quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

CLAY, Cassius (EUA, Pugilismo)

Cassius Marcellus Clay, nascido em Louisville, no Kentucky (EUA), a 17 de Janeiro de 1942, foi um dos maiores pugilistas de todos os tempos e, provavelmente, o melhor "peso pesado" da história da modalidade.
Cassius Clay começou a praticar boxe com 12 anos, e passados apenas 6 anos atinge a "glória olímpica", ao conquistar a medalha de ouro, na categoria de "peso meio-pesado" (- 81 kg), na edição de 1960 dos Jogos Olímpicos, realizados em Roma.
Nos Jogos de Roma, Cassius Clay derrotou, sucessivamente, o belga Yan Becaus, o russo Gennady Schatkov e o autraliano Tony Madigan, antes de encontrar na final, o polaco Zbigniew Pietrzykowski, tricampeão europeu e um pugilista muito experiente, com 231 combates efectuados. Apesar do valor do seu adversário, Cassius Clay obteve um triunfo claro por decisão unânime do júri.
Passados 4 anos da conquista do título olímpico, Cassius Clay conquista o título mundial na categoria de "pesos pesados" (+ 81 kg), derrotando o compatriota Sonny Liston.
À semelhança de milhares de outros negros, Cassius Clay foi também vítima do racismo, em relação à raça negra, que imperava nos Estados Unidos da América, durante a década de 60. A este respeito, ficou famoso um episódio do qual foi protagonista o próprio Cassius Clay, quando este foi impedido de entrar num restaurante interdito a negros. No caminho de regresso a casa, Clay e um amigo foram abordados por um grupo de jovens brancos pertencentes a um gang de motoqueiros que lhe exigiram a entrega da medalha de ouro olímpica. Clay (que tinha a medalha ao pescoço) e o amigo não conseguiram fugir e deu-se o inevitável confronto físico entre eles e os membros do gang. A luta foi violenta, tendo os membros do gang ficado bastante maltratados, graças à fúria e energia postas na luta por Clay, o qual evidenciou aí toda a sua força, agilidade e potência dos seus socos.
De regresso a casa, fortemente marcado e revoltado com este episódio, Cassius Clay, num gesto de desespero, tirou a medalha do pescoço e atirou-a ao rio Ohio. Mais tarde, Clay comentaria: "Pela primeira vez vi a medalha tal como ela era, um simples objecto". A sua personalidade ficaria marcada para sempre por este triste acontecimento.
No final da década de 60, quando os Estados Unidos da América entraram em Guerra com o Vietname do Norte, Cassius Clay mostrou indisponibilidade para lutar na Guerra do Vietname, sendo, por isso, condenado como refractário. Como consequência disso, Clay sofreu várias sanções, destacando-se, entre elas, a apreensão do passaporte, o impedimento de combater nos ringues, a aplicação de uma multa, retirando-lhe, inclusivamente, o título mundial e condenando-o, por fim, a 5 anos de prisão.
Na prisão, Cassius Clay converteu-se ao Islamismo, adoptando o nome de Mohamed Ali. Durantes esses anos passados na prisão, o superdotado pugilista negro não perdeu as suas qualidades de boxeur, regressando ao seu melhor nível, disposto a recuperar o título mundial de "pesos pesados".
Durante 21 anos, entre 1960 e 1981, Cassius Clay efectuou 60 combates, tendo vencido consecutivamente os primeiros 32, perdendo apenas perante 4 adversários: Joe Frazier, Ken Norton, Leon Spinks e Trevor Berbick. A primeira derrota de Mohamed Ali, em 1971, foi precisamente perante Joe Frazier (campeão olímpico de "pesos pesados" nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964), o qual quebrou 10 anos de invencibilidade de Ali, naquele que foi considerado o "combate do século".
Em 1974, Mohamed Ali consegue a tão ansiada desforra, vencendo Joe Frazier e, em Outubro desse mesmo ano, recupera o título mundial da categoria, derrotando, no Zaire, Georges Foreman (campeão olímpico de "pesos pesados" nos Jogos Olímpicos do México, em 1968), num combate célebre que também ficou na história da modalidade.
Mohamed Ali despediu-se dos ringues a 11 de Dezembro de 1981, prestes a completar 40 anos, derrotado por Trevor Berbick. No entanto, despediu-se com a honra de ter sido o único pugilista, na categoria de "pesos pesados", a recuperar por três vezes o título mundial, a última das quais em 1978.
Em 1984, foi-lhe diagnosticado o síndrome de Parkinson. Em 1996, aquando dos Jogos Olímpicos de Atlanta, o Movimento Olímpico prestou-lhe a merecida e justa homenagem pela sua brilhante carreira, tendo cabido ao próprio Cassius Clay (ou Mohamed Ali) a honra de acender o "fogo olímpico" no estádio de Atlanta. Posteriormente, ser-lhe-ia oferecida uma réplica da medalha de ouro, conquistada 36 anos antes nos Jogos Olímpicos de Roma, que Clay havia atirado ao rio.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

