sexta-feira, 25 de setembro de 2009

GREENE, Maurice (EUA, Atletismo)

Maurice Greene, nascido a 23 de Julho de 1974, em Kansas City (EUA), foi um dos maiores velocistas norte-americanos de todos os tempos e um dos melhores de sempre da História do Atletismo Mundial.
Maurice Greene dominou a prova de 100 metros nos últimos anos do século XX, tendo, durante esse período, vencido todas as principais competições no hectómetro, do qual chegou a ser detentor do recorde do mundo, tendo alcançado, ainda, cerca de uma dezena de marcas abaixo dos 9,90 segundos.
Treinado por John Smith, ex-velocista norte-americano da década de 60, Maurice Greene atingiu uma elevada performance física e técnica que lhe possibilitou a obtenção de grandes marcas em pista, tendo ficado, inclusivamente, conhecido como "O Fenómeno" ou ainda "A Bala de Canhão de Kansas".
Com efeito, Maurice Greene é, ainda hoje, o detentor do recorde do mundo dos 60 metros em pista coberta (6,39 segundos), alcançado em Madrid, em 1998. Além disso, foi recordista mundial dos 100 metros, com a marca de 9,79 segundos, obtida em Atenas, em 1999. Nesta última distância, o atleta norte-americano conseguiu retirar 5 centésimos de segundo ao anterior máximo mundial que era pertença do canadiano Donovan Bailey (9,84 segundos). A marca de 9,79 segundos manteve-se como recorde do mundo do hectómetro até 2005, ano em que o jamaicano Asafa Powell cobriu os 100 metros em 9,77 segundos, antes de retirar mais 3 centésimos de segundo em 2007, fazendo 9,74 segundos.
Durante a 2ª metade da década de 90, Maurice Greene foi ganhando tudo o que havia para ganhar, patenteando no hectómetro uma supremacia sem igual. Nesse período, conquistou 3 medalhas de ouro consecutivas na prova de 100 metros dos Campeonatos do Mundo de Atletismo, em 1997 (Atenas), em 1999 (Sevilha) e em 2001 (Edmonton). Nos "Mundiais" de 1999, Greene arrecadou ainda mais duas medalhas de ouro, na prova de 200 metros e na estafeta de 4x100 metros, fazendo o "trio dourado".
Contudo, o grande momento do atleta norte-americano ainda estava para chegar. Na verdade, a confirmação e a consagração de Maurice Greene, como "Rei" do hectómetro, ocorreu nos Jogos Olímpicos de Sydney (Austrália), em 2000, quando conquistou 2 títulos olímpicos, na prova de 100 metros e na estafeta de 4x100 metros. Na edição seguinte dos Jogos, realizados em Atenas, em 2004, Maurice Greene voltou a conquistar uma medalha olímpica na prova de 100 metros, porém, desta vez, teve de se contentar com a medalha de bronze, ficando atrás do seu compatriota Justin Gatlin (campeão olímpico) e do português Francis Obikwelu (medalha de prata).
Maurice Greene abandonou o atletismo no começo de 2008, então com 33 anos, devido a uma série de lesões que teimavam em não o largar, as quais começaram a ser recorrentes, sobretudo, após os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Chegava, assim, ao fim uma brilhante carreira de um autêntico "fenómeno" da velocidade, que marcou uma época no panorama do atletismo mundial, ficando para a história, como um dos corredores mais rápidos de sempre dos 100 metros, em cuja distância foi, para além de recordista mundial, 3 vezes campeão do mundo, uma vez campeão olímpico, e ainda medalha de bronze.

sábado, 19 de setembro de 2009

GRAF, Steffi (Alemanha, Ténis)

