segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

COMANECI, Nadia (Roménia, Ginástica)

Nadia Comaneci, nascida em Onesti, na Roménia, a 12 de Novembro de 1961, foi uma das maiores ginastas de todos os tempos, senão mesmo a melhor de sempre, tendo sido a primeira a obter a nota máxima (10) num concurso olímpico.
Com efeito, durante os Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, Nadia Comaneci, então com apenas 14 anos e metro e meio de altura, espantou o mundo do desporto ao rubricar exibições extraordinárias nos diversos concursos em que participou, realizando exercícios perfeitos que, pela primeira vez na história da ginástica, mereceram a atribuição, por parte do Júri, da nota máxima, tendo, por isso, a atleta romena sido apelidada de "a ginasta perfeita".
Nadia Comaneci foi, assim, uma das principais figuras dos Jogos Olímpicos, conquistando 5 medalhas, das quais 3 de Ouro, uma de Prata e uma de Bronze, sendo unanimemente considerada, quer a "Rainha da Ginástica Mundial", quer a "Rainha das Olímpiadas", tendo sido ainda distinguida, nos EUA, a melhor atleta feminina do Ano (1976).
Com apenas 6 anos, quando frequentava a escola pré-primária, o talento de Comaneci foi descoberto por um casal de técnicos, Marta e Bela Karoly, os quais viram nela grandes potencialidades e qualidades inigualáveis para a prática da ginástica.
A comprovar a sua precocidade de "menina-prodígio" e a sua predestinação para a modalidade, com apenas 11 anos, Nadia Comaneci vence os Campeonatos Internacionais da Roménia, reservados, habitualmente, ao escalão sénior. Não espantava, pois, que aos 12 anos, Comaneci reunisse já potencial suficiente para triunfar no Campeonato do Mundo, mas dado não possuir ainda o limite mínimo de idade exigido pela organização, não pôde participar no importante evento mundial.
Porém, em 1975, o mundo da ginástica pôde, finalmente, apreciar o talento de Nadia Comaneci, quando esta participou no Campeonato da Europa, realizado em Skien, na Noruega. Apesar de ter defrontado as duas maiores ginastas soviéticas de então, Ludmila Tourischeva e Nelli Kim, Comaneci venceu o concurso completo individual e 3 finais por aparelhos. Nunca até então, numa grande competição internacional, uma ginasta tão nova obtivera resultados tão bons como aqueles que Comaneci obteve, com apenas 13 anos de idade.
Um ano mais tarde, nos Jogos Olímpicos de Montreal, Nadia Comaneci superou largamente todas as expectativas, mostrando um virtuosismo nunca antes visto na ginástica, conquistando um total de 5 medalhas: 3 de ouro, no concurso completo individual, na trave e nas paralelas assimétricas; uma de prata, no concurso completo por equipas; uma de bronze, nos exercícios no solo.
Naqueles 2 aparelhos (trave e paralelas assimétricas), Comaneci registou, ao longo do concurso, sete notas máximas! Nunca antes, uma ginasta justificara a classificação 10, destinada a premiar exercícios perfeitos. A atleta romena acabava de fazer história na ginástica, revolucionando por completo a modalidade e justificando plenamente a denominação de "ginasta perfeita".
Nadia Comaneci era, igualmente, uma ginasta completa e versátil, tendo-se tornado também famosa por executar exercícios de elevado grau de dificuldade e de risco, capaz de triunfar em qualquer dos aparelhos. Contudo, as paralelas assimétricas mereceram sempre a preferência da ginasta romena, tendo, entre outros movimentos originais, apresentado naquele aparelho uma descida inovadora que é, inclusivamente, reconhecida, hoje em dia, no código internacional de pontuação, pelo nome da própria ginasta.
Em 1977, no Campeonato da Europa, Comaneci voltou a dominar o panorama da ginástica mundial, mas em 1978, no Campeonato do Mundo, não conseguiu exibir-se ao mesmo nível dos dois anos anteriores, notando-se uma quebra de rendimento por parte da ginasta romena.
Dois anos mais tarde, em Moscovo, Nadia Comaneci marcava novamente presença numa edição dos Jogos Olímpicos, embora, desta vez, não tenha conseguido repetir as exibições dos Jogos de Montreal. Porém, apesar de já estar a caminho dos 19 anos, Comaneci voltaria a conquistar medalhas, destacando-se as duas de ouro obtidas em duas finais por aparelhos, na trave e nos exercícios no solo. A juntar a estes 2 títulos olímpicos, Comaneci arrecadaria ainda mais duas medalhas de prata, no concurso completo individual e no concurso completo por equipas.
Em 1981, depois de ter ganho as Universíadas, Comaneci anuncia o abandono da modalidade, numa altura em que iniciava já a curva descendente da sua fantástica carreira, evidenciando peso a mais e uma menor flexibilidade, a que não era alheia a idade próxima dos 20 anos.
Nadia Comaneci foi a primeira desportista romena a ser distinguida com o título de "Heroína Socialista do Trabalho". A ginasta romena viveu em Bucareste até 1989, ano em que fugiu do seu país, indo viver para a Hungria. Com esta atitude, Comaneci mostrava o seu desprezo e repúdio pelo regime comunista e pelo ambiente de opressão e de exploração que se vivia na Roménia, sob o governo ditatorial e opulento de Nicolae Ceausescu.
Mais tarde, Comaneci fixaria definitivamente residência nos EUA, passando a participar em campanhas publicitárias de várias marcas e em acções de sensibilização e de promoção do desporto, integrando-se, assim, rapidamente na sociedade norte-americana.
Para a posteridade, ficam as medalhas conquistadas, destacando-se as 9 obtidas em Jogos Olímpicos, a perfeição dos exercícios, enfim, os feitos inesquecíveis desta extraordinária atleta que marcou uma época na história do desporto e iniciou uma nova era na ginástica feminina mundial.

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