CLARK, Jim (Escócia, Fórmula 1)

Jim Clark, nascido em Kilmany, na Escócia, a 4 de Março de 1936, foi um dos maiores pilotos de fórmula 1 de todos os tempos. Tendo falecido precocemente, com apenas 32 anos, num acidente de fórmula 2, no Circuito de Hockenheim (Alemanha), Jim Clark passou a constituir, também por essa razão, um mito do automobilismo.
Com efeito, a 7 de Abril de 1968, o desporto automóvel e a fórmula 1, em particular, perdia um dos seus grandes pilotos de sempre, quando um pneu traseiro do Lotus de Jim Clark rebentou, provocando o embate violento do seu bólide numa árvore. A morte prematura do piloto escocês chocou o mundo automobilístico, uma vez que Clark era um caso raro de popularidade na década de 60, não apenas pelos feitos e vitórias alcançadas nas pistas, mas também pela sua postura distinta fora delas, revelando um grande carisma e uma forte personalidade geradoras da maior simpatia e admiração por parte da sua imensa legião de adeptos.
Jim Clark ficou conhecido nas pistas pelo "escocês diabólico", devido ao seu extraordinário talento e capacidade natural para extrair o rendimento máximo de qualquer carro que pilotasse, imprimindo à sua condução um estilo descontraído e aparentemente fácil, não ligando muito a "tácticas". Na pista, Clark impressionava, sobretudo, quer pela perícia ao volante, quer pela coragem e forte carácter que revelava, qualidades estas que faziam dele um distinto "Cavalheiro", apesar das suas origens humildes e rurais.
Jim Clark correu durante 9 épocas na fórmula 1 (de 1960 a 1968), sempre ao volante de um Lótus, período de tempo no qual disputou 74 grandes prémios, vencendo 25 deles, e sagrando-se Campeão do Mundo por duas vezes, em 1963 e 1965. Ao longo da sua curta mas, ainda assim, fantástica carreira, Clark alcançou 33 pole-positions e 28 voltas mais rápidas, feitos estes, tanto mais notáveis quanto se sabe que apenas disputou 74 grandes prémios.
Durante a década de 60, ficaram conhecidos os seus duelos épicos com o piloto inglês Graham Hill, seu companheiro na Lótus, também ele campeão do mundo por duas vezes (1962 e 1968). A juntar a todos estes feitos que fizeram de Jim Clark um dos mais impressionantes pilotos de todos os tempos, há a destacar ainda a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, prova esta que, naquele tempo, era invulgar um piloto de fórmula 1 vencer.
Passados 40 anos da morte de Jim Clark, o mito do "escocês diabólico" perdura, ficando para sempre recordado, na História da Fórmula 1, como um dos seus maiores pilotos de sempre.

sábado, 27 de dezembro de 2008

CHRISTIE, Linford (Inglaterra, Atletismo)

