sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Ídolos do Desporto (1ª fase)

NUMERAÇÃO E DATA DE PUBLICAÇÃO: 1ª série - nº1 (3/3/1956) ao nº73 (13/7/1957). 2ª série - nº1 (17/10/1959) ao nº72 (24/2/1961). 3ª série - nº1 (7/12/1963) ao nº25 (23/5/1964). 4ª série - nº1 (8/1/1966) ao nº22 (4/6/1966). 5ª série - nº1 (30/12/1967) ao nº25 (15/6/1968). 6ª série - nº1 (22/11/1969) ao nº22 (18/4/1970). 7ª série - nº1 (4/12/1971) ao nº24 (13/5/1972).
PERIODICIDADE: Semanal.

DIMENSÕES APROXIMADAS (cm): 11,5 (largura) x 16 (altura); formato inferior ao A5.

COR: capa, contra-capa e páginas interiores sem cor.

NÚMERO DE PÁGINAS: 32 páginas.

PREÇO: 1$50 (1ª e 2ª séries); 2$00 (3ª série); 2$50 (4ª e 5ª séries); 3$00 (6ª e 7ª séries).

DIRECTOR: E. Carradinha.

EDITOR: E. Carradinha (da 2ª à 7ª série).

EDIÇÃO: SET - Sociedade Editorial "O Trabalhador" (1ª série).

PROPRIEDADE E DISTRIBUIÇÃO: Editorial Organizações, Lda.





A colecção "Ídolos do Desporto" foi uma das melhores revistas desportivas, dentro do género biográfico, editadas em Portugal. Tratava-se de uma revista que, tal como o próprio nome da colecção sugere, se debruçava sobre a vida e a carreira de grandes desportistas portugueses e não só, com especial relevo e destaque para os jogadores de futebol, os quais, foram, durante aqueles anos, autênticos "ídolos" para os adeptos e amantes do desporto-rei.

A revista era profusamente ilustrada e descrevia factos biográficos e curiosidades respeitantes, não apenas a futebolistas, mas também a atletas e desportistas de outras modalidades, das quais se destacam, sobretudo, o hóquei em patins, o ciclismo e o atletismo.

Esta revista também dedicou alguns dos seus números a jogadores estrangeiros famosos, tais como, o brasileiro Pelé, o argentino Di Stefano, o francês Kopa, os húngaros Puskas e Kubala e os espanhóis Gento e Suarez, os quais, naquela época, juntamente com Eusébio, eram os melhores jogadores do Mundo.

Durante a sua longa existência de 16 anos (entre 1956 e 1972, interrompidos por um ano ou dois, na transição de cada série), esta colecção incluiu 7 séries (com um número de exemplares variável de série para série).

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Secção "Publicações periódicas" (revistas desportivas)

A ideia e o consequente projecto de criar esta secção surge da tomada de consciência do vasto acervo bibliográfico que tenho vindo a acumular nos últimos 30 anos, no que diz respeito ao coleccionismo, sobretudo, de revistas e jornais desportivos, referentes ao período de tempo que vai desde a década de 30 até à actualidade. Pensei, pois, em dar a conhecer e partilhar todas estas publicações, algumas das quais, dada a sua antiguidade, já quase caíram no esquecimento geral. Portanto, achei que estava na altura de "ressuscitar" aquele material, retirá-lo da poeira e escuridão dos armários, caixas e estantes e expô-lo ao ar e à luz do dia, para dele tirar o melhor aproveitamento possível e, no fundo, para lhe "dar vida".
Esta secção pretende, assim, dar um importante contributo para a divulgação de algumas das mais emblemáticas e relevantes publicações periódicas, nomeadamente, revistas desportivas, que existiram em Portugal ao longo do século XX, permitindo um maior conhecimento das mesmas por parte de todos.
O registo de publicações desportivas, sobre as quais vai incidir a nossa análise e descrição, embora não seja exaustivo, nem tenha a pretensão de constituir um inventário de todas as revistas que se publicaram nesta área temática (muito longe disso, pois tal compilação seria impossível de elaborar!), contempla, pensamos nós, ainda assim, de forma razoavelmente criteriosa e equilibrada, as mais importantes revistas desportivas que se publicaram em Portugal durante, sobretudo, as décadas de 40, 50, 60, 70, 80 e 90 do século passado.
O principal objectivo desta secção centra-se, assim, na tentativa de descrever e caracterizar, o mais rigorosamente possível, cada uma daquelas revistas, dando a conhecer os conteúdos temáticos abordados por cada uma delas, complementando essa informação com a respectiva ficha técnica, acompanhada de fotos das capas e contracapas de alguns exemplares dessas revistas. Procuraremos, pois, catalogar as revistas desportivas que constituíram, numa determinada época, uma importante referência para as gerações de leitores que, com elas, tiveram o prazer de contactar e conviver ao longo dos anos. Não podemos também esquecer que, independentemente do maior ou menor "tempo de vida" que tiveram ou do maior ou menor sucesso alcançado, estas publicações não deixaram, ainda assim, de ter, em maior ou menor grau, a sua importância na história da imprensa desportiva da época.
Por exemplo, quem não se recorda, com saudade, das seguintes revistas dos anos 60, 70, 80 e 90: "Ídolos do Desporto", "Selecções Desportivas", "Panorama Desportivo", "Golo - O desporto em revista", "Equipa - Revista semanal da imagem e da palavra", "Foot" e "Bola Magazine", entre outras?

