do Mundo de Futebol, realizado em Inglaterra, em 1966, no qual Portugal conquistou um brilhante 3º lugar e Eusébio sagrou-se o melhor marcador da competição, com 9 golos, 4 dos quais obtidos num só jogo, frente à Coreia do Norte, no qual Portugal após estar a perder por 3-0, fez uma reviravolta sensacional, vencendo por 5-3.
Eusébio foi considerado um dos melhores jogadores do Campeonato do Mundo, apenas suplantado por Bobby Charlton (Campeão do Mundo pela Inglaterra e "carrasco" de Portugal, nas meias-finais, com 2 golos apontados e uma grande exibição).
Com efeito, Eusébio foi a grande figura da Selecção Nacional, conduzindo-a rumo ao grande objectivo que era a chegada à final da competição e, quiçá, à vitória. No entanto, no caminho, até então 100% vitorioso da "equipa de todos nós", atravessou-se a Selecção da casa, a Inglaterra, que com o apoio do seu público, jogando no seu "estádio-talismã" (em Wembley) e com um Bobby Charlton inspirado, venceu Portugal por 2-1.
Eusébio e a Selecção conquistaram, ainda, o 2º lugar na Minicopa do Brasil, em 1972, torneio disputado entre selecções da América do Sul e Portugal, para comemorar os 150 anos da Independência do Brasil (1822). No jogo que iria decidir o vencedor do torneio, Portugal seria derrotado pelo Brasil, por 1-0, após uma excelente campanha realizada.
A 18 de Junho de 1975, e após 15 anos de "águia ao peito", Eusébio, então com 33 anos, vestia pela 715ª vez e última a camisola encarnada, com a qual rubricou 727 golos.
No período de tempo que mediou, entre a sua saída do Benfica e o encerramento da carreira, Eusébio jogou, por diversas vezes no estrangeiro, nomeadamente, no México, no Canadá e, mais do que uma vez, nos Estados Unidos.
Apesar das muitas conquistas, vitórias, glórias e alegrias alcançadas e vividas ao longo de uma carreira fantástica e invejável, recheada dos maiores êxitos e sucessos, Eusébio também passou por momentos delicados e até dramáticos, de grande sofrimento, uma vez que, ao longo de mais de 15 anos ao mais alto nível, sofreu várias lesões graves, destacando-se as 7 intervenções cirúrgicas aos joelhos (6 ao joelho esquerdo e uma ao joelho direito).
Para a história do futebol mundial e do futebol português, em particular, fica a lenda e o mito chamado Eusébio, o melhor jogador português de todos os tempos e um dos melhores do Mundo, a quem um dia Salazar classificou como "Património do Estado", proibindo, na altura, a sua saída para fora de Portugal, a fim de representar qualquer clube estrangeiro, dos muitos que, durante os anos 60, o cobiçavam e pretendiam contratar por verbas astronómicas para aquela época. A todos eles, Eusébio disse não, em nome de Portugal e por amor ao Benfica.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

ENDER, Kornelia (ex-RDA, Natação)

Kornelia Ender, nascida a 25 de Outubro de 1958, na antiga RDA (República Democrática Alemã), foi uma das maiores nadadoras alemãs de todos os tempos e uma das melhores de sempre da história da natação mundial.
O torneio feminino de natação dos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, foi claramente dominado pela RDA, cujas atletas venceram 11 das 13 provas em disputa! Dessa geração espantosa de nadadoras que contribuíram para essa marcante superioridade, sobressaiu precisamente Kornelia Ender, grande especialista dos estilos livre e mariposa.
Ender havia-se estreado nos Jogos Olímpicos, 4 anos antes, na edição de 1972 dos Jogos, realizados em Munique, na então RFA (República Federal Alemã). A sua estreia olímpica nos Jogos de Munique render-lhe-iam 3 medalhas de prata, uma das quais individual, obtida na prova de 200 metros estilos, e as outras duas conquistadas nas estafetas de 4 x 100 metros livres e 4 x 100 metros estilos.
A prestação de Ender nos Jogos de 1972 seria o prenúncio daquilo que viria a acontecer, 4 anos mais tarde, nos Jogos Olímpicos de Montreal, onde a nadadora alemã iria brilhar intensamente, tornando-se, inclusivamente, numa das maiores figuras dos Jogos de 1976.
Com efeito, Ender viria a conquistar, nas piscinas de Montreal, 4 títulos olímpicos, 3 dos quais obtidos em provas individuais, mais concretamente, nos 100 e 200 metros livres e 100 metros mariposa, sendo que o 4º título seria conquistado na estafeta de 4 x 100 metros estilos. A acrescentar a estas 4 medalhas de ouro, Ender viria ainda a obter uma medalha de prata, na estafeta de 4 x 100 metros livres.
No balanço das suas duas participações em Jogos Olímpicos, Kornelia Ender conquistou um total de 8 medalhas, repartidas, em igual número, entre medalhas de ouro e de prata (4 de cada), entrando, muito justamente, para a história da natação olímpica, como uma das maiores nadadoras de sempre.

