segunda-feira, 31 de agosto de 2009

GIMONDI, Felice (Itália, Ciclismo)

Felice Gimondi, nascido a 29 de Setembro de 1942, em Sedina, na Itália, foi um dos maiores ciclistas italianos de todos os tempos, tendo-se tornado no 1º e único italiano até hoje a vencer as 3 mais importantes corridas do ciclismo mundial (Tour, Giro e Vuelta).
Com efeito, Gimondi venceu a Volta à França em 1965, venceu 3 vezes a Volta à Itália, em 1967, 1969 e 1976, e venceu a Volta à Espanha em 1968.
Além destas conquistas, Gimondi sagrou-se ainda Campeão do Mundo de Estrada, em 1973, em Montjuich (Barcelona), prova na qual conseguiu obter mais duas presenças no pódio, sendo 2º em 1971 e 3º em 1970.
Felice Gimondi, digno sucessor de Fausto Coppi de entre os grandes ciclistas italianos de sempre, era um ciclista completo, bom em todos os tipos de terreno, tendo sido um adversário de respeito do ciclista belga Eddy Merckx, durante as décadas de 60 e 70.
O ano de estreia de Gimondi como profissional, em 1965, foi, de facto, fantástico, pois o ciclista italiano venceu logo o Tour, com apenas 22 anos. Nos anos seguintes, Gimondi confirmou todas as suas capacidades e qualidades de grande ciclista, continuando a obter importantes triunfos, destacando-se, para além dos atrás referidos, as vitórias na Volta à Lombardia e nas clássicas Paris-Roubaix, Milão-São Remo e Paris-Bruxelas.
Felice Gimondi retirou-se do ciclismo em 1978, ao fim de 14 anos de carreira, durante a qual, conquistou todas as principais competições velocipédicas mundiais, fazendo parte do grupo restrito de 5 ciclistas a vencerem as 3 grandes voltas (ele próprio; o espanhol Alberto Contador; o francês Jacques Anquetil; o belga Eddy Merckx; o francês Bernard Hinault).
Com este palmarés tão rico, Gimondi entrou, com toda a justiça, na galeria dos melhores ciclistas mundiais do século XX.

sábado, 29 de agosto de 2009

40º aniversário do jornal "A Bola" (1945-1985)

Em 1985, a "Fosforeira Portuguesa" de Espinho lançou uma colecção de carteiras de fósforos comemorativa do 40º aniversário do jornal "A Bola" (1945-1985), sob o lema "40 anos ao serviço do Desporto".
Esta colecção era constituída apenas por 6 carteiras que reproduziam as capas de 6 edições anteriores de "A Bola", o jornal de referência da imprensa desportiva portuguesa e considerado "a Bíblia do Desporto Português".
A seguir apresentamos as fotos das 6 carteiras de fósforos com a respectiva descrição das capas:

- 2 exemplares de 1979: exemplar nº5000 ; exemplar homenageando a equipa do F.C. Porto campeã nacional - 1978/79 (treinador: José Maria Pedroto), através da caricatura de 11 jogadores portistas (autoria de Francisco Zambujal).
- 2 exemplares de 1982: exemplar homenageando a equipa do Sporting campeã nacional - 1981/82 (treinador: Malcolm Allison), através da caricatura de 11 jogadores leoninos (autoria de Francisco Zambujal) ; Cadernos de "A Bola" (nº8) de Agosto de 1982 (anuário de balanço da época que passou e de apresentação da nova época 1982/83).

- 2 exemplares de 1984: exemplar homenageando a equipa do Benfica campeã nacional - 1983/84 (treinador: Sven Goran Eriksson), através da caricatura de 14 jogadores benfiquistas (autoria de Francisco Zambujal) ; Cadernos de "A Bola" (nº11) de Junho de 1984 (balanço e resumo histórico das edições anteriores do Campeonato da Europa de futebol e apresentação das selecções, incluindo Portugal, presentes no Campeonato da Europa, a realizar nesse ano de 1984, em França).

