quinta-feira, 28 de agosto de 2008

BECKER, Boris (Alemanha, Ténis)

Boris Franz Becker, nascido em Liemen, na Alemanha, a 22 de Novembro de 1967, foi o maior tenista alemão de todos os tempos e um dos melhores do mundo, sobretudo, no piso relvado de Wimbledon, torneio no qual ganhou fama mundial e onde se tornou num dos grandes campeões da história do mítico torneio londrino.
O sensacional e inesperado triunfo de Becker na edição de 1985 do torneio de Wimbledon ficou a assinalar três surpreendentes recordes: 1º-tornou-se no mais jovem campeão do quadro de singulares masculinos, com apenas 17 anos e 227 dias; 2º-tornou-se no primeiro jogador não cabeça-de-série a chegar ao título; 3º-foi o primeiro tenista alemão a vencer em Wimbledon.
Daí em diante, Wimbledon passou a ser conhecido como o "jardim" de Boris Boom-Boom, alcunha criada em virtude do seu potente serviço e da sua extraordinária atitude ofensiva naquele piso rápido de relva. Becker voltaria a vencer em mais duas ocasiões (1986 e 1989)aquela que é considerada a mais famosa prova do Grand Slam. Seria ainda finalista vencido por quatro vezes (1988, 1990, 1991 e 1995), o que dá, ao tenista alemão, um total de sete presenças na final de Wimbledon, sendo que, de 1985 a 1991 só falhou a presença na final de 1987!
Em 1992, nos Jogos Olímpicos de Barcelona, Boris Becker conquista a medalha de ouro para a Alemanha, juntamente com o seu compatriota Michael Stich, na prova de ténis em pares masculinos.
Pouco tempo depois de conquistar o Open da Austrália, em 1996, Becker surge como número um mundial, embora por pouco tempo, pois a partir daí a sua carreira entra em declínio, vindo a anunciar, inclusivamente, a sua retirada do circuito profissional no final de 1997. Acabaria por regressar em 1999, mas fê-lo de forma rápida e discreta, pois a seguir à derrota nos oitavos-de-final de Wimbledon desse ano, despede-se em definitivo do ténis profissional.
Para além de ter vencido 3 vezes o torneio de Wimbledon, Becker venceu ainda duas vezes o Open da Austrália (1991 e 1996) e uma vez o Open dos Estados Unidos (1989), perfazendo, assim, um total de 6 torneios do Grand Slam conquistados.
Na bonita carreira de Boris Becker, só ficou a faltar a conquista do torneio de Roland Garros, torneio no qual o tenista alemão nunca mostrou grande apetência ou capacidade para vencer, sobretudo, dadas as características do piso lento de terra batida deste torneio parisiense, o qual não era, de facto, a especialidade de Boris Boom-Boom.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

BEAMON, Bob (EUA, Atletismo)

Bob Beamon, nascido nos EUA, a 16 de Agosto de 1946, foi o famoso protagonista de uma das maiores proezas atléticas de sempre, ao atingir a distância de 8,90 m no salto em comprimento.
Com efeito, a 18 de Outubro de 1968, durante os Jogos Olímpicos do México, teve lugar um dos maiores feitos desportivos de todos os tempos. No 1º ensaio da final do concurso do salto em comprimento, Beamon fez, de facto, aquilo a que se poderia chamar um salto perfeito, batendo o anterior recorde mundial por mais de meio metro, mais precisamente por 55 cm!
Desde logo, a distância de 8,90 m foi unanimemente considerada, pelos especialistas da modalidade, um resultado verdadeiramente histórico, sendo mesmo apelidado de "o resultado do século", o qual se dizia que chegaria ao século XXI!
Tal porém não se veio a verificar. Contudo, só passados 23 anos, mais concretamente, a 30 de Agosto de 1991, é que aquele máximo mundial foi batido. O autor da proeza seria uma vez mais um atleta norte-americano, Mike Powell, o qual, nos Campeonatos do Mundo de Atletismo, em Tóquio, saltaria 8,95 m, melhorando, assim, em 5 cm o anterior recorde de Bob Beamon.
Ainda a propósito do fabuloso salto de Beamon, deve-se, no entanto, dizer que as coisas não começaram por correr nada bem ao atleta norte-americano, isto apesar deste ser o grande favorito ao triunfo, uma vez que, nesse ano de 1968, tinha vencido 22 das 23 competições em que participara.
Na verdade, na qualificação para a final do salto em comprimento, Beamon esteve quase a comprometer o sucesso, ao transformar em saltos nulos os dois primeiros dos três ensaios de que dispunha para confirmar o apuramento para a final. Foi, aliás, um adversário seu, também norte-americano, Ralph Boston, quem o tranquilizou para a última tentativa, na qual viria, de facto, a garantir a entrada na final sem grandes problemas.
A seguir, é o que já todos sabemos. Logo no 1º ensaio, Beamon saltou a distância espantosa de 8,90 m, arrumando, desde logo, com toda a concorrência. Ainda voltaria ao concurso para fazer mais um salto, a 8,04 m, prescindindo das outras quatro tentativas que ainda lhe restavam. No final da competição, Bob Beamon não conseguiu disfarçar toda a emoção que lhe ia na alma, parecendo não acreditar que tinha acabado de obter o resultado mais extraordinário da história do atletismo até então.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