Linford Christie, nascido em Saint Andrews, na Jamaica, a 2 de Abril de 1960, mais tarde naturalizado inglês, foi o maior velocista britânico de todos os tempos, na especialidade de 100 metros, e um dos grandes velocistas mundiais de sempre daquela especialidade.
Linford Christie alcançou a sua "coroa de glória" nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, ao conquistar a medalha de ouro na prova do hectómetro, tornando-se, com 32 anos, no Campeão Olímpico de 100 metros mais velho de sempre. O resultado obtido por Christie na final do hectómetro dos Jogos de 1992 (9,96 segundos) representou, na altura, a sua 2ª melhor marca de sempre. A primeira fora estabelecida no ano anterior, em Tóquio, no Campeonato do Mundo de Atletismo, onde foi 4º classificado na final dos 100 metros (9,92 segundos), atrás de 3 atletas norte-americanos, com a vitória a pertencer a Carl Lewis.
No entanto, a desforra do atleta britânico não tardaria. Com efeito, a "vingança" de Christie surgiria na edição seguinte do Campeonato do Mundo de Atletismo, em Estugarda, em 1993, onde conquistaria a medalha de ouro batendo a concorrência americana, com a fabulosa marca de 9,87 segundos (recorde pessoal), a um centésimo de segundo do recorde do mundo de Carl Lewis (9,86 segundos), o qual havia sido obtido precisamente 2 anos antes, em Tóquio.
Linford Christie conquistou ainda 3 títulos europeus consecutivos nos 100 metros, nos Campeonatos da Europa de Estugarda, em 1986, de Split, em 1990 e de Helsínquia, em 1994. Christie foi ainda o primeiro velocista que, em representação de um país europeu, correu o hectómetro abaixo dos 10 segundos.
A medalha de ouro conquistada por Christie nos Jogos Olímpicos de Barcelona não foi, porém, a primeira que conquistou nesta competição, pois 4 anos antes, nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, conquistara duas medalhas de prata, uma na prova dos 100 metros (9,97 segundos) e a outra na prova dos 4 x 100 metros.
Linford Christie participaria ainda, pela 4ª vez, nos Jogos Olímpicos, desta vez em Atlanta, em 1996, onde, já com 36 anos, conseguiria o apuramento para a final dos 100 metros. Porém, duas falsas partidas valeram-lhe a desqualificação da prova, impedindo-o de tentar alcançar a 4ª medalha nesta competição.
Como balanço final de uma carreira notável, recheada de êxitos e vitórias, há a destacar, sobretudo, a conquista, durante cerca de uma década ao mais alto nível (entre 1986 e 1996), de um total de 7 medalhas (5 de ouro e duas de prata) nos 100 metros, em grandes competições internacionais: 3 medalhas em Jogos Olímpicos, 3 medalhas em Campeonatos da Europa e uma medalha em Campeonatos do Mundo.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

CHARLTON, Bobby (Inglaterra, Futebol)