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

GEREVICH, Aladar (Hungria, Esgrima)

Aladar Gerevich, nascido a 16 de Março de 1910, em Jaszbereny, na Hungria, foi um dos maiores esgrimistas húngaros de todos os tempos e, de entre os grandes mestres de sabre húngaros, foi, provavelmente, o melhor de todos e um dos melhores do mundo de sempre.
Gerevich esteve presente em 6 edições dos Jogos Olímpicos, entre 1932 e 1960, sendo um dos atletas com maior longevidade na História dos Jogos, tendo feito a estreia com 22 anos e a despedida com 50 anos!
No total das 6 participações nos Jogos, Gerevich conquistou 10 medalhas olímpicas, das quais 7 de ouro (6 colectivas e uma individual), como a seguir se indica:
- Jogos Olímpicos de los Angeles (1932): medalha de ouro em sabre (por equipas);
- Jogos Olímpicos de Berlim (1936): medalha de bronze em sabre (individual) e medalha de ouro em sabre (por equipas);
- Jogos Olímpicos de Londres (1948): medalha de ouro em sabre (individual e por equipas);
- Jogos Olímpicos de Helsínquia (1952): medalha de prata em sabre (individual) e medalha de ouro em sabre (por equipas);
- Jogos Olímpicos de Melbourne (1956): medalha de ouro em sabre (por equipas) e medalha de bronze em florete (por equipas);
- Jogos Olímpicos de Roma (1960): medalha de ouro em sabre (por equipas).
Para além das 3 medalhas olímpicas (ouro, prata e bronze) que conquistou individualmente, Gerevich foi ainda tricampeão do mundo de sabre, em 1935, 1951 e 1955.
Na verdade, a equipa de sabre da Hungria foi protagonista de um dos reinados mais longos da História Olímpica, vencendo 46 duelos consecutivos, durante 40 anos, mais concretamente, entre 1924 e 1964. Nesta disciplina da esgrima, a selecção "magiar" conquistou, na prova colectiva, 7 títulos olímpicos seguidos, o primeiro dos quais conquistado em 1928 e o último em 1960.
O domínio da Hungria na disciplina de sabre também se estendeu à prova individual, tendo os "magiares" vencido aquela especialidade entre 1908 e 1964, com Gerevich a vencer em 1948, nos Jogos Olímpicos de Londres. Esta série de vitórias verdadeiramente fantástica foi interrompida apenas em 1920, quando no rescaldo da 1ª Guerra Mundial, a Hungria foi afastada dessa edição dos Jogos Olímpicos.
Depois de abandonar a prática da esgrima, Aladar Gerevich abraçou a carreira de treinador no Vasas de Budapeste, vindo a falecer a 14 de Maio de 1991, com 81 anos.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

GENTO, Paco (Espanha, Futebol)

Francisco "Paco" Gento López, nascido em Espanha, a 21 de Outubro de 1933, foi um dos maiores futebolistas espanhóis de sempre e um dos grandes extremos-esquerdos europeus das décadas de 50 e 60.
Gento iniciou a carreira de futebolista no Racing Santander, tendo as suas boas exibições despertado. desde logo, a atenção do Real Madrid, que acabaria por contratar, em 1953, o então jovem avançado de 20 anos, o qual, entre outras qualidades, possuia uma velocidade estonteante com a bola.
Na verdade, Gento era um extremo-esquerdo de raíz, muito rápido, característica esta que lhe valeu a alcunha de El Supersonico. Aliás, já na adolescência, quando começou a dar os primeiros pontapés na bola, Gento alternava o futebol com a prática do atletismo, chegando, inclusivamente, a fazer com a bola nos pés, 10,9 segundos nos 100 metros.
Ao serviço do Real Madrid, Gento tornou-se num dos melhores jogadores espanhóis de todos os tempos e, em particular, num dos maiores avançados da História dos merengues. Gento representou o Real Madrid durante 18 (!) épocas, ao longo das quais, ganhou tudo o que havia para ganhar, tornando-se num dos jogadores que mais troféus (nacionais e internacionais) conquistou, quer na História do clube de Madrid, quer do próprio futebol espanhol e até europeu.
Senão, vejamos os 23 títulos conquistados por Gento ao serviço do Real Madrid, entre 1953 e 1971:
- 12 Campeonatos de Espanha (é o recordista espanhol), em 1954, 1955, 1957, 1958, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1967, 1968 e 1969;
- 2 Taças de Espanha, em 1962 e 1970;
- 6 Taças dos Campeões Europeus (é o recordista europeu), em 1956, 1957, 1958, 1959, 1960 e 1966; foi, ainda, finalista vencido desta competição por duas vezes, em 1962 (derrota por 5-3, diante do Benfica) e em 1964 (derrota por 3-1, diante do Inter de Milão);
- 2 Taças Latinas, em 1955 e 1957;
- 1 Taça Intercontinental, em 1960.
Com a camisola do Real Madrid, Gento efectuou um total de 761 jogos, tendo apontado 256 golos. Gento fez parte das grandes equipas do Real Madrid da 2ª metade da década de 50 e 1ª metade da década de 60, as quais constituíram, indiscutivelmente, o período de "ouro" do clube madrileno. Formou com Di Stefano e Puskas um dos maiores trios atacantes da História do futebol europeu e mundial, tendo contribuído com os seus passes e cruzamentos para os muitos golos marcados por aqueles 2 fantásticos avançados.
Entre 1955 e 1969, Gento envergou por 43 vezes a camisola da Selecção de Espanha, tendo marcado 5 golos. Foi Campeão da Europa pela Espanha, em 1964, cuja competição se realizou no seu país. Esteve ainda presente em duas edições do Campeonato do Mundo, em 1962, no Chile (3 jogos realizados) e em 1966, em Inglaterra (2 jogos realizados), nunca tendo marcado qualquer golo em fases finais desta competição.
Gento retirou-se do futebol em 1971, com 37 anos, ao fim de 18 épocas nos merengues recheadas dos maiores êxitos e conquistas.
Após o abandono dos relvados, Gento permaneceu, com toda a naturalidade, ligado ao Real Madrid, tendo sido nomeado embaixador do clube na Europa, pois é, muito justamente, uma das lendas dos merengues e do próprio futebol espanhol.