ARMSTRONG, Lance (EUA, Ciclismo)

Lance Armstrong, nascido em Austin, no Texas (EUA), a 18 de Setembro de 1971, foi um dos maiores ciclistas de todos os tempos, senão mesmo o melhor de sempre. Armstrong cometeu a proeza de ser o primeiro e único ciclista até hoje a ultrapassar as 5 vitórias na Volta à França, vencendo por 7 vezes consecutivas (1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2005) o Tour, feito este que parece muito difícil de igualar!
Porém, antes de vencer pela 1ª vez o Tour, em 1999, e de atingir a glória nos anos seguintes, Armstrong viveu um autêntico calvário, "lutando" contra um cancro e conseguindo debelá-lo graças a uma enorme força de vontade e a um extraordinário espírito de sacrifício. Com efeito, em 1996, foi-lhe diagnosticado um cancro nos testículos, com ramificações no cérebro. Apesar da gravidade do seu estado de saúde, Armstrong não desistiu de lutar, vencendo estoicamente a morte que lhe estava praticamente destinada e obtendo assim a maior vitória da sua vida.
A primeira modalidade praticada por Armstrong foi o triatlo, a qual substituiu mais tarde pelo ciclismo de estrada. Em 1992, participa nos Jogos Olímpicos de Barcelona, tornando-se, no ano seguinte, ciclista profissional. No seu ano de estreia como profissional, em 1993, é campeão dos Estados Unidos e vence surpreendentemente o Campeonato do Mundo de Estrada, disputado em Oslo, na Noruega.
Durante os anos seguintes, Lance Armstrong participa em várias provas na Europa, ganhando etapas em importantes competições velocipédicas como, por exemplo, a Volta à França. Até que, em 1996, começa uma luta heróica contra um cancro, conseguindo vencê-lo de forma incrível e espectacular, ultrapassando mesmo as previsões mais optimistas que o davam, pelo menos, como acabado para o desporto de alta competição. Armstrong não só venceu a doença como regressou às competições velocipédicas, demonstrando que podia voltar a ser um desportista de alto nivel, o que veio de facto a confirmar-se, ao ponto de vencer, por 7 vezes consecutivas, a mais importante e exigente competição velocipédica mundial, batendo o recorde de 5 triunfos que parecia inatingível.
Os anos de 1997 e 1998 seriam ainda anos de sobrevivência e de sacrifício para o ciclista norte-americano, que sentiu, naturalmente, muitas dificuldades em recuperar o ritmo e as exigências do pelotão internacional. Contudo, graças a uma força de vontade inquebrantável e a um espírito de sacrifício indomável, Armstrong inicia um processo árduo de treinos, ganhando peso e preparando-se intensamente para as grandes corridas velocipédicas, sobretudo o Tour, competição que foi sempre a sua grande prioridade em detrimento das restantes (Giro e Vuelta) e na qual apostou sempre forte.
No fim da época de 1998, tinha conseguido obter um 4º lugar na Volta à Espanha e no Campeonato do Mundo de Estrada. O ano de 1999 constitui o início de uma nova era, marcando a reentrada de Armstrong pela "porta grande" na elite mundial, através de um triunfo autoritário e indiscutível no Tour desse ano, o qual repetiria nos 6 anos seguintes!
Tal proeza levou os norte-americanos a adoptarem-no como herói nacional, sendo hoje em dia reconhecido mundialmente como um exemplo na luta contra o cancro, tendo inclusivamente criado uma fundação de apoio aos doentes com cancro e de investigação desta doença.
Em 2005, com 34 anos de idade, e após alcançar o 7º triunfo consecutivo no Tour, Lance Armstrong abandona o ciclismo, como o maior campeão da história do Tour e um dos ciclistas mais completos de sempre.
Ainda nesse mesmo ano, começam a recair sobre o ciclista norte-americano suspeitas de doping, surgindo notícias em França dando conta de que Armstrong se teria já dopado em 1999, ano da sua primeira vitória no Tour.
Com efeito, umas amostras de urina referentes ao Tour de 1999, alegadamente pertencentes a Armstrong, pareciam conter EPO (indetectável na altura). Porém, tal acusação acabaria por nunca ser até hoje provada. Na verdade, Armstrong já várias vezes tinha sido acusado e investigado por suspeitas de doping, quer pelas autoridades, quer pelos jornalistas franceses. Inclusivamente, dizia-se que, ao fim de sete anos, era o ciclista que tinha realizado mais análises antidoping da história do desporto e, contudo, nenhuma delas dera positiva!
Ficará para sempre a suspeição e a dúvida sobre Armstrong, porém, esta pequena "nódoa" não é suficiente para "manchar" ou beliscar a sua fabulosa carreira e, sobretudo, a sua extraordinária vitória sobre o cancro.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

