sexta-feira, 28 de novembro de 2008

BRABHAM, Jack (Austrália, Fórmula 1)

Jack Brabham, nascido em Hurstville, nos arredores de Sidney, a 2 de Abril de 1926, foi o maior piloto australiano de Fórmula 1 e um dos grandes campeões da modalidade, tendo sido tricampeão do mundo, em 1959, 1960 e 1966.
Brabham sentiu-se, desde cedo, fascinado e atraído pela mecânica, não sendo de espantar que, mais tarde, tenha estudado Engenharia. Entretanto, durante o curso, rebenta a 2ª Guerra Mundial, e Brabham é chamado para a Força Aérea Australiana. Quando o conflito termina, Brabham começa a competir, correndo ao volante de carros preparados por si próprio.
Em 1955, Brabham vai para Inglaterra, trabalhando aí como mecânico para a marca Cooper, sendo-lhe permitido, como forma de pagamento, construir o seu próprio carro, o qual venderia, comprando um Maserati 250 F no ano seguinte.
As participações de Brabham ao volante do carro italiano estiveram longe de ser um sucesso, tendo, por isso, regressado à Cooper, no final da época de 1956, onde começa a desenvolver um novo carro que lhe irá permitir vencer dois Campeonatos do Mundo de Fórmula 1 consecutivos, em 1959 e 1960.
No entanto, o dominio dos Cooper termina no ano seguinte, devido a alterações entretanto surgidas nos regulamentos, passando a Ferrari a dominar o panorama da Fórmula 1.
Jack Brabham arranca então, em segredo, com o projecto de um novo carro, ao qual dá o seu nome, Brabham. Com efeito, o BT3 aparece em 1962, mas a nova marca só começa a ter sucesso e a alcançar vitórias em 1966, ano em que Jack Brabham se sagra, pela 3ª vez, Campeão do Mundo de Fórmula 1, então já com 40 anos. Aliás, o ano de 1966 é um ano em cheio para o piloto australiano, pois alcança a "dobradinha", juntando ao título de pilotos, o título de construtores, situação que se irá verificar também no ano seguinte, desta vez através de Denny Hulme (Nova Zelândia), de novo ao volante de um Brabham.
Aos 44 anos, Brabham retira-se da Fórmula 1, abandonando a competição como piloto e regressando à Austrália, onde se manterá ligado à competição, agora na condição de co-proprietário da empresa fabricante de motores Judd.
A carreira de Jack Brabham atingiu uma grande longevidade, tendo o piloto australiano corrido durante 16 épocas, entre 1955 e 1970, ao longo das quais disputou 126 grandes prémios, tendo vencido 14 deles; alcançou, ainda, 13 "poles position", 10 melhores voltas e um total de 303 pontos.
Jack Brabham fica ainda ligado à história da Fórmula 1, por um outro motivo: é o único piloto que logrou ser campeão mundial num monolugar com o seu nome!

sábado, 22 de novembro de 2008

BORG, Bjorn (Suécia, Ténis)

