segunda-feira, 26 de maio de 2008

Chalana - "O pequeno génio" (1959)

NOME: Fernando Albino de Sousa Chalana.

NATURALIDADE: Barreiro.

DATA DE NASCIMENTO: 10 de Fevereiro de 1959.

LUGAR: Extremo esquerdo.

CLUBES REPRESENTADOS: Barreirense, Benfica, Bordéus (França), Belenenses e Estrela da Amadora.


CURRÍCULO/PALMARÉS (ao serviço do Benfica):


- 6 vezes Campeão Nacional da 1ª Divisão: 1975/76, 1976/77, 1980/81, 1982/83, 1983/84 e 1988/89.

-3 vezes vencedor da Taça de Portugal: 1979/80, 1980/81 e 1982/83.

- 2 vezes vencedor da Supertaça "Cândido de Oliveira": 1979/80 e 1988/89.

- Finalista vencido da Taça UEFA, em 1982/83: Anderlecht (Bélgica) - 1 / Benfica - 0; Benfica - 1 / Anderlecht (Bélgica) - 1.

- 3º lugar no Campeonato da Europa (França), em 1984.


CARREIRA E CURIOSIDADES:

Chalana foi um dos melhores jogadores de sempre da história do Benfica e, consequentemente, um dos maiores talentos que o futebol português produziu até hoje. Com efeito, Chalana foi um predestinado da bola, um jogador genial que, ao longo de 15 anos, espalhou pelos relvados o perfume inconfundível do seu futebol intuitivo, imprevisível, repentista, feito de dribles e fintas desconcertantes, com arrancadas e "sprints" que deixavam os defesas "pregados" ao relvado.

Chalana esteve 12 épocas ao serviço do Benfica (entre 1975/76 e 1983/84 e, mais tarde, entre 1987/88 e 1989/90), tendo realizado um total de 310 jogos (47 golos marcados) de "águia ao peito", dos quais 224 jogos a contar para o Campeonato Nacional (38 golos apontados). Após a saída do Benfica, no final da época de 1989/90 (a 20 de Maio de 1990), Chalana jogou uma época no Belenenses, tendo disputado 14 jogos. Na temporada seguinte (1991/92), Chalana ainda representou o Estrela da Amadora (na altura a militar na 2ª Divisão Nacional), contudo, não chegou a concluir a época, decidindo, aos 33 anos, dar por encerrada uma brilhante carreira de 16 anos, apesar da infelicidade das várias lesões sofridas.

A contar para as Competições Europeias de clubes, Chalana efectuou 44 jogos, tendo marcado 6 golos. Ao serviço da Selecção Nacional A, Chalana totalizou 27 internacionalizações, tendo apontado 2 golos. A sua estreia na Selecção ocorreu a 17 de Novembro de 1976, no Estádio da Luz, em Lisboa, frente à Dinamarca (vitória por 1-0). Aquando desta estreia, Chalana contava apenas 17 anos, tornando-se, na altura, no mais jovem internacional A de sempre. A despedida aconteceu a 12 de Outubro de 1988, em Gotemburgo, na Suécia, frente à Suécia (empate 0-0).

Chalana estreou-se na equipa principal do Benfica, a 6 de Março de 1976, no Estádio da Luz, frente ao Farense, em jogo a contar para o Campeonato Nacional (época de 1975/76). Na altura, com 17 anos e 25 dias, tornava-se no jogador português mais novo a jogar na 1ª Divisão. No final daquela época, ainda com 17 anos, Chalana foi, simultaneamente, Campeão Nacional de Juniores e de Seniores, tendo ainda jogado pelas Selecções de Juniores, de Esperanças e de Seniores (AA).

Chalana foi considerado um dos melhores jogadores do Campeonato da Europa de 1984, realizado em França, tendo sido a grande figura da Selecção Nacional, a qual atingiu brilhantemente as meias-finais da prova, sendo aí derrotada, num jogo dramático (3-2, após prolongamento), pela França, que se viria a sagrar Campeã da Europa.

Na sequência das grandes exibições efectuadas em França, durante o Campeonato da Europa, Chalana é contratado pelo Bordéus (França), ao serviço do qual permanece 3 épocas (1984/85, 1985/86 e 1986/87). Logo na 1ª época, Chalana sagra-se Campeão de França, atingindo, ainda nessa temporada, as meias-finais da Taça dos Campeões Europeus, sendo o Bordéus eliminado pela Juventus (Itália), clube este que viria, aliás, a conquistar o troféu. Porém, as duas épocas seguintes seriam para esquecer, tendo Chalana passado praticamente esses dois anos lesionado e a recuperar de intervenções cirúrgicas a que foi entretanto sujeito. Por este motivo, Chalana ficaria de fora da lista definitiva de convocados da Selecção Nacional para o Campeonato do Mundo do México, em 1986, de tão má memória para Portugal.

De facto, ao longo da sua brilhante carreira, Chalana foi um jogador muito martirizado pelas lesões, sobretudo, durante os 3 anos que esteve em França, ao serviço do Bordéus, período no qual viveu um autêntico "calvário" com sucessivas lesões a impedirem-no de render aquilo que estava ao seu alcance e que tinha tão exuberantemente demonstrado ao serviço do Benfica e da Selecção Nacional, nomeadamente no Campeonato da Europa de França, em 1984.

No início da época de 1987/88, frustrado com a infeliz e traumática experiência por terras gaulesas, Chalana (ou "Chalanix", como ficou conhecido em França, em alusão às suas semelhanças físicas com o famoso herói gaulês de banda desenhada, "Astérix") regressa definitivamente a Portugal e ao Benfica. Durante essa época, Chalana volta a lesionar-se, falhando inclusivamente a presença na final da Taça dos Campeões Europeus que o Benfica volta a atingir, 20 anos depois da sua última presença. Na final, o Benfica é derrotado pelo PSV Eindhoven (Holanda), no desempate através da marcação de grandes penalidades (5-6; 0-0 após prolongamento).
Dois anos depois, na época de 1989/90, mais uma vez, o Benfica volta a marcar presença na final da Taça dos Campeões Europeus, e, uma vez mais, Chalana volta a falhar a presença na final, embora, desta vez, ficando fora dos convocados por opção técnica do treinador Eriksson. Na final, frente ao AC Milan (Itália), o Benfica é novamente derrotado, agora por 0-1.
Apesar do brilhantismo que Chalana atingiu como jogador de futebol, fica-se com a sensação de que poderia ter chegado ainda mais longe, em termos de projecção internacional, não fossem as inúmeras lesões (algumas delas bem graves) que o apoquentaram ao longo da carreira, assim como a escolha infeliz que fez do Bordéus, impedindo-o de atingir o patamar apenas reservado às maiores "estrelas" do futebol mundial do seu tempo.

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