Stefanie Maria Graf, nascida a 14 de Junho de 1969, em Bruhl, na Alemanha, foi a maior tenista alemã de todos os tempos e uma das melhores de sempre da História do ténis mundial.
Com efeito, Steffi Graf faz parte do restrito grupo das melhores tenistas de todos os tempos, detendo, inclusivamente, um recorde único na modalidade: a conquista do chamado Golden Slam, isto é, vence no mesmo ano (1988), os 4 torneios do Grand Slam e ainda a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Seul.
Por outro lado, Steffi Graf é o único atleta, entre homens e mulheres, a vencer, pelo menos, 4 vezes todas as etapas do Grand Slam: 4 vitórias (3 delas consecutivas) no Open da Austrália (1988, 1989, 1990 e 1994), 5 vitórias no Open dos Estados Unidos (1988, 1989, 1993, 1995 e 1996), 6 vitórias em Roland Garros (1987, 1988, 1993, 1995, 1996 e 1999) e 7 vitórias (3 delas consecutivas) em Wimbledon (1988, 1989, 1991, 1992, 1993, 1995 e 1996).
Aliás, por mais de uma vez, Steffi Graf esteve perto de voltar a conquistar o Grand Slam, falhando apenas um dos 4 torneios, em 1989, 1993, 1995 e 1996.
É, de facto, impressionante a regularidade, ao mais alto nível, revelada pela tenista alemã durante uma década, mais concretamente, entre 1987 e 1996, período de tempo durante o qual ganhou, pelo menos, um torneio do Grand Slam, vencendo o último em 1999, aos 30 anos de idade.
Em 1973, com apenas 4 anos, Steffi Graf começou a jogar ténis, tornando-se profissional com 13 anos, em 18 de Outubro de 1982. Com efeito, a tenista alemã apareceu, pela 1ª vez, no ranking WTA com apenas 13 anos e, 2 anos mais tarde, confirmava a razão pela qual era considerada uma campeã precoce, sagrando-se vencedora do torneio de exibição dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, evento na altura destinado somente a atletas menores de 20 anos.
Steffi Graf entrou no top ten em 1985, quando contava 16 anos, conquistou o 1º título em 1986, com 17 anos e chegou a número 1 mundial em Agosto de 1987. Em 1998, tornou-se detentora do recorde absoluto de permanência na liderança do ranking mundial, estando 377 semanas no topo da hierarquia WTA, 186 das quais consecutivas, entre 17 de Agosto de 1987 e 10 de Março de 1991!
A tenista alemã entrou na alta roda do ténis profissional ainda a tempo de encontrar, como adversárias, as míticas tenistas norte-americanas Chris Evert e Martina Navratilova (ex-Checoslováquia, naturalizada americana), que haviam dominado o panorama mundial do ténis feminino durante grande parte das décadas de 70 e 80.
Na verdade, Steffi Graf acabava de suceder-lhes como a nova "rainha" do ténis mundial. Aliás, a 1ª vitória de Graf num torneio do Grand Slam (Roland Garros), em 1987, então com 18 anos, foi alcançada precisamente numa final diante de Navratilova, a quem voltou a impor-se, no ano seguinte, na final que a levou a vencer Wimbledon pela 1ª vez.
Steffi Graf introduziu um novo conceito de ténis no feminino, sobretudo apoiado numa magnífica movimentação no court, capaz de cobrir, com eficácia, todas as zonas do campo e revelando-se, acima de tudo, possuidora de um fantástico golpe de direita.
A grande hegemonia da tenista germânica foi interrompida, em 1991, por Monica Seles, que chegou, naquele ano, a número 1 do ranking mundial. Contudo, devido ao atentado de que a tenista norte-americana (de origem jugoslava) foi vítima (apunhalada pelas costas por um adepto alemão, fanático por Graf), em 1993, Steffi voltou ao topo da hierarquia mundial, onde se manteve até meados da década de 90.
Steffi Graf foi 7 vezes campeã do Mundo de ténis, 4 delas consecutivas, em 1987, 1988, 1989, 1990, 1993, 1995 e 1996, anos em que terminou como líder da classificação por pontos.
Entretanto, uma série de lesões sofridas por Graf, sobretudo ao nível do joelho esquerdo, afastou-a da competição durante praticamente 2 anos (1997 e 1998), regressando no início de 1999, ainda a tempo de, algo surpreendentemente, conquistar o 6º título em Roland Garros e o seu útimo triunfo num torneio do Grand Slam. Por sinal, esta foi uma das vitórias mais duras e sofridas da carreira da tenista alemã, derrotando, com grande dificuldade, a então jovem promessa do ténis feminino mundial, a suíça Martina Hingis.
No final de 1999, Steffi Graf anunciava o abandono do ténis, após uma brilhante carreira de 17 anos (1982-1999), durante a qual construiu um palmarés fabuloso, recheado de êxitos, dos quais se destacam a conquista de 107 títulos em singulares (3ª tenista de sempre, da era Open, a ultrapassar os 100 títulos) e de 22 títulos do Grand Slam (2ª tenista de sempre, apenas a duas vitórias de igualar os 24 títulos da tenista australiana Margaret Smith).
Ainda em 1999, Steffi Graf iniciou um romance com o tenista norte-americano Andre Agassi, com o qual acabaria por casar.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

