sábado, 30 de maio de 2009

FISCHER, Birgit (ex-RDA, Canoagem)

Birgit Fischer-Schmidt, nascida a 25 de Fevereiro de 1962, em Brandenburgo, na antiga República Democrática Alemã (RDA), foi a maior canoísta alemã de sempre e a melhor atleta da história da canoagem feminina mundial.
Birgit é a única mulher que conseguiu ganhar medalhas nos Jogos Olímpicos com 20 (!) anos de intervalo, sagrando-se, pela 1ª vez, aos 18 anos, campeã olímpica, nos Jogos de Moscovo, em 1980 e, pela última vez, em 2000, nos Jogos de Sidney, então já com 38 anos.
A acrescentar àquele feito, destaca-se, também, o facto de Birgit ser a única atleta que conseguiu conquistar 10 medalhas olímpicas na canoagem, 7 das quais de ouro, sendo, até hoje, a mais jovem campeã olímpica de sempre na canoagem.
Vejamos, então, a lista das 10 medalhas conquistadas pela atleta alemã, em 5 presenças nos Jogos Olímpicos, nas várias especialidades de canoagem: Jogos Olímpicos de Moscovo - 1980: medalha de ouro (individual) em K1 (500 m); medalha de ouro em K2 (500 metros); Jogos Olímpicos de Los Angeles - 1984: não participou, devido ao boicote do seu país, a RDA, a esta edição dos Jogos, apoiando e seguindo a iniciativa da URSS; Jogos Olímpicos de Seul - 1988: medalha de prata (individual) em K1 (500 m); medalha de ouro em K2 (500 m) e K4 (500 m); Jogos Olímpicos de Barcelona - 1992: medalha de ouro (individual) em K1 (500 m); medalha de prata em K4 (500 m); ambas as medalhas foram conquistadas já em representação da Alemanha (unificada); Jogos Olímpicos de Atlanta - 1996: medalha de prata em K2 (500 m); medalha de ouro em K4 (500 m); Jogos Olímpicos de Sidney - 2000: medalha de ouro em K4 (500 m).
O impressionante palmarés alcançado por Birgit nos Jogos Olímpicos só não é ainda maior, porque, devido ao boicote da RDA, a canoísta alemã se viu impedida de participar nos Jogos de Los Angeles, em 1984, edição na qual era favorita à vitória nas 3 provas de canoagem (K1, K2 e K4). Em 1988, nos Jogos de Seul, falhou, por pouco, a conquista daquela tripla, sendo derrotada, sobre a meta, na competição individual (K1).
Em 2000, aos 38 anos de idade, Birgit alcançava a sua última grande vitória da sua longa e invejável carreira, ficando, para a História dos Jogos Olímpicos e da canoagem mundial, como a maior canoísta de todos os tempos.

terça-feira, 26 de maio de 2009

FANGIO, Juan Manuel (Argentina, Fórmula 1)

