terça-feira, 29 de dezembro de 2009

F.C. Porto - Campeão Nacional (Época 1977/78)

Em 1978, a "Fosforeira Portuguesa - Espinho" lançou mais uma das suas bonitas colecções de carteiras de fósforos, desta vez, em homenagem ao F.C. Porto, para comemorar a conquista do título de campeão nacional da 1ª divisão, referente à época de 1977/78.
Esta colecção era constituída por 24 carteiras de fósforos (com as fotografias dos técnicos e jogadores do plantel portista), as quais vinham dentro de uma caixa de plástico transparente. Cada carteira trazia 40 fósforos (amorfos) e custava 9 tostões (90 centavos). Contudo, as carteiras não se vendiam avulso, como facilmente se compreende, pois apenas fazia sentido adquirir a colecção completa.



De cima para baixo e da esquerda para a direita: Taí, Teixeira II (Teixeirinha), Rodolfo, Octávio, Celso, Gonzalez, Gomes, Duda, Seninho, Vital, Toninho Metralha e Ademir.
José Maria Pedroto (treinador principal), António Morais (treinador adjunto), Hernâni Gonçalves (preparador físico), Oliveira, Fonseca (g.r.), Torres (g.r.), Rui (g.r.),  Gabriel, Simões, Freitas, Teixeira I e Murça.

Ao fim de uns longos e dolorosos 18 anos de jejum (entre 1960 e 1977, inclusivé), o F.C. Porto voltava a sagrar-se campeão nacional de futebol, sob o comando do carismático "mestre", José Maria Pedroto (1928-1985), popularmente e carinhosamente apelidado de "Zé do boné".
Finalmente, o F.C. Porto lograva ultrapassar e vencer aquele traumatizante e complexo obstáculo, que constituía uma espécie de fraqueza e de inibição da equipa portista, sempre que esta tinha de atravessar a Ponte da Arrábida, rumo a Lisboa, para defrontar os seus rivais da capital (Benfica e Sporting).
Com efeito, este complexo ameaçava eternizar-se, pois desde a longínqua época de 1958/59 (ano em que a equipa portista se havia sagrado, pela última vez, campeã nacional) que o F.C. Porto ambicionava conquistar novamente o tão saboroso título de campeão nacional. Esse dia de glória e de felicidade chegou por fim, passados 18 anos. E diga-se, de passagem, que foi um título "arrancado a ferros" e disputado até ao último instante, pois tudo se decidiu na última jornada, tendo o F.C. Porto e o Benfica terminado o campeonato com os mesmos pontos (51), com os portistas a desempatarem a seu favor, devido ao maior goal-average.

domingo, 13 de dezembro de 2009

HILL, Graham (Inglaterra, Fórmula 1)

Norman Graham Hill, nascido a 15 de Fevereiro de 1929, em Hampstead (Inglaterra), foi um dos maiores pilotos ingleses de Fórmula 1 de todos os tempos e um dos grandes pilotos mundiais do século XX.
Graham Hill começou a correr aos 24 anos de idade e, desde logo, mostrou ser um piloto com talento para as corridas, aliando um estilo calculista a um grande sentido de oportunidade, só arriscando pela certa.
Graham Hill era igualmente um piloto alegre, simpático e sempre bem disposto, com uma forma muito própria de estar na vida, cujas características, aliadas a uma imagem bem cuidada e até charmosa, ao estilo de um galã do cinema (o seu bigode fazia lembrar o de Errol Flynn), fizeram dele um dos mais populares pilotos mundiais da sua época.
Graham Hill estreou-se, na Fórmula 1, em 1958, ao volante de um Lotus, após ter conseguido convencer Colin Chapman a dar-lhe o lugar na equipa, quase sem o conhecer.
Dois anos mais tarde, em 1960, Hill sagra-se, pela 1ª vez, Campeão do Mundo de Fórmula 1, ao volante de um BRM. Hill voltaria a conquistar um novo título de Campeão do Mundo, em 1968, desta vez ao volante de um Lotus, na sua 2ª passagem por esta equipa, quando já contava 39 anos de idade.
Graham Hill correu na Fórmula1 ao longo de 18 épocas, mais concretamente, entre 1958 e 1975. Durante este longo periodo de tempo, Hill disputou um total de 176 grandes prémios, tendo vencido 14 deles. Acumulou um total de 289 pontos, obteve 13 pole-positions e 10 melhores voltas. Em 18 temporadas, Hill correu por 5 equipas diferentes: duas vezes pela Lotus (1958 e 1959; entre 1967 e 1970); pela BRM (entre 1960 e 1966); pela Brabham (1971 e 1972); pela Shadow (1973); pela Lola (1974 e 1975).
Na História da Fórmula 1, nenhuma dinastia teve tanto sucesso como os Hill (com 3 títulos mundiais), já que, para além do pai (Graham) se ter sagrado bi-campeão do mundo (1962 e 1968), também o seu filho (Damon) arrecadou o ceptro máximo em 1996. Ambos eram pilotos cautelosos, que arriscavam pouco em pista, tendo ganho relativamente poucos grandes prémios (Graham venceu 14 em 176 e Damon venceu 22 em 122), porém tal não impediu que tivessem sido 3 vezes campeões do mundo!
A 29 de Novembro de 1975, aos 46 anos, Graham Hill viria a falecer vítima de um acidente de aviação, quando o avião privado que pilotava se despenhou, numa noite de nevoeiro, num campo de golfe, em Arkley.
O mundo da Fórmula 1 voltava a ficar ensombrado por mais um trágico acidente, enlutando a Inglaterra e o automobilismo mundial, desta vez, devido a um acidente, não na pista, mas no ar.
Na foto em cima, podemos ver o pai Graham com o filho Damon ao colo. Infelizmente, o pai faleceu quando o filho contava apenas 15 anos, não chegando, portanto, a ter a felicidade e o prazer de ver Damon correr e ser, tal como ele, campeão do mundo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

