domingo, 11 de abril de 2010

JAIRZINHO (Brasil, Futebol)

Jair Ventura Filho, nascido a 25 de Dezembro de 1944, em Caxias (Brasil), foi um dos maiores futebolistas brasileiros de todos os tempos e um dos melhores avançados de sempre da História da selecção brasileira, tendo feito parte do célebre "escrete canarinho" que encantou e deslumbrou o mundo do futebol, sagrando-se tricampeão mundial no Campeonato do Mundo do México, em 1970.
Com efeito, Jair, mundialmente conhecido, no meio futebolístico, por Jairzinho, foi uma das principais figuras do Brasil no "Mundial" de 1970, tendo sido um dos vários jogadores brasileiros que ficaram imortalizados na História do Campeonato do Mundo de Futebol. Aliás, essa selecção brasileira do México-70 é considerada, por muitos especialistas, jornalistas, comentadores, treinadores, jogadores e adeptos, como a melhor selecção de sempre dos "Mundiais" de futebol.
Na verdade, Jairzinho foi um autêntico "astro" do futebol mundial do seu tempo, tendo rubricado grandes exibições ao serviço, sobretudo, do Botafogo e do "escrete canarinho". Para além das suas extraordinárias qualidades como futebolista, dotado de uma grande capacidade física, um remate poderoso, velocidade e capacidade técnica acima da média, Jairzinho destacou-se sempre pela regularidade exibicional revelada, nomeadamente, em representação da selecção brasileira.
Na verdade, Jairzinho teve uma passagem brilhante pela selecção "canarinha", possuindo, inclusivamente, 2 recordes notáveis, difíceis de superar e até de igualar. Assim, no que diz respeito à sua presença em jogos da fase final do "Mundial", Jairzinho alinhou em todas as 16 partidas que o Brasil efectuou nas fases finais dos "Mundiais" de Inglaterra-1966 (3 jogos), México-1970 (6 jogos) e Alemanha-1974 (7 jogos), marca esta nunca igualada. Além disso, no "Mundial" do México-1970, Jairzinho marcou golos em todos os 6 jogos que disputou, proeza esta que constitui recorde a nível mundial. Apesar deste feito, o avançado alemão Muller sagrou-se o melhor marcador da competição, com 10 golos, mais 3 que os apontados por Jairzinho.
Quando cedo despontou ao serviço do Botafogo, Jairzinho foi logo considerado o sucessor de Garrincha. Em 1964, com apenas 20 anos, Jairzinho estreou-se na selecção brasileira, tendo ainda durante 2 anos jogado com o seu grande ídolo. Dois anos mais tarde, Jairzinho, então com 22 anos, marcou presença no seu 1º "Mundial", em Inglaterra-1966. Contudo, a campanha realizada pelo "escrete" foi um autêntico fracasso, não conseguindo sequer passar da fase de grupos, ao sofrer duas derrotas, diante de Portugal e da Hungria.
Quatro anos mais tarde, no "Mundial" do México", o Brasil redimiu-se, efectuando uma campanha sensacional, obtendo só vitórias em todos os jogos realizados, conduzindo-o ao título mundial, ao vencer, na final, a Itália, por 4-1 (3º golo da autoria de Jairzinho). Jairzinho foi o marcador de serviço da selecção, com 7 golos, realizando grandes exibições e sendo, naturalmente, uma das principais figuras do Brasil, não ficando a dever nada às restantes "estrelas canarinhas", como Rivelino, Tostão, Gerson, Carlos Alberto e até Pelé.
Posicionado em campo como extremo direito, Jairzinho destacou-se pela sua forma peculiar de jogar, caracterizada por arrancadas fulgurantes e cavalgadas impetuosas pelo lado direito, as quais culminavam com remates fortíssimos e colocados. Por este motivo, Jairzinho ficou justamente celebrizado, no "Mundial" do México de 1970, por "O Furacão da Copa".

Uma das "equipas-maravilha" do Brasil no "Mundial" do México-1970.
Jairzinho é o 1º jogador em baixo a contar da esquerda.
Reconhecem-se ainda outros craques brasileiros, como, por exemplo,
Rivelino, Tostão, Pelé, Carlos Alberto (cap.), Félix (g.r.), entre outros.

Na sua 3ª presença num "Mundial", desta feita, na Alemanha, em 1974, Jairzinho, então com 30 anos, era já um jogador amadurecido e bastante experiente, tendo passado a jogar no meio campo, como médio ofensivo. No entanto, apesar das boas exibições realizadas quer por si, quer pela própria selecção, o Brasil seria afastado da final pela Holanda, tendo de contentar-se com a disputa do jogo de atribuição dos 3º e 4º lugares, no qual foi derrotado (1-0) pela Polónia.
Em representação do "escrete canarinho", Jairzinho totalizou 87 internacionalizações, tendo marcado 38 golos, 9 dos quais em "Mundiais".
Ao serviço da selecção brasileira, Jairzinho esteve também presente na MiniCopa de 1972 (Torneio "Independência do Brasil"), em cuja prova também participou Portugal, atingindo a final precisamente com o Brasil. Nessa final bastante disputada e equilibrada entre os dois "países-irmãos", o "escrete canarinho" levou a melhor, vencendo a selecção portuguesa, por 1-0, tendo o golo solitário sido da autoria precisamente de Jairzinho.
Em matéria de conquistas relevantes ao serviço dos clubes por onde passou, Jairzinho venceu vários títulos, dos quais se destacam os seguintes: pelo Botafogo, conquistou a Taça Rio-São Paulo (1966), a Taça do Brasil (1968) e 2 Campeonatos Estaduais do Rio de Janeiro (campeonato "carioca"), em 1967 e 1968; pelo Cruzeiro, conquistou 1 Campeonato Estadual de Minas Gerais (1975) e uma Taça dos Libertadores da América (1976); conquistou ainda 1 Campeonato da Venezuela (1977), pela Portuguesa de Acarígua e 1 Campeonato da Bolívia (1979), pelo Jorge Wilstermann. 
À semelhança de muitos outros grandes futebolistas da América do Sul, também Jairzinho foi fortemente assediado por convites tentadores de clubes europeus, acabando, também ele, por não resistir a uma proposta irrecusável do Olympique de Marselha (França). Porém, o jogador brasileiro não teve uma experiência feliz em França, não se tendo adaptado nem ao país, nem ao clube, nem ao estilo do futebol europeu. Jairzinho acabou por ficar pouco tempo em França, não terminando sequer a temporada de 1974/75. Após problemas disciplinares que envolveram o jogador, este regressou ao Brasil, ingressando, na época seguinte, no Cruzeiro de Belo Horizonte.
Jairzinho viria a terminar a sua brilhante carreira, aos 38 anos, novamente no Botafogo, clube onde nasceu e se projectou para o futebol. Porém, ainda antes de "pendurar" as chuteiras no seu clube do "coração", Jairzinho ainda representou clubes de países vizinhos, concretamente, da Venezuela e da Bolívia, tendo jogado, respectivamente, na Portuguesa de Acarígua e no Jorge Wilstermann, ao serviço dos quais se sagrou campeão dos respectivos países.