Robert "Bobby" Charlton, nascido em Ashington (Inglaterra), a 11 de Outubro de 1937, foi o maior futebolista inglês de todos os tempos e um dos melhores médios/avançados europeus de sempre.
Como futebolista, ganhou praticamente tudo o que havia para ganhar, no que diz respeito a títulos de grandes competições, quer de selecção, quer de clube, das quais se destacam o Campeonato do Mundo de 1966, ganho ao serviço da selecção inglesa, no seu próprio país, e a Taça dos Campeões Europeus, ganha ao serviço do Manchester United, troféu igualmente conquistado no seu país, no mítico Estádio de Wembley. Estas duas conquistas são, sem dúvida nenhuma, as duas "coroas de glória" da sua notável carreira.
Contudo, o início de carreira de Bobby Charlton viria a ficar marcado por um acontecimento dramático, quando a comitiva do Manchester United, da qual fazia parte, se viu envolvida num trágico acidente de aviação, o qual vitimou 7 companheiros seus do Manchester United, treinado pelo escocês Matt Busby.
Com efeito, a 6 de Fevereiro de 1958, no regresso de uma viagem a Belgrado (para defrontar o Estrela Vermelha), quando a equipa do Manchester United tinha feito uma escala no Aeroporto de Munique, deu-se o desastre aéreo no momento em que o avião, ao tentar descolar, se incendiou, morrendo 22 pessoas da comitiva inglesa, na qual se incluíam 7 jogadores do clube de Manchester.
Bobby Charlton, então com 20 anos, foi um dos sobreviventes deste desastre, escapando quase ileso do acidente. No entanto, o choque emocional foi terrível e, do ponto de vista psicológico e anímico, o jovem jogador ficou profundamente abalado e traumatizado com a tragédia.
Apesar de, nesse mesmo ano, ter sido incluído na lista de convocados da Selecção de Inglaterra para o Campeonato do Mundo, realizado na Suécia, Bobby Charlton foi suplente não utilizado em todos os jogos da competição, tendo assim que esperar 4 anos para poder estrear-se no palco da maior competição mundial de selecções.
De facto, Bobby Charlton iria estar presente nas três edições seguintes do Campeonato do Mundo: em 1962, no Chile; em 1966, no seu próprio país; em 1970, no México. Foi na edição de 1966 do Mundial, realizado em Inglaterra, que Bobby Charlton estava no auge da carreira, sagrando-se Campeão do Mundo, ao derrotar a Alemanha, na final de Wembley, por 4-2 (após prolongamento, com 2-2 no final dos 90 minutos). Mais memorável que a partida decisiva seria, porém, a meia-final com Portugal (vitória por 2-1), na qual, na opinião de muitos, Bobby Charlton terá realizado o seu melhor jogo ao serviço da selecção, ao marcar os 2 golos que derrotaram a grande sensação e surpresa da prova (3º lugar), os "magriços" liderados por Eusébio, um dos melhores jogadores do Mundial e que se sagraria o melhor marcador da competição, com 9 golos.
Nesse mesmo ano, Bobby Charlton ganharia o prestigiado troféu da "Bola de Ouro", prémio destinado ao melhor jogador europeu do ano. Dois anos mais tarde, em 1968, Bobby Charlton ganharia a Taça dos Campeões Europeus, ao serviço do Manchester United, derrotando, na final de Wembley, o Benfica de Eusébio, por 4-1 (após prolongamento, com 1-1 no final dos 90 minutos). Com mais este triunfo, Bobby Charlton atingia o apogeu da carreira, não lhe faltando conquistar mais nenhum troféu ou título.
Na edição de 1970 do Mundial, realizado no México, Bobby Charlton, então com 32 anos, voltou a realizar boas exibições ao serviço da selecção, contribuindo para levar a Inglaterra até aos quartos-de-final da prova, sendo aí eliminada pela Alemanha, num jogo muito disputado e equilibrado, onde os alemães se impuseram por 3-2, passando às meias-finais; este jogo ficaria a assinalar a despedida de Bobby Charlton da selecção.
Ao serviço da selecção inglesa, Bobby Charlton totalizou 106 internacionalizações, apontando um total de 49 golos, marca esta, que nenhum outro futebolista inglês conseguiu atingir até hoje. Bobby Charlton jogaria ainda durante mais 3 épocas no Manchester United, após o que abandonaria o clube em 1973, então já com 35 anos. Ao serviço do Manchester United, Bobby Charlton conquistou uma Taça de Inglaterra (1963), 3 Campeonatos de Inglaterra (1957, 1965 e 1967), tendo realizado, pelos Red Devils, 750 jogos e marcado 247 golos.
Em 1994, a Rainha de Inglaterra, Isabel II, agraciou Bobby Charlton com o título de "Cavaleiro do Império Britânico" (Sir), como reconhecimento justo por tudo aquilo que representou e conquistou, para o seu país, como jogador de futebol de elevado prestígio e craveira mundial.

domingo, 7 de dezembro de 2008

CHAMBERLAIN, Wilt (EUA, Basquetebol)