HIERRO, Fernando (Espanha, Futebol)

Fernando Ruíz Hierro, nascido a 23 de Março de 1968, em Vélez (Málaga), foi um dos maiores defesas centrais espanhóis de todos os tempos e um dos melhores da década de 90 a nível mundial, sendo uma das figuras históricas do Real Madrid e da selecção espanhola.
Após ter iniciado a sua carreira de jogador profissonal no Valladolid, Fernando Hierro ingressou no Real Madrid com 20 anos, no início da época de 1988/89, tendo representado o clube madrileno durante 14 temporadas consecutivas.
Ao longo de quase década e meia, Hierro, dotado de uma forte personalidade e de um grande carisma, tornou-se, não apenas no "patrão" da defesa merengue e num líder, dentro e fora do campo, mas também num autêntico símbolo do Real Madrid.
Em representação da Selecção de Espanha, Hierro revelou-se, desde logo, um dos seus melhores jogadores, assumindo-se como titular indiscutível da defesa espanhola ao longo de 13 anos, entre 1989 e 2002. Durante este período de tempo, Hierro participou consecutivamente em 5 grandes competições internacionais a nível de selecções, tendo estado presente em 3 fases finais do Campeonato do Mundo de Futebol, em 1994 (nos EUA), em 1998 (em França) e em 2002 (na Coreia/Japão) e em 2 fases finais do Campeonato da Europa de Futebol, em 1996 (em Inglaterra) e 2000 (na Bélgica/Holanda).
Em 2003, Hierro, então com 35 anos, abandona o Real Madrid, pondo fim a uma longa e forte ligação de 14 anos e encerrando, simultaneamente, uma brilhante carreira, durante a qual ganhou tudo o que havia para ganhar a nível de clubes, conquistando um total de 16 (!) troféus: 5 Campeonatos de Espanha (1990, 1995, 1997, 2001 e 2003), uma Taça de Espanha/Taça do "Rei" (1993), 4 Supertaças de Espanha (1990, 1993, 1997 e 2001), 3 Ligas dos Campeões (1998, 2000 e 2002), duas Taças Intercontinentais (1998 e 2002) e uma Supertaça Europeia (2002).
Ao serviço da Selecção de Espanha, Hierro totalizou 89 partidas, o que faz dele o 3º jogador espanhol mais internacional de sempre, apenas atrás do guarda-redes Zubizarreta e do seu antigo companheiro de equipa e avançado do Real Madrid, Raúl. Relativamente ao número de golos marcados, Hierro, com 29 golos (marca notável para um defesa!), ocupa o 2º lugar na lista dos melhores marcadores de sempre da Espanha, igualmente atrás de Raúl.
Com efeito, apesar de jogar em terrenos recuados, Hierro foi sempre um defesa que marcava muitos golos, indo à grande área adversária para finalizar, em lances de bola parada (especialista na marcação de grandes penalidades e de livres directos), na sequência de pontapés de canto, ou, inclusivamente, através de lances de bola corrida e de remates de fora da área, mostrando o seu enorme sentido de oportunidade.
A título de curiosidade, refira-se, por exemplo, o registo obtido por Hierro na época de 1991/92, na qual apontou, nada mais nada menos que 21 golos na liga espanhola!
Quando abandonou o Real Madrid em 2003, Hierro tinha já reservado, para si próprio, um lugar de relevo na História do maior clube espanhol e um dos maiores do Mundo. Aliás, reforçando o que afirmámos logo ao início, Hierro é, inclusivamente, considerado por muitos agentes e especialistas do fenómeno futebolístico (comentadores/analistas, jornalistas, técnicos, jogadores, etc.) o melhor defesa central do futebol espanhol do último quarto do século XX. Diga-se de passagem, com toda a justiça, acrescentamos nós.