sábado, 18 de abril de 2009

EMERSON, Roy (Austrália, Ténis)

Roy Emerson, nascido a 3 de Novembro de 1936, em Blackbutt, na Austrália, foi um dos melhores tenistas australianos de todos os tempos e uma das maiores figuras de sempre da história do ténis mundial.
Roy Emerson ganhou, por mais do que uma vez, os 4 torneios que compõem o Grand Slam, tendo conquistado um total de 12 títulos dos chamados majors, marca esta que só em 2000 foi superada pelo tenista norte-americano Pete Sampras, o qual detém, aliás, o recorde de maior número de títulos do Grand Slam conquistados, num total de 14.
Com efeito, Roy Emerson foi durante 33 anos (entre 1967 e 2000) o tenista com mais títulos do Grand Slam ganhos em singulares, sendo, ainda hoje, o único tenista a ter vencido os 4 torneios do Grand Slam, quer em singulares, quer em pares, totalizando 28 vitórias, das quais 12 em singulares e 16 em pares.
As 12 vitórias em singulares foram conquistadas apenas em 7 anos, mais concretamente, entre 1961 e 1967, período de tempo no qual venceu 6 títulos no Open da Austrália (5 deles consecutivos: 1961, 1963, 1964, 1965, 1966 e 1967) e 2 títulos em cada um dos outros 3 grandes torneios: em Roland Garros (1963 e 1967), em Wimbledon (1964 e 1965) e no Open dos Estados Unidos (1961 e 1964).
O ano de 1964 foi o mais produtivo da carreira de Roy Emerson, pois naquele ano o tenista australiano só não venceu em Roland Garros, tendo, assim, ficado muito perto de conquistar o Grand Slam num só ano.
Roy Emerson era um atleta bastante completo e versátil, tão bom em superfícies rápidas (de relva), como em superfícies lentas (de terra batida), destacando-se por possuir uns pulsos e braços fortes e robustos, que lhe permitia dar pancadas fortísimas na bola.
Em matéria de recordes, Roy Emerson é também o detentor de mais títulos conquistados na mais importante competição mundial de ténis por equipas, tendo, ao serviço da Austrália, arrecadado, nada mais, nada menos que 8 (!) Taças Davis.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

EL GUERROUJ, Hicham (Marrocos, Atletismo)

Hicham El Guerrouj, nascido a 14 de Setembro de 1974, em Berkane (Marrocos), foi o maior atleta marroquino de sempre e um dos melhores meio-fundistas mundiais de todos os tempos, sobretudo, na distância de 1500 metros.
Com efeito, o domínio de El Guerrouj naquela distância é avassalador, se tivermos em conta que das 76 corridas (de 1500 metros ou da milha) realizadas, entre 1996 e 2002, o atleta marroquino venceu 73! Curiosamente, das 3 provas que perdeu, constam precisamente duas finais olímpicas de 1500 metros: em 1996, nos Jogos Olímpicos de Atlanta, tropeçou e caiu durante a corrida e em 2000, nos Jogos Olímpicos de Sidney foi 2º classificado.
No entanto, na sua 3ª presença nos Jogos Olímpicos, desta vez em Atenas, em 2004, El Guerrouj conquistou finalmente, na prova de 1500 metros, o tão ansiado título olímpico que lhe escapara anteriormente, sendo caso para dizer que à 3ª foi de vez!
Mas, como se não bastasse a medalha de ouro obtida nos 1500 metros, El Guerrouj juntou-lhe também a medalha de ouro nos 5000 metros, alcançando uma proeza com 80 anos de idade! Na verdade, desde o feito alcançado por Paavo Nurmi ("O finlandês voador") nos Jogos Olímpicos de Paris, em 1924, que nenhum outro atleta tinha conseguido ganhar as provas de 1500 metros e 5000 metros numa mesma edição dos Jogos Olímpicos. Tal façanha teve a assinatura de El Guerrouj que se tornou, muito justamente, numa das principais figuras dos Jogos Olímpicos de Atenas.
Para além das 3 medalhas olímpicas conquistadas, El Guerrouj foi ainda tetracampeão mundial de pista ao ar livre, em 1500 metros, em 4 edições consecutivas (1997, em Atenas; 1999, em Sevilha; 2001, em Edmonton/Canadá; 2003, em Paris). A estas 4 medalhas de ouro, o atleta marroquino juntou ainda mais duas medalhas de prata, a 1ª conquistada nos "Mundiais" de Atletismo de 1995, em Gotemburgo/Suécia", na prova de 1500 metros, e a 2ª obtida nos "Mundiais" de 2003, em Paris, na prova de 5000 metros, falhando, assim, por pouco, a dobradinha que viria a alcançar, no ano seguinte, nos Jogos de Atenas.
No que diz respeito aos "Mundiais" de Atletismo Indoor (em pista coberta), El Guerrouj foi tricampeão mundial, conquistando duas medalhas de ouro em 1500 metros (1995, em Barcelona; 1997, em Paris) e uma medalha de ouro em 3000 metros (2001, em Lisboa).
A juntar a este total de 12 medalhas (9 de ouro e 3 de prata) conquistadas em grandes competições internacionais, El Guerrouj é ainda o detentor de 3 recordes mundiais ao ar livre nas distâncias de 1500 metros (3:26,00 minutos), milha (3:43,13 minutos) e 2000 metros (4:44,79 minutos), sendo que, os 2 primeiros foram alcançados ambos em Roma, em anos consecutivos (1998 e 1999) e o 3º foi obtido em Berlim, em 1999.
Para abrilhantar ainda mais este já de si riquíssimo palmarés, resta acrescentar que, para além de lhe pertencerem as 3 melhores marcas mundiais atrás referidas, El Guerrouj possui ainda, na distância de 1500 metros, 7 dos 8 melhores tempos de sempre!
Perante tão fantástico e invejável currículo desportivo, é com toda a justiça que El Guerrouj é considerado um dos maiores meio-fundistas da História do Atletismo Mundial.