Juan Manuel Fangio, nascido a 24 de junho de 1911, em Balcarce, na Argentina, foi o maior piloto argentino de Fórmula 1 de todos os tempos e um dos melhores de sempre da História da Fórmula 1. Durante 45 anos (!), mais concretamente, entre 1957 e 2002, Fangio deteve o recorde de Campeonatos do Mundo de Fórmula 1 ganhos, num total de 5 (4 deles consecutivos), em 1951, 1954, 1955, 1956 e 1957.
Com efeito, só em 2003, através da conquista do hexacampeonato, por parte do piloto alemão Michael Schumacher, é que Fangio foi ultrapassado em número de Campeonatos do Mundo de Fórmula 1 conquistados.
A proeza do piloto argentino é tanto mais de realçar, quanto o facto deste ter participado, ao longo da sua carreira, somente em 8 edições do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, perdendo apenas as edições de 1950, 1952 e 1953.
Devido a este facto, Fangio acabou por vencer apenas 24 "Grandes Prémios", isto comparativamente com outros pilotos que tiveram uma carreira mais longa na Fórmula 1. No entanto, tendo em conta as suas 8 participações em "Mundiais" de Fórmula 1, o balanço de vitórias é bastante positivo, com uma média de 3 vitórias por cada edição.
Para além das 24 vitórias obtidas em "Grandes Prémios", o piloto argentino alcançou, ainda, 28 poles positions e 23 voltas mais rápidas.
Filho de imigrantes italianos, Fangio cedo se destacou no automobilismo, vencendo praticamente todas as corridas regionais em que participava. De tal forma, que alguns amigos seus acabaram por ajudá-lo a comprar um carro razoavelmente competitivo, um Chevrolet, com o qual travou duelos animados com o seu grande rival, Oscar Galvez.
Nos 7 anos que se seguiram, Fangio construiu uma forte reputação na Argentina, até que, em 1948, um grupo de pilotos europeus muito cotados foi correr à Argentina, tendo o piloto argentino impressionado de tal maneira aquele grupo, que rapidamente a sua fama chegou à Europa, levando, inclusivamente, o Governo Argentino a financiar a sua participação, juntamente com Oscar Galvez, numas corridas no "velho continente", repetindo, aliás, esse apoio no ano seguinte.
Ao volante de um Maserati, Fangio deixou os europeus espantados, vencendo várias corridas, desde San Remo a Monza. Em 1950, quando o Campeonato do Mundo nasceu oficialmente, Fangio, então já com 39 anos, foi convidado a competir ao serviço da Alfa Romeo, ganhando, a partir daí, um lugar definitivo no escalão mais alto do automobilismo mundial.
Fangio guiou para todas as grandes equipas/marcas da época, desde a Ferrari à Mercedes, terminando a sua carreira internacional tal como a começara, isto é, ao volante de um Maserati.
Durante os 8 anos em que permaneceu na Fórmula 1, Fangio assumiu sempre o favoritismo em quase todas as corridas em que participou. Na verdade, Fangio era um piloto muito rápido, calculista, fisicamente forte e resistente, e só arriscava o necessário para vencer, doseando na perfeição as suas capacidades, o que lhe permitiu manter-se na ribalta, mesmo depois de ter ultrapassado os 45 anos de idade, período em que conquistou os últimos 2 dos seus 5 títulos mundiais.
Ao longo da sua curta mas extraordinária carreira, e mesmo depois de abandonar as pistas, em 1958, Fangio conquistou sempre a admiração e a simpatia pelos "quatro cantos do Mundo". Apesar de não falar inglês, a sua humildade e modéstia, por um lado, e a figura baixa e carismática, por outro, transformaram-no num símbolo do desportivismo um pouco por toda a parte.
Fangio viria a falecer a 17 de Julho de 1995, aos 84 anos de idade, desaparecendo aquele que, ainda hoje, continua a ser considerado, por muitos especialistas da modalidade, o melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos.

sábado, 23 de maio de 2009

FALDO, Nick (Inglaterra, Golfe)

Nicholas Alexander Faldo, nascido a 18 de Julho de 1957, em Welwin Garden City (Inglaterra), foi o maior golfista inglês de todos os tempos e um dos maiores de sempre da história do golfe.
Tendo iniciado a sua carreira profissional em 1976, Nick Faldo tornou-se num dos melhores jogadores mundiais das décadas de 80 e 90, tendo, durante esse período, marcado fortemente uma era no golfe mundial.
Com efeito, ao longo de duas décadas, entre 1977 e 1997, Nick Faldo foi somando sucessos atrás de sucessos, contabilizando 9 triunfos em torneios da Associação de Golfistas Profissionais (PGA) e, ainda, outras 34 vitórias em competições internacionais de renome.
Os seus sucessos mais importantes foram 3 triunfos no Open britânico, em 1987, 1990 e 1992, outros tantos no US Masters, em 1989, 1990 e 1996 e 5 vitórias na Ryder Cup, em 1985, 1987, 1989, 1995 e 1997.

terça-feira, 19 de maio de 2009

FACCHETTI, Giacinto (Itália, Futebol)