Bjorn Borg, nascido em Sodertalje (Suécia), a 6 de Junho de 1956, foi um dos maiores tenistas de todos os tempos, porventura o maior talento, do ponto de vista atlético, da história do ténis.
Borg era um tenista completo e versátil, excelente quer em pisos rápidos (como a relva), quer em pisos lentos (como a terra batida). No entanto, eram estes últimos a sua grande especialidade, sendo praticamente imbatível na terra batida, embora vencesse igualmente em pisos rápidos.
Na verdade, Bjorn Borg construiu uma carreira de sucesso, sobretudo, graças às suas vitórias nos 2 torneios mais importantes do Grand Slam: Roland Garros e Wimbledon. No prestigiado torneio parisiense (em terra batida), Borg triunfou por 6 vezes (4 delas consecutivas, entre 1978 e 1981), enquanto que no célebre torneio londrino (na relva) venceu por 5 vezes consecutivas (entre 1976 e 1980).
Aos 15 anos, Borg foi, pela primeira vez, seleccionado para representar a Suécia na Taça Davis, sagrando-se, pouco tempo depois, campeão do torneio de juniores de Wimbledon. Nascia aí um dos maiores mitos do desporto mundial e do ténis, em particular. A "Borgmania" alastrou por todo o lado por onde o tenista sueco passava, sempre com a inconfundível fita na cabeça que era uma das suas imagens de marca. O seu perfil atlético, alto, forte e de longa cabeleira loira provocava o histerismo nos adolescentes e nos seus fans, criando à sua volta uma adoração e idolatria até então apenas imaginável junto das estrelas da música e do cinema.
Borg viria a ficar conhecido como "Iceborg", em virtude da frieza e da enorme capacidade de concentração que evidenciava durante as partidas, nomeadamente nos torneios europeus de terra batida, nos quais se revelava quase invencível.
Graças aos seus feitos extraordinários, Borg viria a inspirar toda uma geração de tenistas suecos, casos de Mats Willander e Stefan Edberg (na década de 80), que chegaram a transformar a Suécia na mais forte nação do ténis mundial.
Relativamente às outras duas provas que integram o Grand Slam, Borg disputou uma única vez, sem sucesso, o Open da Austrália, em 1974 (chegando apenas à 3ª ronda), tendo sido por 4 vezes finalista (sempre vencido) do Open dos Estados Unidos.
Em 1982, com apenas 26 anos, e depois de ter conquistado 11 títulos do Grand Slam, Bjorn Borg quis reduzir a sua actividade competitiva, até aí bastante intensa, mas como as regras do circuito profissional o obrigava a disputar um número mínimo de torneios por ano, o tenista sueco decidiu afastar-se do ténis, em 1983, saturado da exigência dos treinos e das competições e cansado dos estágios e das viagens constantes.
Voltaria, porém, a regressar no início da década de 90, mas já sem sucesso, após quase uma década sem competição, completamente fora do ritmo dos treinos e das exigências do profissionalismo dos novos tempos. Actualmente, Borg participa em jogos de exibição e em torneios incluídos no Circuito de Veteranos.
Bjorn Borg fica para a história do ténis mundial como uma das suas maiores lendas e apesar de, nos últimos anos, terem aparecido tenistas da categoria de Pete Sampras e Roger Federer (só para citar 2 exemplos marcantes), o tenista sueco é ainda hoje considerado o melhor de sempre.
Borg reinou no ténis mundial durante quase uma década, período de tempo no qual conquistou 11 títulos do Grand Slam (6 em Roland Garros e 5 em Wimbledon), sendo, ainda hoje, o 4º tenista da história (juntamente com Rod Laver) com mais títulos do Grand Slam conquistados, apenas atrás de Pete Sampras (com 14), Roy Emerson e Roger Federer (ambos com 12). Borg é ainda o tenista com mais títulos (em singulares) conquistados em Roland Garros, sendo o 2º da história (juntamente com Roger Federer) com mais títulos conquistados em Wimbledon, apenas atrás de Pete Sampras, que obteve 7 vitórias no torneio londrino.

sábado, 15 de novembro de 2008

BOBET, Louison (França, Ciclismo)

Louison Bobet, nascido em Saint-Méen-le Grand, na Bretanha, a 12 de Março de 1925, foi um dos maiores ciclistas franceses de sempre, tendo dominado o ciclismo internacional em meados da década de 50 do século passado.
Bobet era um corredor completo, bom em todos os tipos de terreno, tendo-se tornado no primeiro ciclista a ganhar a Volta à França por 3 vezes consecutivas, em 1953, 1954 e 1955. Já no Tour de 1950, Bobet tinha conseguido a 3ª posição, alcançando ainda o título de "Rei da Montanha". Também na Volta à Itália, em 1957, Bobet teve uma participação de relevo, conquistando o 2º lugar.
Para além de ser um ciclista completo, Bobet era um atleta extremamente profissional, muito dedicado à modalidade, procurando sempre melhorar o seu desempenho em todas as especialidades do ciclismo. Por exemplo, a rapidez que evidenciava no final das etapas era treinada nas próprias corridas, sprintando sempre para a meta, quer fosse para discutir a vitória, quer fosse para conquistar qualquer outro lugar dessa etapa.
Bobet foi ainda campeão do Mundo de Estrada, em 1954, tendo alcançado o 2º lugar em duas outras ocasiões (1957 e 1958). Bobet inscreveu também, durante a década de 50, o seu nome no "Álbum de Ouro" das famosas "clássicas", vencendo o Paris-Roubaix, o Bordeaux-Paris, o Milão-São Remo, a Volta à Flandres e a Volta à Lombardia.
Após uma década de 50 plena de sucessos, triunfos e alegrias, o início dos anos 60 haveria de trazer o infortúnio e a infelicidade para o grande ciclista francês. Com efeito, em 1961, então com 36 anos, Bobet é vítima de um acidente de automóvel, fracturando o fémur e sendo obrigado a terminar abruptamente uma bonita e invejável carreira.
Louison Bobet viria a falecer a 13 de Março de 1983, precisamente no dia a seguir a ter completado 58 anos de idade. Desaparecia assim um dos maiores ciclistas da história da modalidade e um dos maiores de França, a par de Bernard Hinault e Jacques Anquetil.