domingo, 9 de agosto de 2009

GEESINK, Antonius (Holanda, Judo)

Antonius Geesink, nascido a 6 de Abril de 1934, em Utrecht, na Holanda, foi um dos maiores judocas de todos os tempos e um dos melhores atletas mundiais de sempre da história da modalidade.
Antonius Geesink entrou para a história do desporto e, em particular, do judo, ao tornar-se, em 1961, no 1º judoca não-japonês a conquistar um título mundial da modalidade, e em 1964, no 1º Campeão Olímpico da categoria Open, nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Em 1956, Geesink, então com 22 anos, esteve presente na 1ª edição do Campeonato do Mundo de Judo, cuja prova decorreu no Japão (o berço da modalidade). O judoca holandês teve um excelente desempenho, obtendo um 3º lugar e sendo o único europeu a conseguir incomodar os judocas nipónicos.
Geesink era um atleta robusto e dotado de uma enorme envergadura física, medindo 1,99 metros e pesando 122 quilos. Pouco tempo antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964, o judoca holandês revalidou o título de campeão mundial conquistado, pela 1ª vez, 3 anos antes.
Nos Jogos de Tóquio, o judo adquire o estatuto de modalidade olímpica, sendo os judocas japoneses, naturalmente, os grandes favoritos à conquista da medalha de ouro nas várias categorias. Com efeito, Geesink, apesar de ser bicampeão mundial, não era considerado o principal favorito ao triunfo na categoria Open, uma vez que tinha adversários japoneses fortíssimos, ainda para mais a competirem em "casa".
Após ter derrotado adversários claramente mais fracos, necessitando, por exemplo, de apenas 12 segundos para ultrapassar, nas meias finais, o australiano Theodore Boronovskis, Geesink encontrou na final o japonês Akio Kaminaga, o grande favorito à vitória nesta categoria. Aliás, os judocas nipónicos haviam conquistado 3 das 4 medalhas de ouro em disputa no torneio olímpico e, como tal, não admitiam sequer a hipótese de perder a medalha de ouro na categoria principal.
Contudo, ao fim de 9 minutos e 22 segundos de combate, Geesink vence Kaminaga e conquista o título olímpico, contra todas as expectativas, deixando os japoneses em "estado de choque".
Um ano mais tarde, antes de se retirar definitivamente da competição, o judoca holandês, que ao longo da carreira exerceu um domínio claríssimo no Campeonato da Europa (com 13 títulos europeus conquistados), conquista ainda, pela 3º vez, a medalha de ouro no Campeonato do Mundo.
Depois de colocar um ponto final na gloriosa carreira como judoca, Geesink manteve a actividade de instrutor de judo, escreveu livros e criou uma fundação para promover a prática desportiva e o ideal olímpico. Graças à popularidade e prestígio que atingiu como atleta de craveira excepcional, Geesink tornou-se, ainda, membro do Comité Olímpico Internacional (COI).