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

"A Bola" - A "Bíblia" do Desporto Português

Foi a partir de 1980, então com 12 anos de idade, que comecei também a interessar-me e a desenvolver o gosto pela leitura de jornais desportivos, sobretudo, do jornal "A Bola", o qual, desde logo, me cativou e fascinou, nascendo aí uma forte ligação afectiva que dura até hoje.
Vai fazer, portanto, 28 anos que sou um leitor fiel deste jornal, recordando com saudade o tempo em que aguardava ansiosamente pela saída de "A Bola", naquela altura, 3 vezes por semana (2ª feira, 5ª feira e sábado), para então "matar a sede de leitura" do jornal, com o seu inconfundível, característico e, porque não dizê-lo, bonito formato "gigante" das suas folhas, as quais se tinham que dobrar para se poderem ler melhor, havendo páginas em continuação, tendo, por isso, que se virá-las frequentemente, para a frente e para trás, durante a leitura.
Posso dizer que foi graças ao jornal "A Bola" que desenvolvi e aperfeiçoei a paixão pela leitura e o gosto pela escrita. Desde então, e até hoje, não mais larguei esta companhia inseparável de todas as ocasiões e momentos. Com efeito, "A Bola" tem sido um autêntico "vício" que me tem acompanhado ao longo da vida. Têm sido inesquecíveis as horas que tenho passado a ler e a "devorar" as crónicas, reportagens, comentários/análises e estudos, sobretudo, daqueles autênticos "gigantes" e "monstros sagrados" do jornalismo desportivo, que fizeram de "A Bola" uma escola de jornalismo verdadeiramente ímpar e inigualável.
Não posso deixar de referir os nomes de Vítor Santos (o carismático chefe de redacção e grande "timoneiro" do jornal), Carlos Pinhão, Carlos Miranda, Aurélio Márcio, Alfredo Farinha, Homero Serpa, Cruz dos Santos, Joaquim Rita, Rui Santos, Santos Neves, Vítor Serpa, etc., os quais me habituei a admirar pela sua competência e cultura jornalística, brio profissional e conhecimentos profundos sobre futebol e não só. Foram tempos de grande brilhantismo e fulgor da prosa jornalística, verdadeiros tratados na arte de bem escrever, enfim, um autêntico "clarão luminoso" na imprensa portuguesa, tendo por lema e porta estandarte, a crítica honesta, verdadeira, isenta e independente.
Na verdade, desde a sua fundação, por Cândido de Oliveira, Ribeiro dos Reis e Vicente de Melo, em Janeiro de 1945, "A Bola" constituiu-se numa referência de prestígio, de rigor e de qualidade na forma de fazer jornalismo e, nomeadamente, de escrever sobre desporto, em geral e sobre futebol, em particular. Desde logo, "A Bola" afirmou-se com grande destaque no panorama da imprensa desportiva, assumindo-se rapidamente como o maior jornal português, desportivo e não só, de longe, o mais prestigiado, conhecido e de maior expansão e vendas, dentro e fora de Portugal.
Não foi por acaso que, a partir de determinada altura, sobretudo, durante as décadas de 60, 70 e 80, "A Bola" passou a ser conhecida pela "Bíblia" do Desporto Português, uma autêntica instituição admirada e respeitada, quer em Portugal, quer no estrangeiro, nomeadamente, nos países (principalmente na França) onde viviam e trabalhavam os emigrantes portugueses, mas também nas antigas províncias ultramarinas de África (Angola, Moçambique, Guiné), onde os portugueses aguardavam ansiosamente pela chegada do jornal, para saberem notícias do desporto do continente e matarem saudades da metrópole.
Hoje em dia, possuo centenas de exemplares antigos deste jornal, os quais fui guardando e coleccionando ao longo do tempo, tendo, inclusivamente, adquirido, nos últimos anos, em leilões na internet e em alfarrabistas, exemplares relativos às décadas de 40, 50, 60, 70 e 80. Possuo igualmente suplementos/separatas, posters, números especiais/pequenas brochuras e colecções em fascículos que foram sendo editadas pelo jornal, já para não falar nos famosos "Cadernos de A Bola" e na revista "A Bola Magazine".
Provavelmente, não será exagero afirmar que sou o maior coleccionador particular de números antigos (em formato gigante) de "A Bola", os quais continuo a ler e a reler, ano após ano. Não admira, pois, que ao longo de todos estes anos, tenha podido ficar a conhecer, com algum pormenor e rigor, tudo aquilo que diz respeito à História do Desporto e do Futebol Português, nomeadamente, sobre: os grandes feitos, glórias, êxitos, conquistas, estórias, curiosidades e episódios do nosso desporto; a vida e a carreira desportiva dos grandes ídolos e atletas de todos os tempos. Neste particular, tem sido precioso, valioso e inestimável o contributo de "A Bola" para a aquisição destes conhecimentos e para o desenvolvimento e enriquecimento da minha cultura desportiva.
Sinto uma enorme saudade e nostalgia das brilhantes e inigualáveis compilações e estudos de Vítor Santos sobre a história e as estatísticas do futebol português (competições, clubes/selecções e jogadores), das brilhantes e rigorosas crónicas de Alfredo Farinha e de Aurélio Márcio a propósito dos grandes "clássicos" e "derbies" do futebol português, das evocações e incursões pelo passado do desporto português de Carlos Pinhão, recordando estórias e episódios de outros tempos, das brilhantes e completas reportagens de Carlos Miranda, nomeadamente, na volta à França em bicicleta, nos Jogos Olímpicos e nos Campeonatos do Mundo de Corta-Mato.
Recorrendo a uma expressão famosa do saudoso Carlos Pinhão, é caso para desabafar: "Ai que saudades, ai, ai...!".
A título de curiosidade, indicam-se, a seguir, as datas mais importantes de 63 anos de vida de "A Bola", sem dúvida, uma das marcas portuguesas mais conhecidas em todo o Mundo e o jornal de maior referência em toda a comunidade lusófona espalhada pelo Mundo:
- 29 de Janeiro de 1945: Fundação de "A Bola" (começou por sair à 2ª feira e 6ª feira, mas pouco depois passou a sair à 2ª feira e 5ª feira);
- 10 de Julho de 1950: Passagem de "A Bola" a trissemanário (2ª feira, 5ª feira e sábado);
- 5 de Março de 1989: Passagem de "A Bola" a quadrissemanário (2ª feira, 5ª feira, sábado e domingo);