Wilton Norman Chamberlain, nascido em Filadélfia (EUA), a 21 de Agosto de 1936, foi um dos maiores basquetebolistas de sempre e uma das maiores lendas da NBA de todos os tempos.
Chamberlain entrou na NBA, vindo do Kansas College, ingressando nos Philadelphia Warriors, em 1959. Entretanto, em 1965, a equipa muda o seu nome para Philadelphia 76'Ers, nela permanecendo até 1967, precisamente no ano em que se sagra campeão da NBA.
No ano seguinte, Chamberlain ingressa na equipa dos Los Angeles Lakers, ao serviço da qual se sagra novamente campeão da NBA, em 1972.
Wilt Chamberlain foi o único jogador da história da NBA a marcar mais de 4000 pontos numa só época; num só jogo, chegou a marcar 100 pontos, contribuindo para um resultado épico, traduzido numa vitória dos Los Angeles Lakers sobre os New York Knicks, por 169-147.
Quando se retirou da modalidade, Chamberlain era o melhor marcador da história da NBA, com uma média de 30,1 pontos por jogo, num total de 1045 jogos. Mas os seus recordes não ficariam por aqui, senão vejamos: é o jogador com maior número de ressaltos conquistados(23924); é o jogador com maior número de jogos realizados com mais de 50 pontos obtidos (118 jogos); é o rookie (estreante na NBA) com melhor média pontual (37,6 pontos por jogo); finalmente, é o jogador com melhor percentagem de lançamentos obtidos numa temporada (72,7%).
Como corolário da sua extraordinária carreira e como prémio para tudo aquilo que atingiu como jogador de craveira excepcional, Chamberlain foi eleito, em 1996, um dos 50 melhores jogadores da história da NBA.
Wilt Chamberlain viria a falecer a 10 de Dezembro de 1999, em Los Angeles, quando contava apenas 63 anos.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

BUBKA, Sergei (Ucrânia, Atletismo)

Sergei Bubka, nascido na Ucrânia (ex-URSS), a 4 de Dezembro de 1963, foi o melhor saltador com vara de todos os tempos e um dos melhores atletas de sempre. Ao longo da sua notável carreira, Bubka conquistou 6 títulos mundiais e 1 título olímpico, bateu 35 recordes do Mundo e obteve as 23 melhores marcas de sempre na especialidade.
Apesar do seu fantástico palmarés e de ter sido, nomeadamente, Campeão Olímpico em Seul, em 1988, a passagem do atleta ucraniano pelos Jogos Olímpicos esteve longe de ser famosa, não reflectindo, nem de perto nem de longe, a sua flagrante superioridade na disciplina do salto com vara, na qual é, reconhecidamente, o melhor especialista de todos os tempos.
Após a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Seul, ao realizar a marca de 5,90 m, Bubka era de novo, 4 anos depois, o grande favorito à vitória nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992. Acontece que a participação de Bubka na prova foi um autêntico fracasso, já que não conseguiu uma única tentativa válida na final do concurso do salto com vara, falhando, por duas vezes, a 5,70 m (altura a que iniciou a prova e que lhe daria de imediato o 5º lugar) e uma vez a 5,75 m (altura que lhe permitiria a conquista da medalha de bronze).
Com efeito, para um atleta que, em 1992, saltara 20 vezes acima de 5,85 m, 7 vezes acima dos 6 m e duas vezes 6,13 m, foi frustrante ver fugir o título olímpico aos 5,80 m, marca esta que valeu a conquista da medalha de ouro por um compatriota seu, Maxim Tarasov (CEI). Definitivamente, os Jogos Olímpicos passariam a constituir uma competição azarada para Bubka, o qual, desta vez, devido a lesão, não pôde estar presente em Atlanta, na edição dos Jogos de 1996, quando ainda era o melhor saltador com vara mundial. Na verdade, o fracasso olímpico de Bubka é ainda mais surpreendente na medida em que, em 13 anos de intensa competição ao mais elevado nível, o atleta ucraniano registou apenas duas derrotas, demonstrando uma regularidade impressionante.
Ao contrário do sucedido nos Jogos Olímpicos, foi nos Campeonatos do Mundo de Atletismo que Bubka demonstrou, de forma categórica, a sua superioridade relativamente à concorrência, sagrando-se campeão mundial por 6 vezes consecutivas (1983, 1987, 1991, 1993, 1995 e 1997). Além desta extraordinária proeza, Bubka realizou as 23 melhores marcas de todos os tempos do salto com vara, cujo recorde mundial bateu 35 vezes (18 em pista coberta e 17 ao ar livre).
Sergei Bubka foi, ainda, o primeiro atleta a transpor a fasquia colocada a 6 m e o único que ultrapassou a barreira dos 6,10 m. Ao abandonar a modalidade, Bubka deixou o recorde mundial em pista coberta em 6,15 m (alcançado em Donetsk, a 21 de Fevereiro de 1993) e ao ar livre em 6,14 m (atingido em Sestriere, a 31 de Julho de 1994).