GOULD, Shane (Austrália, Natação)

Shane Elizabeth Gould, nascida a 23 de Maio de 1956, em Sydney, na Austrália, foi uma das maiores nadadoras australianas de todos os tempos e uma das melhores de sempre da história da natação olímpica, embora só tenha participado numa edição dos Jogos.
Com efeito, Gould tornou-se numa das grandes figuras dos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, ao conquistar 5 medalhas: 3 de ouro, uma de prata e uma de bronze. A jovem nadadora australiana, então com 16 anos, foi tricampeã olímpica nas provas de 200 e 400 metros livres e 200 metros estilos, tendo obtido a medalha de prata na prova de 800 metros livres e a medalha de bronze na prova de 100 metros livres.
Antes da realização dos Jogos Olímpicos de 1972, recaíam sobre Gould grandes expectativas, pois a nadadora australiana não tinha perdido uma única prova entre Julho de 1971 e Janeiro de 1972 e, além disso, conseguira bater recordes mundiais em todas as distâncias de provas livres (100, 200, 400, 800 e 1500 metros) em que participara. Era, pois, natural, o favoritismo que lhe era atribuída, esperando-se da parte dela a correspondência em vitórias. E, de facto, Gould não defraudou as expectativas criadas em torno de si, correspondendo, quase inteiramente, ao que dela se esperava, acabando por ter uma passagem pouco menos que brilhante pelas piscinas de Munique.
Contudo, nem tudo correu bem para Gould, havendo a registar consequências negativas que prejudicaram irremediavelmente o seu futuro, podendo mesmo afirmar-se que a pressão criada sobre si, acabou, prematuramente, por "matar" a sua carreira que se afigurava promissora.
Com efeito, nos Jogos de Munique, ao competir em várias provas, tendo em todas elas a quase obrigatoriedade de vencer, Gould foi até ao limite das suas capacidades, sendo "espremida" ao máximo pelos responsáveis da natação australiana. Apesar de toda essa pressão criada à sua volta, Gould teve um excelente desempenho, conquistando 5 medalhas, destacando-se os 3 títulos olímpicos e outros tantos recordes mundiais alcançados.
Para todos aqueles que ficaram desiludidos com a sua prestação e que esperavam mais da nadadora australiana, ficou uma grande lição e uma crítica para a forma como foram traçados os planos competitivos da atleta australiana e que, fruto da ganância e da "fome" de medalhas dos responsáveis pela sua preparação, acabaram por, de forma prematura, destruir a carreira de Gould.
Na verdade, os números não deixam a mais pequena dúvida e são bastante esclarecedores relativamente à exigência competitiva que foi imposta à nadadora australiana, então com apenas 16 anos: Gould disputou 12 provas em 8 dias, tendo nadado 4200 metros na piscina olímpica de Munique!
Na época seguinte, sem surpresa, tendo em conta os antecedentes atrás referidos, Shane Gould decidiu colocar, precocemente, um ponto final na sua, ainda curta, mas já notável carreira desportiva. De Gould pode-se afirmar que foi uma "menina-prodígio", uma atleta fenomenal e dotada que, tal como uma espécie de "meteoro", apareceu e desapareceu no "céu" da natação mundial, deixando, no entanto, um rasto e uma marca que não se apaga da história da natação olímpica.