Giacinto Facchetti, nascido a 18 de Julho de 1942, em Trevigliese, na Itália, foi um dos maiores futebolistas italianos de todos os tempos e um dos melhores defesas europeus das décadas de 60 e 70.
Facchetti iniciou a carreira futebolística no Trevigliese, começando por jogar na posição de avançado. Porém, quando se transferiu para o Inter de Milão, foi logo adaptado ao lugar de defesa esquerdo, por opção do técnico argentino Helenio Herrera. Facchetti era um defesa lateral bastante ofensivo e marcava golos com uma certa regularidade, como o comprova, aliás, os 60 golos que apontou no Calcio, cuja marca constitui um recorde para um defesa.
Ao serviço do Inter de Milão e da selecção italiana, Facchetti atingiu a glória e a consagração mundial. Com a camisola do Inter, clube que representou durante 17 anos, Facchetti conquistou 4 Campeonatos de Itália (1963, 1965, 1966 e 1971), uma Taça de Itália (1978), duas Taças Intercontinentais (1964 e 1965) e duas Taças dos Campeões Europeus de clubes, em 1964 e 1965, derrotando, respectivamente, o Real Madrid (3-1) e o Benfica (1-0).
Fachetti e o Inter de Milão voltariam a estar presentes, em 1967, numa 3ª final da Taça dos Campeões Europeus, agora, frente ao Celtic de Glasgow. Porém, desta vez, o Inter seria derrotado (2-1), pela equipa escocesa, no jogo da final disputado em Lisboa, no Estádio Nacional.
Facchetti é, ainda hoje, o jogador com mais partidas realizadas pelo Inter, num total de 475 jogos. Ao longo de 15 anos, mais concretamente, entre 1963 e 1977, Facchetti envergou a camisola da Squadra Azzurra em 94 ocasiões (3 golos marcados), chegando a ser o recordista de internacionalizações da selecção italiana, até ser ultrapassado, primeiro, pelo guarda-redes Dino Zoff e, muitos anos mais tarde, pelo defesa Paolo Maldini.
Ao serviço da Itália, Facchetti foi Campeão da Europa, em 1968, tendo sido eleito o melhor jogador do torneio. Nessa altura, Facchetti era já o "patrão" da defesa de uma selecção que sofria muito poucos golos, ou não fosse herdeira do célebre sistema defensivo denominado catennaccio, inventado por Helenio Herrera.
Facchetti também marcou presença em 3 edições do Campeonato do Mundo: em 1966, no "Mundial" de Inglaterra, disputou 3 jogos; em 1970, no "Mundial" do México, no qual foi vice-campeão do Mundo e capitão da Squadra Azzurra, disputou 6 jogos, já na posição de líbero; em 1974, no "Mundial" da Alemanha (ex-RFA), disputou 3 jogos. Só não participou naquele que seria o seu 4º Campeonato do Mundo, em 1978, na Argentina, porque se lesionou poucas semanas antes do início da competição.
As exibições praticadas, os títulos conquistados e a experiência adquirida ao mais alto nível, quer no Inter, quer na selecção transalpina, tornaram Facchetti, durante a década de 70, um dos melhores defesas (líberos) do futebol europeu.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

EVERT, Chris (EUA, Ténis)

Christine Marie Evert, nascida a 21 de Dezembro de 1954, em Fort Lauderdale (EUA), foi uma das maiores tenistas norte-americanas de todos os tempos e uma das melhores de sempre da história do ténis feminino mundial.
Durante 13 anos consecutivos, entre 1974 e 1986, Chris Evert ganhou sempre, pelo menos, um título do Grand Slam (num total de 18), revelando uma longevidade e regularidade exibicional impressionantes, facto este que constitui, aliás, um recorde, não apenas na história do ténis feminino, mas também na história do ténis mundial.
Em 18 anos de carreira profissional, mais concretamente, entre 1972 e 1989, Chris Evert esteve presente em 57 edições de torneios do Grand Slam e, apenas, por 4 vezes não chegou às meias-finais das respectivas edições! Na verdade, não há mais nenhuma tenista na história da modalidade com uma tão longa e bem sucedida campanha ao mais alto nível.
Ao longo da sua brilhante carreira, Chris Evert conquistou um total de 158 (!) títulos em singulares (foi ainda finalista vencida em mais 72 torneios), dos quais 18 foram obtidos em torneios do Grand Slam (mais 3 vitórias em pares), os quais se indicam a seguir: 7 vitórias em Roland Garros (constitui um recorde deste torneio), em 1974, 1975, 1979, 1980, 1983, 1985 e 1986; 6 vitórias no Open dos Estados Unidos (4 delas consecutivas), em 1975, 1976, 1977, 1978, 1980 e 1982; 3 vitórias em Wimbledon, em 1974, 1976 e 1981; duas vitórias no Open da Austrália, em 1982 e 1984.
Ao longo de 18 anos de uma carreira recheada de sucessos, Chris Evert foi também, naturalmente, "número um mundial" durante 5 anos. Entre 1973 e 1979, Chris Evert ganhou 125 encontros consecutivos em terra batida (piso onde se formou como jogadora), de facto, a sua superfície preferida, na qual demonstrava uma maior superioridade perante as suas adversárias, embora também conseguisse impôr-se nos outros pisos.
A sua rivalidade com a tenista checa (mais tarde, naturalizada norte-americana) Martina Navratilova ficou famosa e os seus duelos ficaram para a história da modalidade. Com efeito, entre 1973 e 1988, as duas tenistas defrontaram-se em 80 ocasiões, com a vantagem a pertencer a Navratilova, por apenas 6 vitórias de diferença, mais concretamente, por 43-37.
Em 1989, quase a completar 35 anos, Chris Evert despede-se do ténis com um palmarés fabuloso, deixando, atrás de si, uma marca de classe e um registo de vitórias difíceis de igualar.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

EVANS, Lee (EUA, Atletismo)