- 25 de Julho de 1992: Paginação electrónica de "A Bola" (feita integralmente por computador);

- 26 de Setembro de 1992: Introdução da cor na 1ª e última páginas de "A Bola" (ver capa 2);
- 10 de Fevereiro de 1995: Passagem de "A Bola" a diário e a tablóide (fim do formato "gigante") (ver capas 3 e 4);

- 29 de Janeiro de 2000: Entrada de "A Bola" na Internet (edição electrónica através do site http://www.abola.pt/);

- 5 de Junho de 2000: Introdução de uma nova imagem (novo grafismo e cor) em todas as páginas de "A Bola".


último número a preto e vermelho
25 de Setembro de 1992



























































terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Sporting e memórias de 1974

Vai fazer em Julho deste ano, 20 anos, que sou sócio do Sporting. Com efeito, foi no Verão de 1988 que me tornei no sócio nº19903 deste grande clube, tinha Jorge Gonçalves (popularmente conhecido por "O bigodes") acabado recentemente de ganhar as eleições para a presidência do Sporting, e começava a apresentar as famosas "unhas do leão" para a nova época que se avizinhava, a qual prometia muito mas, infelizmente, viria a redundar num fracasso, gorando as expectativas e esperanças de todos os sportinguistas.
É claro que, muitos anos antes, eu já era um fervoroso adepto e simpatizante do Sporting, pois, a partir dos 10 anos de idade, comecei a ir, de forma assídua e regular, assistir a jogos do Sporting (e também do Benfica), quer no Estádio José de Alvalade, quer no Estádio da Luz.
Tentando ser o mais rigoroso possível, posso dizer que sou sportinguista desde 1974, altura em que, com 6 anos de idade, comecei a gostar verdadeiramente de ver e de jogar futebol. A "dobradinha" que o Sporting alcançou precisamente nesse ano de 1974, juntando ao título de Campeão Nacional, a conquista da Taça de Portugal (vitória 2-1 sobre o Benfica), terá contribuído de forma decisiva para me tornar um adepto incondicional do Sporting. E que dizer, ainda, dos 46 golos apontados pelo inesquecível goleador Hector Yazalde, marca essa, que ainda hoje é "record" dos campeonatos nacionais, e que conduziu o avançado argentino à conquista da "Bola de Prata" e da "Bota de Ouro".
Aliás, o ano de 1974 foi, para mim, um ano histórico e marcante a todos os níveis, uma vez que foi nesse ano que se verificaram uma série de acontecimentos importantes na minha vida, os quais jamais esquecerei.
Para além da já anteriormente citada excelente época futebolística realizada pelo Sporting (o qual, ainda, alcançou a meia-final da Taça das Taças, falhando, por pouco, e de forma inglória, a presença na final) sucederam-se outros acontecimentos que me marcaram imenso: entrei para a 1ª classe; fiz as minhas primeiras colecções de cromos; vi, transmitidos pela televisão (a preto e branco), alguns jogos do Campeonato do Mundo de Futebol, realizado na Alemanha Ocidental (RFA); assisti, pela primeira vez, através da televisão, quer ao Festival RTP da Canção (com a vitória do inesquecível "E depois do Adeus", de Paulo de Carvalho), quer ao Festival Eurovisão da Canção (com a vitória de "Waterloo", dos famosos Abba); e, finalmente, vivi, embora à distância, o 25 de Abril ("a revolução dos cravos"), a tomada do poder pelo MFA (Movimento das Forças Armadas), a consequente queda do governo de Marcello Caetano e a instauração da Democracia e da Liberdade em Portugal, após quase meio século de Ditadura e Fascismo.