ANQUETIL, Jacques (França, Ciclismo)

Jacques Anquetil, nascido na Normandia a 8 de Janeiro de 1934 e falecido a 18 de Novembro de 1987, foi, a par de Bernard Hinault, o maior ciclista francês de todos os tempos e, indiscutivelmente, um dos melhores do mundo.
Com efeito, Anquetil foi o primeiro grande corredor e campeão do ciclismo mundial, tendo sido o primeiro ciclista a conseguir o triunfo nas três grandes voltas velocipédicas: Tour (França), Giro (Itália) e Vuelta (Espanha), para além de também ter sido o primeiro a vencer por 5 vezes a Volta à França (com 4 triunfos consecutivos); mais tarde, também o belga Eddy Merckx, o francês Bernard Hinault, o espanhol Miguel Indurain e o americano Lance Armstrong igualariam esse feito, com este último a superar os demais e a atingir mesmo o recorde de 7 triunfos consecutivos.
A primeira metade da década de 60 foi o período áureo da carreira de Jacques Anquetil e aquele onde o ciclista francês alcançou as maiores vitórias. Senão vejamos: venceu o Tour em 1957, 1961, 1962, 1963 e 1964, o Giro em 1960 e 1964, a Vuelta em 1963 e o Dauphiné Liberé e o Bordéus-Paris, ambos em 1965, entre outros triunfos.
Para além de outras qualidades, Anquetil foi, acima de tudo, um excelente rolador e um contra-relogista sensacional, característica esta que lhe valeu, aliás, a alcunha de "monsieur crono", precisamente porque era um corredor notável na "luta contra o cronómetro". Assim, não é de estranhar que tenha fixado, por duas vezes, recordes mundiais da hora: em 1956, com 46,159 km e em 1967, com 47,493 km.
Anquetil era igualmente um corredor de temperamento frio, sereno, inteligente e calculista. Era um ciclista completo, embora tivesse o seu ponto menos forte na montanha, sendo apenas um razoável trepador. Porém, compensava largamente esta menor capacidade com as características ímpares que faziam dele um rolador altamente competitivo e um fantástico contra-relogista, verdadeiramente insuperável nos contra-relógios.
No início da sua carreira, Anquetil conquistaria também uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Helsínquia, em 1952, integrado na selecção de França que obteve o 3º lugar no contra-relógio por equipas.
Pode-se dizer que, ao longo da sua brilhante carreira, só faltou a Anquetil a vitória no Campeonato do Mundo de Estrada, pois de resto ganhou todas as grandes provas velocipédicas do seu tempo. Na verdade, seria exautivo estar a enumerar todas as vitórias que conquistou ao longo da sua fabulosa carreira, contudo devem-se destacar do seu rico "palmarés", as, já anteriormente referidas, 5 vitórias na Volta à França, duas vitórias na Volta à Itália e uma vitória na Volta à Espanha.
Jacques Anquetil abandonaria o ciclismo em 1969, então já com 35 anos, e ao fim de 18 anos de uma notável carreira. Como reconhecimento pelos bons serviços prestados ao seu país, seria agraciado, pelo Estado Francês, com as distinções de "Cavaleiro da Legião de Honra" e de "Mérito Nacional". Viria a falecer em 1987 com apenas 53 anos de idade.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

ANDRIANOV, Nikolai (ex-URSS, Ginástica)

Nikolai Andrianov, nascido a 19 de Outubro de 1952, foi um dos maiores ginastas de todos os tempos e um dos mais completos de sempre. Este atleta soviético é, ainda hoje, o homem que mais medalhas conquistou em Jogos Olímpicos. Com efeito, Andrianov conquistou um total de 15 medalhas (6 de ouro, 5 de prata e 4 de bronze) em 3 edições dos Jogos Olímpicos em que participou. Neste aspecto, apenas é ultrapassado pela também ginasta soviética, Larysa Latynina, que conquistou um total de 18 medalhas olímpicas, detendo o recorde de medalhas ganhas por um atleta em Jogos Olímpicos.
Ao longo da sua notável carreira, Andrianov destacou-se, sobretudo, em duas especialidades, nas quais era, de facto, brilhante: exercícios no solo e salto de cavalo.
Das 15 medalhas conquistadas por Andrianov em Jogos Olímpicos, 6 delas foram de ouro: uma obtida nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972 (exercícios no solo), quatro nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976 (salto de cavalo, argolas, exercícios no solo e concurso completo individual) e outra nos Jogos Olímpicos de Moscovo, em 1980 (salto de cavalo).
De resto, o ano de 1976 seria o melhor ano da carreira de Andrianov, aquele em que se apresentou na sua melhor forma de sempre, conquistando 7 medalhas nos Jogos Olímpicos de Montreal, 4 delas de ouro.