Lee Evans, nascido a 25 de Fevereiro de 1947, em Madera (EUA), foi um dos maiores atletas norte-americanos de sempre de 400 metros e um dos melhores especialistas mundiais de todos os tempos na distância de uma volta à pista.
A carreira de Lee Evans fica associada à obtenção de 2 recordes históricos do atletismo, os quais tiveram, de facto, uma grande longevidade: o recorde de 400 metros, que durou quase 20 anos, e o recorde da estafeta de 4 x 400 metros, que durou ainda mais tempo, praticamente 24 anos.
Com efeito, Lee Evans foi um dos atletas norte-americanos que, durante os Jogos Olímpicos de 1968, realizados em altitude, na Cidade do México, alcançaram marcas "do outro mundo". À semelhança, por exemplo, de Bob Beamon (que atingiu a marca de 8,90 metros, no salto em comprimento, e cujo recorde durou 23 anos), também Lee Evans obteve duas marcas fantásticas, correndo os 400 metros em 43,86 segundos e obtendo o tempo de 2 minutos e 56,16 segundos na estafeta de 4 x 400 metros.
Na prova de 400 metros, Lee Evans e o seu compatriota Larry James (43,90 segundos) tornaram-se nos primeiros atletas a cumprir a volta à pista em menos de 44 segundos, conquistando a medalha de ouro e de prata, respectivamente. Seria preciso esperar quase 20 anos para que outro atleta ultrapassasse aquela marca. O autor da proeza foi o também norte-americano Butch Reynolds, o qual, a 17 de Agosto de 1988, no meeting de Zurique, bateu o velho recorde de Lee Evans.
Dois dias após a final de 400 metros, teve lugar a final da estafeta de 4 x 400 metros, na qual o fantástico quarteto norte-americano formado por Lee Evans, Vincent Matthews, Ronald Freeman (medalha de bronze nos 400 metros) e Larry James, alcançou um tempo extraordinário, melhorando em 3,5 segundos o anterior máximo mundial. A estupenda marca de 2 minutos e 56,16 segundos perduraria durante 24 anos, sendo apenas destronada, da respectiva tabela de recordes, a 8 de Agosto de 1992, durante os Jogos Olímpicos de Barcelona.
Refira-se que Lee Evans e os restantes companheiros da estafeta de 4 x 400 metros também se manifestaram, no final da cerimónia do pódio, a favor do Black Power, movimento de luta dos negros norte-americanos (e também de muitos brancos, diga-se de passagem) contra a segregação racial de que era alvo a comunidade negra nos Estados Unidos da América, sobretudo, nas décadas de 50 e 60 do século passado.
Lee Evans alcançou assim, por direito próprio, um lugar de destaque na história do atletismo mundial e, em particular, na História dos Jogos Olímpicos, nos quais, além de ter conquistado duas medalhas de ouro, obteve 2 recordes históricos que duraram, pelo menos, duas décadas.

terça-feira, 5 de maio de 2009

EVANS, Janet (EUA, Natação)

Janet Elizabeth Evans, nascida a 28 de Agosto de 1971, em Fullorton (EUA), foi uma das maiores nadadoras norte-americanas de sempre e uma das melhores especialistas de todos os tempos em distâncias longas.
Com efeito, Janet Evans foi uma grande especialista das distâncias mais longas no estilo livre, como o demonstra, aliás, o facto de ter detido os recordes mundiais dos 400 metros (4.03,85 minutos, em 1988), dos 800 metros (8.16,22 minutos, em 1989) e dos 1500 metros (15.52,10 minutos, em 1988), todos eles obtidos no final da década de 80, de facto, a sua época áurea.
Nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, enquanto que o nadador Matt Biondi foi a grande figura da natação masculina norte-americana, com 6 medalhas conquistadas (5 das quais de ouro), Janet Evans, então com apenas 17 anos, foi a grande figura da natação feminina norte-americana, ao conquistar 3 títulos olímpicos individuais.
Na verdade, a nadadora norte-americana arrecadaria 3 medalhas de ouro nas provas de 400 metros livres e estilos e na prova de 800 metros livres, provando ser, de facto, a melhor nadadora em distâncias longas e uma grande especialista no estilo livre.
Janet Evans iria, ainda, marcar presença em mais duas edições dos Jogos Olímpicos, mais concretamente, nos Jogos de Barcelona, em 1992 e nos Jogos de Atlanta, em 1996. Embora sem o mesmo sucesso obtido 4 anos antes nos Jogos de Seul, Evans voltaria a conquistar mais duas medalhas em Barcelona, uma de ouro, na prova de 800 metros livres, na verdade a sua distância de eleição, e outra de prata, na prova de 400 metros livres.
Com 5 medalhas olímpicas individuais conquistadas (4 delas de ouro), Janet Evans justificou plenamente um lugar de destaque na história da natação olímpica, sendo, provavelmente, a melhor nadadora de sempre nas distâncias longas do estilo livre.