Convenhamos que foram muitas emoções e experiências novas para mim, em apenas um ano, tendo eu 6 anos de idade!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

A minha paixão

Dentro do mundo vasto, complexo e fascinante do Coleccionismo, o género ao qual eu me tenho dedicado, durante os últimos 30 anos, é o relativo àquilo que eu denomino de coleccionismo desportivo, onde se incluem os livros, enciclopédias, revistas, jornais, cadernetas de cromos, posters, calendários, etc. sobre o Desporto, em geral e o Futebol ("Desporto-Rei"), em particular.
Tentando ser o mais rigoroso possível, posso dizer que entrei, pela primeira vez, no mundo das colecções, aos 6 anos de idade, altura a partir da qual comecei a fazer as minhas primeiras colecções de cromos. Recordo-me perfeitamente, como se fosse hoje, das primeiras 6 colecções de cromos que fiz (não tendo, porém, completado duas delas). Dessas 6 cadernetas, 4 eram editadas pela Agência Portuguesa de Revistas ("História de Portugal"; "Camões"; "Segredos do Mar"; "Segredos do Mundo Animal") e as outras duas eram de futebol ("Os Maiores Craques do Futebol Português", cujos cromos vinham embrulhados em caramelos da Fábrica Universal; "Munique 74", editada pela Ediguia).
A partir de 1974, nunca mais deixei de coleccionar cadernetas de cromos, até hoje, tendo, já muito mais tarde, adquirido outras cadernetas completas em alfarrabistas e, ultimamente, em leilões na internet.
Foi, mais ou menos, a partir dos 10 anos de idade, que também comecei a interessar-me e a desenvolver o gosto pela leitura de revistas (como por exemplo, "Ídolos do Desporto", "Selecções Desportivas", "Golo - O desporto em revista", entre outras) e jornais desportivos (sobretudo, o "Golo" e "A Bola").
Comecei, pois, desde cedo, a comprar, a ler e a coleccionar as publicações períódicas desportivas que iam aparecendo no mercado. A partir dos 15 anos de idade, comecei de forma assídua a comprar, 3 vezes por semana (2ª feira, 5ª feira e sábado), o jornal "A Bola" ("A Bíblia do Desporto Português"), com o seu famoso formato grande das folhas. Até hoje, passados 25 anos, mantenho-me como leitor fiel e amante deste jornal, graças ao qual, desenvolvi e aperfeiçoei, ao longo dos anos, o gosto e a paixão pela leitura e também pela escrita.
É assim que, desde há cerca de 30 anos, tenho vindo a empreender uma apaixonante e intensa procura por tudo aquilo que sejam livros e publicações períódicas desportivas mais ou menos antigas (revistas e jornais a partir da década de 40 até à década de 80), incluindo suplementos, separatas, posters, cadernetas de cromos, calendários, etc. Percorro e visito com frequência alfarrabistas, lojas de colecções e feiras de coleccionismo, contacto com coleccionadores particulares e pesquiso leilões na internet. Tenho-me embrenhado na pesquisa e leitura de centenas e centenas de páginas de livros, revistas e jornais, sentindo o prazer único de folhear essas mesmas páginas e de sentir o seu cheiro característico e inconfundível a "velho". Tudo isto se pode resumir numa única palavra: Paixão!