sábado, 8 de novembro de 2008

BLANKERS-KOEN, Fanny (Holanda, Atletismo)

Fanny Blankers-Koen, nascida na Holanda, a 26 de Abril de 1918, foi uma das melhores atletas de todos os tempos, tendo conquistado 4 medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, em 1948, proeza esta que, no sector feminino do atletismo, até hoje ninguém logrou repetir.
Fanny fez a sua estreia em Jogos Olímpicos, nos jogos de Berlim, em 1936, os quais ficaram, para a História, como os jogos da propaganda do regime nazi, chefiado por Hitler, e que pretendiam mostrar ao mundo a suposta superioridade da raça ariana. Ironicamente e para grande contrariedade e frustração do Fuhrer, a principal figura dos jogos viria a ser o norte-americano Jesse Owens, um atleta negro, que só à sua conta conquista 4 medalhas de ouro, vencendo categóricamente a concorrência alemã.
No que diz respeito à prestação de Fanny, esta, então com apenas 18 anos, obtém dois 5º lugares: um no salto em altura e o outro na estafeta de 4x100 m. No entanto, o feito extraordinário alcançado por Jesse Owens nestes jogos iria servir de inspiração e de motivação para a jovem atleta holandesa, que em 1948 iria igualar, em número de medalhas de ouro conquistadas, a proeza do atleta norte-americano.
Com o eclodir da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) e o consequente cancelamento das Olimpíadas de 1940 e 1944, Fanny teve de esperar 12 anos para voltar a estar presente noutra edição dos Jogos Olímpicos. Durante esse longo interregno, apesar da Holanda estar sob o domínio da Alemanha Nazi, Fanny não esteve parada, antes pelo contrário, continuou a competir com regularidade, tendo, inclusivamente, batido recordes mundiais e sido mãe por duas vezes.
Entretanto, tinha decorrido apenas um ano desde o fim do 3º Reich e do terrível conflito mundial, quando Fanny conquista duas medalhas de ouro nos Campeonatos da Europa de Atletismo de 1946, realizados em Oslo, na Noruega.
Porém, o melhor estava guardado para dois anos mais tarde, quando, em 1948, nos Jogos Olímpicos de Londres, Fanny, então com 30 anos feitos poucos meses antes, se torna na grande figura dos jogos e na "Rainha" do atletismo, ao conquistar 4 títulos olímpicos nesta modalidade, entrando para a história e lenda dos Jogos Olímpicos.
Com efeito, a saga de Fanny iniciou-se na prova de 100 m, a qual venceu facilmente e de forma folgada. Seguiu-se a prova de 80 m barreiras, na qual Fanny sentiu grandes dificuldades para vencer, tendo alcançado a vitória de forma muito apertada. As suas duas outras vitórias foram históricas, por diferentes razões. Na prova de 200 m, Fanny obteve o triunfo mais folgado de sempre em Jogos Olímpicos. Já na estafeta de 4x100 m, recebeu o testemunho na 4ª posição mas, nos últimos 100 m, com uma recuperação fantástica, cortou a meta em 1º lugar, levando a Holanda à vitória. Fanny acabava de entrar para a galeria restrita das lendas dos jogos, atingindo a glória aos 30 anos e já depois de ter sido mãe de 2 filhos, poucos anos antes.
Apesar deste feito já de si notável, Fanny poderia ter alcançado, nos jogos de Londres, uma proeza ainda maior, caso o calendário lhe tivesse permitido participar no salto em altura (especialidade na qual possuía, como recorde pessoal, 1,71 m, tendo a marca de 1,68 m valido a medalha de ouro à vencedora) e no salto em comprimento (especialidade na qual a vencedora saltou 5,69 m, quando Fanny detinha o recorde pessoal de 6,25 m).
Em 1950, Fanny conquista mais 3 títulos europeus, alcançando grande destaque, sobretudo, na prova combinada de pentatlo, na qual bateu o recorde mundial.
Fanny ainda voltaria a participar, em 1952, em mais uma edição dos Jogos Olímpicos, agora em Helsínquia. Contudo, desta vez, Fanny não conseguiria alcançar nenhuma posição de destaque, não conquistando nenhuma medalha, o que se compreende, pois com 34 anos a sua forma física já não era a mesma. De qualquer maneira, despediu-se de forma digna do maior acontecimento desportivo mundial que lhe deu a fama e a glória, transformando Fanny Blankers-Koen numa lenda imortal dos Jogos Olímpicos e do atletismo mundial.