terça-feira, 7 de abril de 2009

EGERSZEGI, Krisztina (Hungria, Natação)

Krisztina Egerszegi, nascida a 16 de Agosto de 1974, em Budapeste, na Hungria, foi uma das maiores nadadoras húngaras de todos os tempos e uma das melhores de sempre a nível mundial.
Até ao aparecimento do nadador norte-americano Michael Phelps, autêntico "fenómeno" da natação mundial (com 16 medalhas olímpicas conquistadas, 14 delas de ouro, em duas edições dos Jogos Olímpicos - 2004 e 2008), Krisztina Egerszegi detinha a proeza de ser o único atleta da sua modalidade (homens e mulheres incluídas) a obter 5 medalhas olímpicas de ouro individuais.
Com efeito, nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, a poucos dias de completar 22 anos, a nadadora húngara cometeu um feito único na história da natação olímpica até então, ao alcançar a sua 5ª medalha de ouro e a 3ª consecutiva na mesma prova (200 metros costas), igualando o anterior feito de outra lenda da natação olímpica, a australiana Dawn Fraser.
Egerszegi esteve presente em 3 edições dos Jogos Olímpicos. A sua 1ª participação ocorreu nos Jogos de Seul, em 1988, quando contava apenas 14 anos. Em Seul, a nadadora húngara foi uma das grandes revelações dos Jogos, tornando-se na mais jovem campeã olímpica de natação de sempre, ao triunfar na prova de 200 metros costas, de facto, a sua grande especialidade. Em Seul, conquistaria ainda a medalha de prata na prova de 100 metros costas.
Na edição seguinte dos Jogos Olímpicos, realizados em Barcelona, em 1992, Egerszegi viria a confirmar as melhores expectativas, conquistando 3 medalhas de ouro, nas provas de 100 e 200 metros costas e 400 metros estilos. Em 1992, Egerszegi contava já com 6 anos de treino intenso e começavam a surgir, por parte da jovem nadadora, os primeiros sintomas de saturação. O seu treinador, Laszlo Kiss, um dos grandes responsáveis pelo sucesso alcançado, até então, por Egerszegi, decidiu aliviar a pressão a que a sua atleta vinha sendo sujeita nos últimos anos, e concedeu-lhe um período de 6 meses de descanso fora das piscinas.
Após este período de "férias" retemperador, Egerszegi regressou aos treinos, mais motivada do que nunca, definindo objectivos concretos a atingir nos Jogos Olímpicos de 1996, que iriam realizar-se em Atlanta. Desta vez, a nadadora húngara não fez uma aposta tão ambiciosa, em termos quantitativos, como havia feito, 4 anos antes, nos Jogos Olímpicos de Barcelona e que tão bons resultados tinha dado. Agora, iria prescindir de competir na prova de 100 metros costas, concentrando-se, única e exclusivamente, nas provas de 200 metros costas e 400 metros estilos.
Na sua 3ª e última presença numa edição dos Jogos Olímpicos, Krisztina Egerszegi viria a conquistar duas medalhas, a 1ª de bronze, obtida na prova de 400 metros estilos e a 2ª, a de ouro e a mais ambicionada, alcançada na prova de 200 metros costas, que a fez entrar definitivamente na história da natação olímpica, tornando-se na nadadora com mais títulos olímpicos individuais conquistados (5 no total), 3 dos quais obtidos na mesma prova (200 metros costas) em 3 edições consecutivas dos Jogos Olímpicos.
Aquela que ficou conhecida em Atlanta como a "Rainha das Piscinas", despediu-se assim da natação com um total de 7 medalhas olímpicas conquistadas (5 de ouro, uma de prata e uma de bronze).